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Editorial ABC | As batalhas do MRT em 2017: seja você também uma voz anticapitalista

2017 ainda não acabou, mas a agenda presidencial já é um grande tema das massas. Frente a uma polarização aberta no país que tem de um lado Bolsonaro, grande parte dos trabalhadores brasileiros veem no PT e em Lula uma maneira de impedir o avanço da direita e a esperança de voltar a ter melhores situações de vida. No entanto, o dirigente do PT se prepara para manter toda a direita no poder, “perdoando os golpistas” como ele disse, e aceitando grande parte dos ataques de Temer. Ao mesmo tempo, a aprovação das reformas e da terceirização vem marcadas pela traição das centrais sindicais. É tempo de dedicar energias para construir um projeto anticapitalista no Brasil que possa enfrentar a direita de forma independente do PT. Com o alcance de mais de 1 milhão de acessos no Esquerda Diário, apenas no mês de Novembro, damos um passo à frente neste projeto. Seja você também uma voz anticapitalista.

sexta-feira 8 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Começamos o ano apoiados nos 1496 votos de uma candidatura anticapitalista levada à frente pela Professora Maíra Machado, sendo a candidata a vereadora pela esquerda independente do PT mais votada de toda a região do ABC. Seguimos ao longo de todo este ano buscando forjar uma oposição à prefeitura de Paulo Serra (PSDB) e ao MBL (Movimento Brasil Livre) em cada uma de suas tentativas de atacar a classe trabalhadora e a juventude. Em agosto, quando abriu-se uma das maiores crises do governo como o fechamento arbitrário de 7 unidades de saúde, a Professora Maíra Machado gravou um vídeo em frente a UPA Central denunciando o ocorrido, que chegou a mais de 150 mil visualizações e milhares de compartilhamentos e comentários, conseguindo dar vazão ao ódio de como a saúde é tratada pelos políticos e empresários.

Logo em Outubro participamos de diversas manifestações e panfletamos contra o Projeto Escola Sem Partido, denunciamos a absurda repressão contra os professores que se manifestavam pacificamente na Estação de Santo André.

Maíra Machado utilizou a Tribuna Aberta da Câmara para fazer uma grande denúncia não apenas ao projeto, mas à perseguição aos professores que já ocorre nas escolas. A partir da enorme pressão que se fez, vencemos a batalha contra o MBL com o arquivamento do projeto.

Queremos com este breve artigo, demonstrar as distintas batalhas que demos ao longo do ano, em defesa da luta das mulheres, negr@s, LGBTs, em cada assembleia, passagem em escola, nas manifestações, nas greves gerais, nos lambes que espalhamos pela cidade e nas mesas de debates. Toda essa energia ganhando força material para enfrentar os ataques, o ajuste fiscal e as demissões. Frente a níveis recordes de desemprego no ABC, fruto da importante crise na indústria, mas também nos serviços, as massivas demissões na saúde (FUABC), viemos batalhando para que a crise não seja paga pelos trabalhadores, mas sim pelos capitalistas que a geraram. Por isso, viemos defendendo a redução da jornada de trabalho sem a redução do salário. Trabalhar 6 horas, 5 dias por semana com base no salário mínimo estipulado pelo DIEESE, assim poderíamos dividir com todos os braços disponíveis a jornada de trabalho. Por que não se soma a esta luta com a gente?

As batalhas do MRT neste ano

Ao longo do ano, participamos da luta contra o aumento da passagem dos transportes, organizamos junto ao Coletivo Friccional, a ONG Atravessa e a Prisma a Intervenção artística “Contando Corpos” exigindo a criação de um Conselho LGBT na cidade e denunciando os assassinatos por LGBTfobia que ganhou todas as mídias regionais.

Neste dia, apresentamos à prefeitura um Plano de Emergência de Combate a Violência LGBTfobica com 4 medidas.

Virgínia Guitzel, importante referência trans, foi uma das convocantes da grande marcha que reuniu mais de 15 mil pessoas na Paulista contra a Cura Gay. Marchamos contra o feminicídio, com o caso escandaloso de Grabrielly que foi assassinada pelo seu ex- companheiro.

Fizemos diversos lançamentos como: Lançamento do Manifesto Internacional do Pão e Rosas na Subsede da APEOESP em Santo André, o lançamento do livro Feminismo e Marxismo na Faculdade Paulista de Serviço Social em São Caetano do Sul que reuniu mais de 100 estudantes. Assim como participamos do III Festival de Diversidade Sexual na UFABC reunindo dezenas de secundaristas. Estivemos no debate sobre o trabalho, as reformas e seus impactos na FAPSS com Iuri Tonelo.

Maíra Machado viajou para várias universidades realizando a jornada de debates sobre As mulheres e a Revolução Russa. E agora no mês de Novembro lançamos o livro Pão e Rosas na sede do PSOL Santo André, no Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, onde também apresentamos um Plano de Emergência inspirado na atuação dos Parlamentares do PTS na Frente de Esquerda e dos Trabalhadores na Argentina.

Na Fundação Santo André, onde éramos parte do Diretório Acadêmico com a Gestão “Lute”, batalhamos para impulsionar uma campanha contra o desmonte da universidade. E terminamos o ano lado a lado de dezenas de estudantes lutando contra o fechamento da universidade, o aumento das mensalidades, e pela rematrícula de todos os inadimplentes. Foram 13 dias de ocupação, onde colocamos todas nossas energias e o Esquerda Diário à serviço da vitória desta luta, que impediu o aumento da mensalidade de 6,5%, e garantiu a rematrícula com flexibilização para os inadimplentes.

Estivemos ao lado dos estudantes da FAPSS em defesa da educação, contra o corte de bolsas do Prefeito Auricchio em São Caetano. E lançamos uma Carta da Faísca aos estudantes da FSA, FAPSS e UFABC sobre a necessidade de nos organizarmos de forma independente para enfrentar os ataques a educação.

Nas paralisações e greves gerais, colocamos todas as nossas energias para a classe trabalhadora emergir como um sujeito político independente. No 8 de Março, junto às mulheres de todo o mundo, participamos da Paralisação Internacional em defesa das Mulheres, com os Professores do Movimento Nossa Classe Educação exigindo uma verdadeira paralisação no dia 15, se enfrentando com a burocracia sindical, que na APEOESP está expressa na figura de Bebel e da Articulação (PT). A Faísca junto com o Coletivo Prisma UFABC marcharam no 31M colocando uma exigência das LGBT às centrais sindicais que se convocassem um verdadeiro plano de luta. Desde antes do histórico 28A, nós exigimos das centrais sindicais a preparação efetiva da greve com assembleias de base em cada local de trabalho e estudo. Para assim organizar, da maneira mais criativa possível, o enfrentamento as reformas que Temer e o Congresso Nacional queriam impor goela abaixo. Nós junto a estudantes da UFABC, Fundação Santo André e o Coletivo Prisma fechamos a Av. dos Estados pela manhã, e depois organizamos um ato com professores de Santo André para colocar nas ruas a força dos trabalhadores.

No dia 24, fomos com uma forte delegação para a Marcha à Brasília para lutar contra a reforma da Previdência, denunciando a manobra da APEOESP de impedir os professores de comporem esta marcha, já que as eleições sindicais ocorreriam no dia seguinte. Em Junho levantamos uma forte campanha para “Tomar a greve geral em nossas mãos” com panfletagens, lambes e discussões nos locais de trabalho e estudo onde estamos. Sem depositar nenhuma confiança nas centrais sindicais, queríamos incentivar a auto-organização dos trabalhadores, para impor um plano de luta às direções sindicais que acabaram por trair os trabalhadores e permitir a aprovação da reforma trabalhista. Com a traição consolidada, no 30J organizamos dezenas de companheiros professores, metalúrgicos, estudantes da FSA, Fama em Mauá e fomos para a frente da Firestone denunciar a traição da Força Sindical e chamar os trabalhadores a lutar contra o governo golpista do Temer que quer que trabalhemos até morrer, em condições muito piores do que hoje. Por isso lutamos, por sindicatos sem burocratas e por um partido de trabalhadores sem patrão!

Em meio a estas batalhas, seguimos com nosso pedido de entrada no PSOL, debatendo fraternalmente com os companheiros a necessidade do partido se colocar verdadeiramente como uma alternativa ao PT, que mesmo com sua derrota nas prefeituras, mantém vereadores que falam demagogicamente contra a direita.

Mas é preciso, que a CSP-Conlutas, o PSOL, o MTST, os sindicatos da Oposição como a APEOESP de São Bernardo, Santo André e Mauá busquem conformar um forte polo anti-burocrático no ABC conseguindo batalhar na base das grandes centrais sindicais para que seja feito um plano de luta para enfrentar os ataques.

Por que você não se soma a este projeto?

O governo Temer está gastando milhões para propagandear mentiras sobre a Reforma da Previdência e para comprar votos. A rede Globo dedica longas horas do dia para encher a cabeça dos trabalhadores de babozeiras patronais. São milhões de reais direito dos EUA para ajudar o MBL, são perfis fakes nas redes sociais de robôs para defender as ideias da direita. Os empresários que formam seus grupos como "Agora!", "RenovaBR" entre outros, mostram que estão dedicados a transformar nossas vidas num verdadeiro inferno com suas reformas. Por isso nós, também precisamos nos organizar, com nosso próprio partido, para impedir estes ataques e colocar fim ao capitalismo.

Nestas distintas lutas, denúncias e atividades de propaganda que realizamos ao longo deste ano, nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores - que somos a seção brasileira da Fração Trotskista - Quarta Internacional, junto à Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, as mulheres do Pão e Rosas e os negros e negras do Quilombo Vermelho viemos batalhando para fazer emergir uma voz anticapitalista no país e também no ABC Paulista, onde há uma importante tradição do movimento operário e onde estão importantes batalhões da nossa classe. Queremos discutir com todos aqueles que nos acompanham pelo Esquerda Diário, compartilham e contribuem com suas denúncias, com todos que estiveram conosco na luta de classes, que nos conheceram nos atos em defesa dos direitos das mulheres, LGBTs, contra os assassinatos da juventude negra, que compartilham ódio contra esta direita, para explicá-los os motivos que nos levam a dedicarmos nossas vida a um projeto em comum.

Desde a vitória eleitoral da direita nas distintas prefeituras do ABC, e a derrota história do PTismo, viemos nos apoiando nos 1496 votos que conquistamos na candidatura anticapitalista de Maíra Machado para construir uma alternativa à esquerda do petismo. Para que a traição do PT em seus 14 anos de governo, não fosse capitalizada pela direita. Queremos debater com os votantes nesta candidatura, mas também com muitos companheiros que trabalham e estudam junto conosco e votam para que sejamos representantes nas entidades estudantis ou nos sindicatos. As lutas que participamos juntos são fundamentais. Colocamos a força da classe trabalhadora em enfrentamento com a dos capitalistas, e independente dos seus resultados pontuais, ora ganhamos ora perdemos, vamos conquistando mais experiência e mais braços para esta luta. A cada luta fica mais claro quem são nossos aliados, os operários da fábrica vizinha, os estudantes das universidades que ameaçam com aumento de mensalidades ou com o fechamento de cursos, os professores que se contrapõem ao Escola Sem Partido. São nestas lutas que aprendemos que não podemos chegar despreparados para enfrentar os nossos inimigos. É então, que a consciência acumulada de séculos de luta da classe trabalhadora, sintetizados no marxismo revolucionário, nos mostra que é preciso nos organizar em partido para enfrentar os capitalistas, com um programa revolucionário, que permita unificar a classe trabalhadora para lutar por um governo seu em ruptura com o capitalismo.

Queremos debater com cada um, a necessidade de avançarmos juntos na grandiosa tarefa de colocar de pé um partido revolucionário no Brasil e no mundo, que possa ser uma verdadeira alternativa de massas ao PT para se enfrentar com a direita. Não queremos construir um partido revolucionário porque somos utópicos. Justamente, pelo contrário. É preciso dizer, que o "gradualismo" não existe mais, que a ideia de que “de pouco em pouco” as coisas iriam melhorar era uma mentira do governo do PT que teve a sorte de governar durante um momento de avanço econômico e não teve uma política para diminuir a desigualdade social, mas sim aumentar os lucros dos banqueiros. E, a cada luta dos trabalhadores e do povo pobre utilizaram seus tentáculos contra as organizações de massas dos trabalhadores, como a CUT, para frear e impedir que a força da nossa classe fosse além da conciliação que eles propunham. É assim, que viemos denunciando as medidas da burocracia sindical, que para salvar o lucro dos patrões, propunham o ACE (Acordo Coletivo Especial), a aceitação do PDV (Plano de Demissão Voluntária) e o PPE (Plano de Proteção ao Emprego). Agora, estas mesmas grandes centrais sindicais, deixaram o caminho livre para o governo golpista cancelando a greve geral no último dia 5, que serviria para lutar contra a reforma da previdência, em um momento em que o governo está dividido na votação desse ataque. Mais escandaloso que isso, só as direções da Força Sindical, UGT, NCST que tiraram sorridentes selfies com o presidente golpista, e receberão 500 milhões por trair os trabalhadores.

O PT sempre salvou o capitalismo, nós precisamos de um partido que se proponha a derrubá-lo. É preciso impedir a desmoralização que o PT impõe, após ter aberto caminho pra direita, assumido os métodos de corrupção e não ter lutado seriamente contra o golpe, e agora fazendo alianças com os golpistas, escondem o fato de que com a crise econômica internacional eles terão que continuar salvando banqueiros e empresários, e por isso o PT irá administrar as reformas do golpista Temer pra poder manter a governabilidade. O PT, se voltar a presidência, se prepara para manter a maior parte dos ataques, como já é parte de implementar ataques onde governa, como em Minas Gerais que está privatizando escolas e parcelando o salário do funcionalismo, ou até mesmo no Rio Grande do Sul onde, supostamente, são oposição e votaram junto a Sartori um pacote de ataques.
Precisamos lutar por grandes objetivos, que começam desde já exigindo que as centrais sindicais parem de trégua e traição com a nossa luta. Não vamos aceitar que as centrais deem de presente de Natal para Temer a aprovação da reforma da previdência sem luta. Exigimos um plano de luta desde a base imediatamente! Mas como parte desta luta queremos construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores, anticapitalista, que se coloque grandes objetivos para resolver a vida do povo pobre e trabalhador, algo que o PT se mostrou incapaz de fazer porque quer conciliar nossos interesses com o dos patrões. Nós temos uma perspectiva de batalhar para construir um partido revolucionário internacionalista, diferente das variantes neo-reformistas como o Syriza na Grécia ou o Podemos na Espanha, que querem humanizar o capitalismo.

“Sim, nosso partido nos toma por inteiro, mas em troca nos oferece a maior de todas as felicidades: a consciência de que participamos da construção de um futuro melhor, de que carregamos nas nossas costas uma parte do destino da humanidade e de que nossas vidas não foram vividas em vão” – Trotsky

Para isso, precisamos debater com muitos companheiros que nos confiam que quando a revolução acontecer estarão ao nosso lado para lutar por uma nova sociedade. Mas a revolução não poderá cair do céu, tampouco a construção de um partido revolucionário que possa superar o PT como uma experiência de conciliação de classes. Por isso, no centenário da Revolução Russa, queremos difundir o seu legado e suas principais lições, sendo uma delas, a necessidade da preparação de quadros e dirigentes revolucionários para não vacilar frente as oportunidades revolucionárias que surjam. Chamamos a todos os nossos apoiadores e simpatizantes a refletir sobre a importância em dar um passo à frente em sua organização e preencher sua vida de sentido, que é a única explicação possível para tanta energia que utilizamos ao longo deste ano para a construção de um projeto revolucionário em Santo André, São Caetano e Mauá.

Fazemos um chamado a todos que nos acompanham a somar forças nesses grande projeto, que tem o Esquerda Diário à frente, conquistando mais de 1 milhão de acessos no mês de novembro, lutando para construir em setores de massas uma perspectiva anticapitalista e revolucionária. Ajude o Esquerda Diário a chegar no seu local de estudo e trabalho.

As mulheres, que vieram nos acompanhando na jornada de discussões sobre As Mulheres na Revolução Russa, nos lançamentos do Feminismo e Marxismo e nas ruas contra cada ataque promovido por este governo golpista, o que lhes parece ser parte de um grupo de mulheres internacional para lutar contra o machismo e o Capitalismo? Seja parte do Pão e Rosas para combater o machismo e o capitalismo.

Com tantos ataques racistas, demonstrando como a burguesia brasileira branca é fruto da escravidão e da incansável reprodução do racismo, o Quilombo Vermelho grita para erguermos uma luta negra anticapitalista e convida a todos a serem parte desta perspectiva, questionando a polícia assassina, o judiciário racista e as reformas que atacam principalmente os trabalhadores negros e submetem as mulheres negras a trabalhar recebendo 60% a menos que os homens brancos.

Somos conscientes de que ainda estamos longe de colocar de pé esse grande partido revolucionário que necessita a classe operária. Mas sabemos que a organização que temos não só podem como deve fazer hoje aportes fundamentais na luta, na organização e formação dos dirigentes e quadros que construirão a direção revolucionária da classe operária. Queremos que os trabalhadores e estudantes que queiram lutar de maneira séria contra esse sistema de fome e degradação sejam parte, conosco, dessa batalha no presente, da qual depende o nosso futuro.

Seja também um apoiador do Esquerda Diário e ajude a financiar estas ideias anticapitalistas e revolucionárias.. Nós queremos batalhar por uma nova sociedade, comunista, livre de toda opressão e exploração. Colocamos o MRT, o Esquerda Diário e nossas futuras pré-candidaturas anticapitalistas pelo PSOL a serviço desta perspectiva.

No próximo dia 10, queremos expressar essas batalhas e confraternizar com todos que nos acompanham nessa luta por construir uma esquerda independente do PT. Fazemos a partir desse artigo, um convite aos trabalhadores e trabalhadoras, aos negros e negras e à juventude do ABC para estar com a gente no “Churras anticapitalista” que contará com roda de samba, apresentações artísticas e apresentação das nossas ideias. Venha. Conheça nossas agrupações e se organize conosco.


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