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CAPITAL FINANCEIRO | Graças à crise capitalista, lucro do Santander no Brasil aumenta 25%

Santander anuncia aumento expressivo no lucro e tem Brasil como maior aliado, enquanto os golpistas usam a crise econômica como desculpa atacar os direitos dos trabalhadores às custas do direito do povo decidir em quem votar.

terça-feira 24 de abril de 2018 | Edição do dia

O banco espanhol Santander anunciou nessa quarta feira, 24, um aumento de 10% no lucro global da empresa no primeiro trimestre de 2018, em grande parte impulsionado pelo Brasil, seu maior mercado no mundo, no qual sua filial brasileira registrou alta de inacreditáveis 25,4% no lucro líquido em relação ao 1° trimestre de 2017. (Fonte)

Números ainda mais exorbitantes são os do lucro societário do banco, usado como referência para remuneração aos acionistas, que subiu 54,6 por cento em relação a 2017, garantindo para os especuladores e rentistas que são donos de ações do banco espanhol uma bagatela de 2,82 bilhões de reais.

Esses números causariam assombro em quaisquer circunstâncias mas assustam e indignam mais ainda por virem um momento de uma profunda recessão no Brasil combinado com um discurso de austeridade fiscal e estado mínimo. São usados como justificativa para impor um teto aos gastos com saúde e educação, aumentar o desemprego e a precarização do trabalho, disso impor a (contra)reforma trabalhista, e desejar que trabalhemos até os 65 anos para receber uma miséria.

Empurram um número sem precedente de trabalhadores, em geral os mais jovens e os mais pobres e negros, para a informalidade ou para a terceirização, para que sobre mais dinheiro para os juros da dívida pública.

Enquanto isso, bancos e grandes empresas contam com todo apoio dos governos e dos políticos burgueses para nunca serem incomodadas pelos efeitos das crises que sua ganância e sua irresponsabilidade geram.

No caso de grandes bancos como o Santander, a maior ajuda que o governo brasileiro fornece é pagamento pontual dos juros da dívida pública, conhecida por economistas e pessoas do meio como a “bolsa-banqueiro”. O total da dívida pública brasileira representa 75% de seu PIB anual (Fonte) e o pagamento dos juros representou em 2017 6,1% do PIB e consumiu cerca de 44% do orçamento do governo federal no mesmo ano (Fonte). Esse valor é mais que o dobro do orçamento destinado a previdência social, segundo maior gasto do governo, e dez vezes mais do que o gasto em saúde e educação.

O pagamento desses juros são parte importante nos lucros de bancos e instituições financeiras e resultados como os anunciados nessa quarta pelo Santander ou os anunciados pelo Itaú há alguns meses ajudam a demonstrar a necessidade de lutar pelo não pagamento da dívida pública e para que todos esses recursos sejam investidos conforme as necessidades da maioria da população.

Propostas como a da auditoria da dívida pública, uma das propostas que constam na plataforma Vamos, serve apenas para reviver ilusões em uma burguesia supostamente progressista e desenvolvimentista, como apontamos nesse texto. Atacar a questão da dívida pública na raiz e negar-se a pagar integralmente essa dívida fraudulenta é uma prioridade e a esquerda e suas candidaturas deveriam olhar para os resultados do Santander como mais uma comprovação disso.

O não pagamento da dívida pública, a nacionalização dos bancos, a reversão das privatizações devem vir acompanhados de medidas como o ataque ao privilégio dos políticos e altos funcionários, para que todos sejam revogáveis e ganhem o mesmo salário que uma professora. E isso deve ser concretizado através de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, à qual os trabalhadores e o povo devem impor pela sua mobilização independente, contra todas esses ataques que os capitalistas e seus políticos querem nos impor, e na qual se possa debater e definir os rumos do país.




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