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Internacional | 19/01: Primeira grande manifestação nacional contra a Reforma da Previdência na França

Ocorrerá amanhã, por toda a França, uma jornada massiva de mobilização contra a odiada reforma da previdência proposta pelo governo Macron. Com adesão em peso de diferentes setores operários, o dia pode mandar um recado pesado ao governo, e ser estopim de ainda mais lutas.

quinta-feira 19 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Está marcada para está quinta-feira, 19/01, um dia de greves e manifestações por toda a França, em rechaço à proposta de reforma da previdência apresentada pela Primeira Ministra Elisabeth Borne, Na última terça feira (10), que elevaria a idade mínima de aposentadoria para 64 anos. O dia de lutas foi convocado em conjunto pelas oitos maiores centrais sindicais da França, CFDT, CGT, FO, UNSA, FSU, CFE-CGC, CFTC e Solidaires, uma união que não ocorria há mais de 12 anos, sendo a última vez em 2010, também no contexto de luta contra uma reforma previdenciária.

Trata-se de uma das reformas mais impopulares dos últimos tempos. Pesquisas recentes apontam que 93% dos trabalhadores franceses rejeitam o texto. Através de seu porta voz, Olivier Véran, o governo desdenha de tamanha rejeição, declarando que "não é só porque uma reforma é impopular que não deve ser feita".

Diante dessa intransigência anunciada do governo Macron, trabalhadores se preparam para sair à luta. Greves já estão marcadas para vários locais de trabalho, com adesão forte esperada tanto no setor público, como privado, com movimentações acontecendo em empresas como a petrolífera Total, o grupo automobilístico PSA, da Peugeot e Citroën, e na Airbus.

Nos dias seguintes ao anúncio das centrais, petroleiros organizados no braço petrolífero da central sindical CGT (CGT-Pétrole) anunciaram não apenas uma greve de 24h no dia 19, como a elaboração e aprovação desde a base de um plano de lutas, incluindo mais duas greves, de 48 horas para 26 de janeiro, e depois 72 horas a partir de 6 de fevereiro, além da perspectiva de, a partir da mobilização e do acúmulo de forças até lá, organizar uma greve por tempo indeterminado contra a reforma. Trata-se de uma iniciativa importantíssima, que mostra a disposição de luta e a capacidade de organização desses trabalhadores, que conduziram grèves exemplares no país, indo além do dia de apenas um dia de manifestação, apontando para um plano de lutas que organize as forças da classe contra mais esse governo.

Os petroleiros convidam outros setores a se unirem a seu plano de lutas, se dirigindo igualmente à cúpula das centrais sindicais, para que aprofundem seu enfrentamento à reforma.

No setor dos transportes, ferroviários da Société Nationale des Chemins de Fer Français (SNCF) - outro setor que nos últimos anos protagonizou fortes e heróicos enfrentamentos com o governo - aprovou a greve que deve paralisar boa parte dos transportes urbanos de Paris. Segundo informações oficiais, 80% dos condutores aderiram à paralisação, além de 60% nas centrais de subestações, 50% de controladores, 42% dos sinaleiros e 47% de gerentes de estações e na manutenção.

Entrevistado por nosso jornal irmão na França, o Révolution Permanente, o metroviário Anasse Kazib, falou que o setor estará massivamente nas greves e manifestações, e adicionou que espera que a presença dos ferroviários na luta seja uma mensagem forte ao governo.

A jornada de lutas de amanhã não deve ser mais que o começo de uma onde da enfrentamento contra essa reforma e o despejo da crise nas costas dos trabalhadores. Para isso, Kazib lembrou a importância de que se forme e massifique um plano de lutas forte e da auto-organização dos trabalhadores desde a base.

Nos colocamos em total apoio à luta dos trabalhadores franceses contra mais esse ataque, e junto a nossos camaradas do Révolution Permanente batalhamos para que os trabalhadores avancem rumo a uma vitória decisiva contra a reforma e o conjunto dos ataques capitalistas! A luta dos franceses é uma inspiração para nossa classe em todo o mundo se enfrentar com os ataques e da precarização do trabalho e da vida que recaem sobre nós diante da crise em curso.

Acompanhe no Esquerda Diário e em nossas redes sociais a cobertura minuto a minuto da luta na França e conheça o Révolution Permanente!




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