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Absurdo
Latifundiários e PM assassinam liderança indígena na Bahia
Vinícius de Oliveira

Em reacionária ação de “reintegração de posse com as próprias mãos”, grupo de latifundiários armados e com a ajuda da PM de Jerônimo, governador do PT, atacou indígenas do povo Pataxó Hã Hã Hãe na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia, resultado em feridos e no assassinato de Nega Pataxó, uma das lideranças da comunidade.

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Na tarde deste domingo (21), no município de Potiraguá, no extremo sul da Bahia, latifundiários com ajuda da Polícia Militar da Bahia sob comando do governador petista Jerônimo Rodrigues, invadiram o território indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, assassinaram uma liderança da comunidade, alvejando outras três e espancando duas pessoas brutalmente. A ação, chamada pelos fazendeiros de “Invasão Zero”, foi mobilizada por meio de um chamado de WhatsApp. Eles cercaram a área com dezenas de carros e caminhonetes, com a conivência da polícia de Jerônimo, que estava ali cinicamente para “fazer uma mediação”, e permitiu que os fazendeiros iniciassem um conflito, e posteriormente os auxiliou atirando contra os indígenas.

Os dados sobre a violência policial no governo são estarrecedores. A Bahia é o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019 segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A gestão passada de Rui Costa (PT) na Bahia, hoje ministro da Casa Civil do governo Lula-Alckmin, foi marcada pelo aumento do número de mortes pela polícia, que saltou de 354 para 1.464 em média por ano entre 2015 e 2022, segundo a mesma fonte. Em apenas uma semana do ano passado, entre 28 de julho e 6 de agosto, foram 31 mortes pela polícia, e 64 apenas no mês de julho. Em setembro, do total de 52 mortes foram 32 pessoas em operações policiais em Salvador, 7 em Porto Seguro, 5 em Crisópolis, 5 em Acajutiba, 2 em Lauro de Freitas e 1 em Dias D’Ávila. O assassinato da líder quilombola Maria Bernardete Pacífico, em Salvador, mobilizou centenas de pessoas em atos por várias capitais do país em agosto do ano passado.

A violência policial que também acomete São Paulo com o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o Rio de Janeiro com o reacionário Cláudio Castro (PL), demonstra que a conciliação de classes cada vez mais profunda do PT com a extrema-direita está a serviço da repressão para seguir a administração do Estado capitalista. É importante que todos aqueles que rechaçam o ocorrido, como lideranças como a ministra Sônia Guajajara e figuras parlamentares da esquerda como o PSOL, denunciem o papel que a polícia da Bahia cumpriu. É preciso organizar uma luta decidida por justiça para todas as vítimas da violência estatal racista e das chacinas policiais, além da legalização das drogas e do fim do encarceramento em massa, sem nenhuma confiança no Judiciário.

 
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