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UFMG
UFMG: alunos de baixa renda já são 53% da comunidade estudantil
Bruno Carneiro

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o percentual de alunos de baixa renda e vindos da rede pública não passava de 31% até 2007. Mas nos últimos anos, devido a implementação da política de cotas, esse cenário vem mudando.

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Atualmente, mais da metade (55%) dos alunos que ingressam na instituição são provenientes de escolas públicas e 53% têm renda familiar mensal de até cinco salários mínimos. Pela primeira vez na história do país podemos ver a juventude pobre dentro das universidades públicas, que antes era composta quase que 100% por alunos brancos e ricos, vindos de escolas particulares. Porém esses dados por si só não representam uma vitória completa da juventude pobre.

A política de cotas, mesmo ampliando o acesso da juventude pobre à universidade, garante o acesso apenas à uma minoria. O ENEM, com sua altíssima concorrência e altíssimas notas de corte, atua como filtro social e deixa de fora da universidade a maioria da juventude. Os alunos de baixa renda também sofrem com a precariedade da assistência estudantil na UFMG e passam por dificuldades para se manter na universidade, devido ao longo e humilhante processo necessário para conseguir acesso ao auxílio estudantil.

Ricardo Takahashi, pró-reitor da UFMG afirma que “Permitir a diversidade e a ascensão social de pessoas provenientes da rede pública de ensino e de famílias de baixa renda é um dos deveres da universidade”. Porém, o preço do bandejão reajustado para 5,60 (o mais caros do país), a escassez de bolsas de pesquisa e permanência estudantil, a dificuldade de se conseguir uma vaga na moradia universitária, o fato da assistência estudantil na UFMG ser oferecida pela FUMP, uma fundação privada que lucra em cima das dificuldades financeiras dos estudantes, mostra que a reitoria não tem o menor interesse em garantir a permanência dos estudantes pobres.

Em 2016 quando os alunos se mobilizaram pela revogação do reajuste do bandejão, pelo fim da FUMP e pela garantia da assistência estudantil a todos que precisam, a reitoria respondeu posicionando a guarda universitária nos bandejões para reprimir os estudantes que se recusavam a aceitar mais esse ataque.

É preciso comemorar a conquista das cotas e que esse ano, mais do que nos anteriores, mais jovens pobres entrem na universidade pública. Mas é preciso seguir lutando por permanência estudantil de qualidade para todos que necessitam. Isso não ocorrerá enquanto a assistência estudantil estiver nas mãos de uma instituição privada que atende a interesses próprios e não aos dos alunos. É preciso lutar pelo Fora FUMP, para que a assistência estudantil seja gerida por uma comissão de maioria estudantil, assim como pelo fim do vestibular e estatização de todas as universidades privadas, garantindo assim a universalidade do estudo público e gratuito para toda juventude.

Pelo fim do capitalismo, que transforma a educação em mercadoria e nega o acesso ao estudo para grande parte da juventude pobre!

 
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