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RIO GRANDE DO SUL | Ao não aderir ao FIES, principais universidades gaúchas deixam centenas de fora

quarta-feira 7 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

Foto: entrada de campus universitário da Universidade de Caxias do Sul

70% das universidades privadas do Rio Grande do Sul deixam de aderir ao FIES neste ano de 2018, deixando milhares de estudantes do lado de fora do ensino superior. Essa situação ocorre após aprovação no Congresso Nacional, no fim do ano passado, da Medida Provisória de Temer que institui mudanças nas regras do FIES.

A decisão de não aderir foi feita pelas maiores universidades privadas do estado, como PUCRS, Unisinos, Ulbra, UCS (Universidade de Caxias do Sul), UniRitter, Universidade de Passo Fundo, Unifra e Unisc.

Na UCS, por exemplo, foram ofertadas um total de 127 vagas para o FIES para o segundo semestre de 2017. A tendência é que a maioria dos alunos que tentariam vagas pelo FIES procurem, agora, uma vaga pelo Prouni, mas isso também não é certo. Em meio ao forte desemprego na cidade de Caxias do Sul, muitos estudantes terão que desistir do curso por não conseguir pagar as altas mensalidades.

Um outro exemplo semelhante ocorre na Universidade de Passo Fundo. No primeiro semestre de 2017, a UPF ofereceu 269 vagas para o FIES. A não adesão este ano fará com que muitos jovens desistam do sonho da universidade.

Ainda não foi possível dimensionar a quantidade de alunos que vai deixar de entrar em universidades privadas por conta dos cortes, mas a quantidade de vagas ofertadas pelo conjunto das universidades citadas chega a mais de mil.

Reitores das universidades citadas se manifestaram dizendo que as novas regras propostas por Temer acabam sendo financeiramente negativas para as universidades, “no fundo vamos financiar a inadimplência”, disse Evaldo Kuiava, reitor da UCS. A PUCRS saiu em nota dizendo que “as regras definidas afetam consideravelmente a autonomia financeira da Instituição”. “O novo modelo não é bom nem para as instituições, nem para os alunos. Tornou-se mais um programa financeiro do governo do que um financiamento estudantil, criticou Bruno Eizerik, presidente do Sinepe/RS (Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul).

Para além das novas regras configurarem forte impacto na vida de milhares de estudantes Brasil a fora, as decisões das reitorias também impedem com que muitos possam entrar na universidade. Com os cortes no PIBID, bolsas e fechamento de cursos, a permanência nas universidades privadas se torna cada vez mais difícil.

As novas regras de Temer visam proteger os lucros dos banqueiros. Elas extinguem o período de carência de 18 meses, obrigando os estudantes a começarem a pagar imediatamente após a conclusão do curso, parcelas serão descontadas automaticamente da folha de pagamento e as taxas de juros são alteradas. Para conhecer melhor alguns detalhes das novas regras, clique aqui.

Trata-se de mais um episódio dramático dos ataques dos governos em cima da educação. Na ânsia de descarregar a crise econômica nas costas dos trabalhadores e população mais pobre, milhares de alunos são impactados e o sonho de entrar na universidade cai por terra para muitos.




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