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Eleições 2022 | 4 verdades sobre Simone Tebet que demonstram o porque ela não é uma aliada na luta das mulheres

O debate de ontem(28) na Band expressou o reacionarismo da direita, a defesa dos ataques, como as reformas, que sequer foram questionadas e a demagogia por parte de Tebet (MDB) e Soraya (União Brasil) que argumentaram sobre a pauta de gênero, assumindo uma postura de suposta defesa dos “direitos da mulheres”, mas que na verdade esse disfarce progressista do feminismo liberal não está nenhum pouco à serviço das mulheres trabalhadoras, negras e pobres, mas sim da manutenção dos ataques que precariza ainda mais a vida das mulheres.

Emilly VitoriaEstudante de ciências sociais na UFRN e Militante da Faísca Revolucionária

segunda-feira 29 de agosto de 2022 | Edição do dia

O debate expressou o reacionarismo da direita, a defesa dos ataques, como as reformas, que sequer foram questionadas e a demagogia por parte de Tebet (MDB) e Soraya (União Brasil) que argumentaram sobre a pauta de gênero, assumindo uma postura de suposta defesa dos “direitos da mulheres”, mas que na verdade esse disfarce progressista do feminismo liberal não está nenhum pouco à serviço das mulheres trabalhadoras, negras e pobres, mas sim da manutenção dos ataques que precariza ainda mais a vida das mulheres.

Leia também: Debate na Band: a ausência de qualquer questionamento às reformas e ataques

Nesse sentido e tendo em vista que Simone Tebet foi a candidata que mais obteve seguidores após o debate tentando se colocar enquanto uma alternativa ou terceira via diante da polarização, segue abaixo 5 verdades sobre Tebet e o porque ela não é uma aliada na luta das mulheres contra o machismo e o patriarcado, nem uma saída para a crise.

Tebet é contra a legalização do aborto

Em sua última entrevista para o Roda Viva, a candidata do MDB afirmou que é contra a legalização do aborto, argumentando que o brasil ainda é um país conservador e que a população brasileira ainda não é “madura” o suficiente para levar adiante esse debate. A luta pelo direito ao aborto não só é uma demanda democrática das mulheres e de todas as pessoas que podem gestar, como também uma questão de saúde pública. No Brasil, as pessoas que mais morrem por abortos clandestinos são as mulheres negras e pobres. Assim, é fundamental lutar pela legalização do aborto, seguro e gratuito contra os ataques da direita e da extrema-direita e do patriarcado capitalista, que tenta ditar e controlar nossos corpos, assim como pela separação da Igreja e do Estado e não é isso que os setores mais à direita do feminismo liberal, como Tebet, defendem. É urgente lutar contra toda violência de gênero e pela livre expressão da identidade e sexualidade, livre das amarras do capitalismo.

Tebet votou a favor da reforma trabalhista e da previdência

No debate, defendeu o direito trabalhista das mulheres, além de falar sobre a situação das mulheres trabalhadoras que não tem onde morar. O único direito que Tebet defende é o direito das mulheres pobres e trabalhadoras serem exploradas pelas patroas e pelos patrões. A reforma trabalhista foi levada adiante pelo partido dela (MDB) e encabeçada pelo golpista Temer, assim como a mesma votou a favor da principal pauta econômica do governo Bolsonaro, a reforma da previdência, mas também votou a favor em 86% das outras propostas de Bolsonaro. Esses ataques são os responsáveis por precarizar a vida de milhões de brasileiros e brasileiras, que hoje enfrentam a absurda carestia de vida, o desemprego, a fila do osso e do lixo. Por isso, é preciso se enfrentar contra todo esse regime do golpe, com uma política de independência de classe que imponha pela força auto organizada dos trabalhadores e trabalhadoras a revogação de todas as reformas e ataques e que efetivamente lute pela igualdade salarial entre homens e mulheres, negros e brancos.

Tebet votou a favor da PEC do Teto de Gastos

No debate, a candidata criticou a atuação de Bolsonaro durante a pandemia, afirmando que o mesmo negou a vacina no braço do povo brasileiro. Sem dúvidas, Bolsonaro é o responsável por mais de 600 mil mortes pela Covid e pela crise do SUS. No entanto, Tebet votou a favor da PEC do teto de gastos que retira verba que deveria ser destinada à saúde e à educação para o pagamento da dívida pública, precarizando o SUS, o que fortalece a iniciativa privada dos monopólios da saúde. Isso significou que durante a pandemia o SUS não tinha recursos suficientes para lidar com a covid, o que afetou brutalmente os trabalhadores e trabalhadoras da saúde e por isso ela é responsável tanto pelas vítimas, quanto pela precarização da saúde pública.

Tebet, o agronegócio e sua atuação anti-indígena

Simone Tebet vem de uma família de oligarcas e latifundiária do Mato Grosso Sul. É uma das maiores defensoras do agronegócio que atua no genocídio do povo indígena e no desmatamento de suas terras. Tebet é herdeira de terras em um dos lugares onde mais existem conflitos entre indígenas e latifundiários, onde estão localizados territórios tradicionais reivindicados pelos povos Guarani-Kaiowá. No parlamento, já votou a favor da suspensão de todas as demarcações durante um período de quatro anos e pela indenização de grileiros e latifundiários. Além disso, é uma das maiores beneficiárias desse setor, em 2014, recebeu R$2.840,00 de grupos ligados ao agronegócio para sua campanha ao senado. O agronegócio é o responsável pelo extermínio dos povos originários, pelo ataque às mulheres indígenas, bem como o desaparecimento de crianças. Assim, é necessário confiar nas forças da classe trabalhadora organizada, junto com os indígenas, para fazer frente ao desmatamento da Amazônia e a crescente violência.

É mais que evidente que Simone Tebet não é nenhuma aliada dos trabalhadores e trabalhadoras, com seu demagógico discurso feminista liberal, a política e o programa que defende é de ataques a nossa classe. Para se enfrentar contra a direita e a extrema direita, derrotar Bolsonaro, revogar as reformas, lutar por pleno emprego, redução da jornada de trabalho e igualdade salarial, bem como pela legalização do aborto, seguro e gratuito e por demarcação das terras indígenas, com um programa que se enfrente com o agronegócio e exproprie as grandes empresas alimentícias, é necessário um feminismo socialista, que lute pelo fim do capitalismo e do patriarcado, com independência de classe e sem se aliar com empresários e nem com a direita, como faz o PT com a chapa Lula-Alckimin, que não defende de fato os interesses da classe trabalhadora e nem pode se comprometer com a defesa plena dos direitos das mulheres.




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