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PARALISAÇÃO NA USP | USP: paralisamos por uma educação a serviço dos trabalhadores e toda população

Boletim da juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária sobre a paralisação dos estudantes, professores e trabalhadores da USP

quinta-feira 17 de maio de 2018 | Edição do dia

POR QUE NÓS, ESTUDANTES E TRABALHADORES ESTAMOS PARALISANDO?

Hoje está acontecendo uma paralisação na USP que reúne os três setores da universidade: professores, estudantes e trabalhadores. Essa paralisação foi aprovada como forma de demonstrar forças à reitoria e dar um basta aos ataques que não param de ser descarregados nas nossas costas!

Os funcionários reivindicam aumento de salário e benefícios sociais, pelo retorno dos atendimentos no Hospital Universitário e por mais contratações via USP, sendo contrários à terceirização. Os professores igualmente exigem aumento de salários e benefícios, se posicionando veementemente contra à precarização das condições de trabalho. E os estudantes, por que paralisamos?

Até para os calouros a situação dos estudantes na USP já está bem clara: cada vez mais sentimos na pele a precarização da educação pública e a dificuldade de nos mantermos na universidade. A falta de professores, afetando a disponibilidade de disciplinas, a péssima manutenção da maioria dos espaços físicos, o corte de gastos na permanência estudantil...

Tudo isso é exemplo dos diversos ataques da reitoria que atingem estudantes, professores e funcionários, pois os ataques são um só, fazem parte de um projeto aprovado pela reitoria, a chamada “PEC do Fim da USP”, que congela os gastos da universidade por 5 anos, impedindo contratações, permitindo o fechamento de creches, o corte de bolsas estudantis, o quase fechamento do Hospital Universitário e um aumento enorme nos postos de trabalho terceirizados. E se os ataques são parte de um mesmo projeto e são um só, então a luta deve e precisa ser uma só!
Mas se isso se expressa na universidade dita de excelência, o que falar da educação pública mais em geral em nosso país?

Todos nós estamos percebendo como nacionalmente os ataques aos direitos mínimos vêm crescendo. Esse projeto da reitoria faz parte de um plano nacional do governo golpista de ataque à educação pública, que igualmente aprovou a PEC 55, congelando gastos na saúde e educação por 20 anos, além de uma série de medidas antidemocráticas, como a continuidade do golpe institucional, a prisão arbitrária do Lula, a reforma trabalhista, a privatização de setores estratégicos da economia como a Petrobras, tudo parte de um projeto que visa aprofundar uma subordinação aos interesses do imperialismo ainda maior do que a dos governos do PT.

Não dá mais! Precisamos dar uma resposta a esse projeto elitista e reacionário, da reitoria e dos governos! Pois enquanto congelam os gastos na educação por 20 anos, o país segue gastando cerca de 1 trilhão de reais no pagamento da dívida pública, dinheiro que vai diretamente para os bancos e bolsos de empresários das grandes potências internacionais.

Diante de tudo isso, percebemos que a indignação só cresce, o que só aumenta a necessidade de massificarmos o movimento de combate a esses ataques! Nossa luta é em defesa por uma educação pública a serviço dos trabalhadores e de toda população. Nosso papel enquanto estudantes é batalhar com independência política de todos os governos e da reitoria, ao lado dos trabalhadores para lutar em defesa da educação de conjunto, travando na USP uma batalha por permanência para todos, pela abertura do livro de contas, retirada dessa PEC do Fim da USP e por mais verbas! É preciso que todos os centros acadêmicos e o DCE, hoje dirigido pelo petismo, se coloquem na linha de frente de informar, proporcionar espaços democráticos para que possamos mobilizar fortemente os estudantes em unidade e dar um basta ao aumento e avanço dos ataques aos nossos direitos e demandas!

Podemos nos apoiar na história para massificar a luta!

Esse ano completam 50 anos do famoso Maio de 68 francês, em que os estudantes, a partir da sua auto-organização, tomaram a luta em suas mãos e estabeleceram uma profunda unidade com professores e trabalhadores, não só das universidades, mas de toda França, conseguiram impor uma derrota ao governo francês. Aqui no Brasil, em pleno auge da ditadura, também ocorreram fortes movimentos contra a repressão e o corte de direitos, inclusive na própria USP, centro de resistência. Essa luta deve ser um exemplo para nós! Estudantes e trabalhadores perceberam como os ataques, mesmo quando não são exatamente os mesmos, estão interligados, servindo aos interesses de uma minoria exploradora. E por isso não se calaram, organizaram manifestações, paralisações, greves e espaços de luta que arrancaram diversas vitórias!

Para debater as lições do ME francês em 68 convidamos a todos para nossa atividade A poesia vem das ruas: a juventude em maio de 68, no dia 23 de maio, às 18h, na Letras, USP, campus Butantã.




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