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CENSURA NA PUC-RIO | Nota de repúdio a censura da reitoria ao movimento estudantil da PUC-RIO

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

terça-feira 1º de maio de 2018 | Edição do dia

IMAGEM: O GLOBO

Na semana passada, a reitoria da PUC-RIO vetou um debate sobre a legalização das drogas organizado por estudantes de psicologia da universidade que aconteceria no dia 3 de maio, dois dias antes da Marcha da Maconha. O veto, em forma de adiamento, se deu sob o pretexto de que a atividade seria palco de divulgação para o ato no dia seguinte, e que a universidade estaria sendo pressionada por um pequeníssimo grupo de alunos de extrema-direita, da ala conservadora da igreja, o Dom Bosco.

O episódio, em que o DCE e outras entidades acadêmicas se furtaram a se posicionar, demonstra o quanto o movimento estudantil da PUC-RIO é subordinado às movimentações da reitoria, em sua iminente tentativa de censurar o debate sobre a política de drogas.

Mesmo que se alegue que foi somente um adiamento e não um cancelamento por parte da reitoria, como o debate ficou restrito sobre o assunto nos últimos dias, devemos apontar que a interferência foi política e atendeu ao apelo de um grupo de extrema direita sem peso real na universidade, e que a liberdade de expressão foi e é violada sempre que os alunos devem submeter à reitoria que tipo de debate, atividade política ou manifestação pode ou não ser realizada pelos estudantes, algo que deveria partir tão somente dos próprios alunos, auto-organizados.

A violação da liberdade de expressão também se faz evidente em outro nível: tudo que os estudantes querem divulgar e manifestar pelo campus tem que passar pelo crivo da vice-reitoria comunitária e ser carimbado por ela para circular. Ou seja, eles também decidem o que querem ver pelos corredores da PUC-RIO, dependendo se é de seu interesse ou não. Não há justificativa válida para a reitoria intervir no que os estudantes debatem dentro da universidade.

A política de drogas é um tema central para o debate em tempos de intervenção federal no Rio de Janeiro. Milhares de jovens negros e da periferia são assassinados dia após dia pela polícia racista. Colocar a "Lei de Drogas" no centro do debate significa discutir o encarceramento em massa, o imperialismo e as relações de poder que importaram o proibicionismo para o Brasil, em base a uma grande fonte de lucro para empresários investidores que estão muito longe das favelas e lucram com essa política que gera o extermínio.

Exigimos a realização da atividade para o dia que estava originalmente marcado, dia 3. O movimento estudantil da PUC-RIO não pode ir a reboque de uma decisão arbitrária da reitoria. Se esse evento muda de data pelos motivos listados acima, pior para nós, estudantes, pois significa que fomos tolhidos de nosso direito de debater sobre o que bem entendermos.

A universidade que queremos passa pela mais ampla democracia de base entre estudantes, funcionários e professores. Sem reitoria e nem burocracia acadêmica, que em casos como esse, demonstram porque estão lá e a quem servem.




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