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ELEIÇÕES 2018: BOLSONARO | Mourão entra na Justiça para substituir Bolsonaro em debates

quarta-feira 12 de setembro de 2018 | Edição do dia

Bolsonaro, um dos personagens do golpe institucional no país, poderia enfrentar em sua própria chapa, sem nem mesmo ter sido eleito, um levante? As dúvidas surgem por declarações ambíguas protagonizado por seu vice, o general reformado do Exército Hamilton Mourão.

Diante da hospitalização do candidato após o atentado, o general entrou com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral em que requisita substituir o deputado em entrevistas à TV e debates eleitorais. O candidato à vice, no entanto, não consultou a cúpula de Bolsonaro ou seu partido, o PSL, antes de protocolar a ação judicial.

O general já vinha dando mostras de acreditar que o foco excessivo da campanha em Bolsonaro pode não ser o melhor caminho para a chapa. Para ele, “esse troço [o atentado contra o candidato] já deu o que tinha que dar. É uma exposição que eu julgo que já cumpriu sua tarefa. Ele [Bolsonaro] vai gravar vídeo no hospital, mas não naquela situação, não propaganda. Vamos acabar com a vitimização, chega”, disse.

A veia golpista do general do Exército foi um dos atrativos para Bolsonaro consumar a aliança, nas palavras de seu filho Eduardo: “tem que ser alguém que não compense correr atrás do impeachment”. Entretanto o golpismo do general, notório por defender a intervenção militar, pode-se voltar contra o deputado antes mesmo de sequer ser eleito. Obsessão de Mourão, em entrevista à Globonews, ele defendeu que um “autogolpe” de Estado poderia acontecer em 2019 em caso de “anarquia”.

Veja aqui: O PT como “mal menor” ajuda a combater o golpismo e a direita?

O PT pavimentou o caminho ao golpe institucional mantendo uma política de aliança com a direita golpista que se voltou contra o partido. Por isso para rechaçar o autoritarismo da extrema direita representado por Bolsonaro e Mourão é necessário um projeto de independência de classe à esquerda do PT, e que a classe trabalhadora esteja organizada em seus locais de trabalho e estudo para barrar o avanço das contrarreformas pretendidas por eles, desde privatizações até reforma da previdência.

Sobre o tema, Maíra Machado, candidata a deputada estadual pelo MRT em SP, disse que: "Estas eleições estão manipuladas pelo judiciário e a direita golpista, que deram mais um passo na continuidade do golpe ao excluir Lula arbitrariamente das eleições. A mídia golpista, em especial a Rede Globo, agora flerta com a candidatura de Jair Bolsonaro - e seu vice, o ex-general Hamilton Mourão, que também defende torturadores - para seguir os ataques de Temer, já que o tucano Alckmin não sobe nas pesquisas. O Alto Comando das Forças Armadas cumpre papel auxiliar no golpismo. Não há dúvida que o PT fortaleceu o autoritarismo judicial e ajudou as Forças Armadas a ’estenderem as asas’ sobre a política. A política petista em 13 anos de governo abriu o caminho ao golpe institucional, tendo governado junto à direita e assimilado os métodos de corrupção próprios do capitalismo. É incapaz de enfrentar seriamente essa tirania golpista. Por isso, não votamos em nenhuma das candidaturas do PT".

Veja também: [VÍDEO] Assista aos programas eleitorais do MRT, uma campanha anticapitalista nestas eleições manipuladas

Flávia Valle, candidata a deputada estadual pelo MRT em MG, também disse que "Não votamos no PT, mas denunciamos o avanço da direita golpista, do autoritarismo judicial e a politização reacionárias das Forças Armadas: se atacam os direitos políticos de um líder popular reformista que reúne mais de 40% das intenções de voto no país, o que não farão com os trabalhadores em luta, a esquerda e os sindicatos? Precisamos enfrentar seriamente essa direita e os empresários, e para isso precisamos construir correntes anticapitalistas e socialistas nos sindicatos, contra a burocracia sindical, inclusive do PT, e preparar o terreno para as lutas que virão. O MRT, que impulsiona o Esquerda Diário, a principal imprensa à esquerda do PT, e as candidaturas anticapitalistas nestas eleições manipuladas, busca preparar, teórica e praticamente, uma esquerda anticapitalista e revolucionária, que aposte na luta de classes dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e LGBTs, para quando as massas terminem de fazer sua experiência com o PT".

E pela construção dessa voz ligada às lutas e independente do PT que levantamos nossas candidaturas anticapitalistas.




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