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ECONOMIA | As falácias e os economistas da burguesia

Quem entra hoje nos sites de notícias tradicionais, como Estadão, Folha de São Paulo e entre outros editoriais burgueses, colocam uma recuperação econômica devido aos ajustes que vem sendo implementados, e uma volta da confiança das águias carecas internacionais no investimento no Brasil. Além de análises econômicas pouco sérias e sem base, que esses economistas querem empurrar goela abaixo da população a noção de que estaríamos nos recuperando da crise. Vamos explicar ponto a ponto.

quinta-feira 16 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Quem entra hoje nos sites de notícias tradicionais, como Estadão, Folha de São Paulo e entre outros editoriais burgueses, colocam uma recuperação econômica devido aos ajustes que vem sendo implementados, e uma volta da confiança das águias carecas internacionais no investimento no Brasil. Além de análises econômicas pouco sérias e sem base, que esses economistas querem empurrar goela abaixo da população a noção de que estaríamos nos recuperando da crise. Vamos explicar ponto a ponto.

Artigos econômicos em diversos sites, andam propagando a ideia de que a economia está voltando a respirar fruto do trabalho de Temer no pós-golpe. Medidas como a reforma trabalhista e a aposentadoria lideram os ânimos dos investidores, que junto com o ajuste fiscal promete tirar o país da crise

Um dos indicadores para tal melhoria seria a queda do dólar à 3,05 (menor valor desde junho de 2015) o que indica uma volta da expectativa do país como bom pagador. Contudo, é bem duvidável usarmos o argumento da alta do dólar para explicar o crescimento, uma vez que um regime de câmbio flexível está sujeito a movimentos de capitais, que não correspondem ao valor real de entrada e saída de dólar fruto de transações comerciais, financeiras ou bancárias.

A especulação, ainda mais em países dependentes e semi-coloniais como o Brasil, é um fato recorrente. Quase um ano depois do golpe institucional, que colocou Temer no poder e todo seu pacote de ataques, que já vinham sendo implementados pelo PT, se comprovou que bancos agiram na manipulação da taxa de câmbio para fazer o real passar do patamar de R$ 4,00.

Outro tosco motivo dado para a volta do Brasil no cenário internacional, as agências de rating que hoje avaliam o país como bom pagador, com a nota que recebia antes do pós-golpe. Essa agências internacionais, ligadas e pagas pela burguesia mundial, nada mais faz do que um jogo político com informações econômicas para afetar a opinião pública. O seu sentido de existência é uma análise econômica mecanicista e neoliberal, que não leva em conta as particularidades de cada país e serve para viesar um debate econômico que deveria ser sério, e levar a conclusão da necessidade de mudanças estruturais na sociedade, mudanças do sistema.

Mesmo que não houvesse um movimento especulativo que fizesse alterar tão fortemente a taxa de câmbio, fazendo o dólar cair de tão sobremaneira. Os fatores que explicariam essa queda do dólar estariam muito mais nos EUA do que no Brasil, uma vez que a dólar caiu com relação à outros países também no recente período.

O crescimento do preços do petróleo e da soja no presente momento poderia ser o argumento mais razoável para pensarmos uma recuperação econômica do Brasil. Mas mesmo esses dados se mostram falaciosos e oportunistas nas maõs de alguns economistas brasileiros. A Folha de São Paulo atenta para um crescimento de 67% do preço do petróleo, mas quando visto na série histórica, representa um crescimento irrisório.

Poderíamos falar que um produto que era exportado em 1 unidade e agora é exportado a 2 unidades, cresceu sua exportação em 100%. De fato cresceu mais de 100%, mas se não analisado seu peso nas exportações em gerais e na balança comercial, é um dado sem valor. No caso do petróleo, podemos observar pelo gráfico:

Apesar do pequeno crescimento verificado do preço do petróleo, ele ainda está muito longe de seu boom em 2008, que fez conseguiu sustentar o crescimento petista do período, que remunerava tanto os patrões e fazia algumas concessões aos trabalhadores. Mas sem dúvida, um governo de qualquer ideologia política conseguiria bons índices de crescimento em 2008, devido ao boom.

O que está em disputa são os dados atuais que se mostram alarmante, e alarmam mais ainda com a agenda neoliberal aplicada por Temer. Na prática uma saída liberal da crise só poderia ter dois caminhos: uma possibilidade se dá com a não recuperação da economia que poderia transformas a recessão em depressão, com desemprego de boa parte da população, fome generalizada e retrocessos ainda maiores. Outra possibilidade seria o plano econômico “dar certo” e o país voltar a crescer, mas isso só se daria com a piora de vida da população como já vem acontecendo com a reforma trabalhista, a reforma da previdência, privatização da CEDAE e fechamento da UERJ.

Isso só prova que a agenda neoliberal não é uma saída para a classe trabalhadora e a juventude. Deveríamos nos espelhar nos exemplos de luta que vem acontecendo no Rio de Janeiro, contra as privatizações e precarização, no não pagamento da dívida pública, para que assim quem pague pela crise seja os capitalistas e não a população.




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