Onyx Lorenzoni, bolsonarista gaúcho que já recebeu propina da JBS, tem nome na lista da Odebrecht, já elogiou ditador sanguinário e lançou disparates negacionistas é, como se pode deduzir pelas afinidades citadas, o candidato de Bolsonaro para o governo do Rio Grande do Sul.
quinta-feira 15 de setembro de 2022 | 15:15
Foto: Evaristo Sa/AFP
Na última terça-feira (13), Lorenzoni foi entrevistado pelo Jornal do Almoço da TV RBS onde fez questão de passar uma figura alinhada a Bolsonaro, negando a má gestão do atual governo durante a pandemia, e disparando demagogias mentirosas de que este governo escolheu “a população” e não a “máquina” pública.
O Rio Grande do Sul é considerado um dos estados de maior base de apoio a Bolsonaro. O candidato Onyx Lorenzoni possui, conforme pesquisa IPEC publicada no dia 15 de agosto, 19% das intenções de voto. Se apresenta como alguém que ajudou a “recuperar o Brasil”, que livrou o país da “roubalheira” e elogia como “ótima” a desastrosa gestão da pandemia do governo Bolsonaro. Um grande mentiroso hipócrita.
Assim como o candidato ao governo federal, Lorenzoni não pode ser uma alternativa para a classe trabalhadora e o povo pobre e oprimido, e listamos aqui algumas das principais razões pelas quais não somente não se deve votar nesta figura reacionária, como também devemos combater as políticas que ele defende:
1) Aliado de Bolsonaro, figura reacionária de extrema direita que governa nosso país
A primeira razão pela qual Lorenzoni não pode ser alternativa para nossa classe é ser aliado do atual presidente. Bolsonaro representa o que há de mais retrógrado e degenerado, afirmou por diversas vezes defender a Ditadura que perseguiu, torturou e assassinou militantes de esquerda e opositores. Reproduz ideias machistas e misóginas de que a mulher é inferior, dizendo que sua filha foi fruto de uma “fraquejada”, naturalizando o estupro ao falar a uma parlamentar que não a estupraria porque ela “não merecia” e defendendo aberrações como que uma criança de 10 anos siga com uma gestação de risco. É responsável por mais de 685 mil mortes pela gestão desastrosa da pandemia de COVID-19 no Brasil, em uma situação de total calamidade mundial, quis oferecer um mísero auxílio de 200 reais para a população e foi o agente direto de reformas e privatizações que atacam diretamente a classe trabalhadora e os mais pobres como a reforma da previdência e privatizações como da Eletrobrás. Eleito levantando um perfil anti-corrupção, mostrou-se o corrupto dos corruptos, com manobras em benefício de seus filhos, montantes de milhares de reais em conta da primeira-dama e compras milionárias de imóveis com dinheiro vivo.
2) É ele próprio um exaltador de ditadores sanguinários
“O Chile lá atrás teve que dar banho de sangue para mudar princípios macroeconômicos”, essa frase foi dita por Onyx Lorenzoni e publicada em matéria do jornal O Estado de São Paulo em março de 2019. Para refrescar a memória, estávamos em um período de intensa movimentação no congresso, pois o governo recém eleito de Bolsonaro tentava aprovar a antipopular Reforma da Previdência, que seria aprovada em outubro daquele ano com um amplo apoio dos partidos burgueses golpistas e massiva campanha na mídia que prometia geração de emprego e renda com a nova reforma. Nesse cenário e em tom de ameaça, Lorenzoni reivindicou uma das figuras mais reacionárias da história da América Latina, o ditador Augusto Pinochet, figura central do processo ditatorial chileno que deixou mais de 40 mil mortos naquele país.
3) Lorenzoni é contra a fiscalização do trabalho escravo
Como já denunciamos neste artigo, Onyx Lorenzoni é contrário à fiscalização de trabalho escravo. Em 2021, Bolsonaro implementou decreto que retira do Ministério Público o poder para fiscalizar o cumprimento de normas trabalhistas nos locais de trabalho e repassa para o Ministério do Trabalho tal atribuição. Na prática, essa medida passa para o Ministério comandado até então por Onyx Lorenzoni a atribuição de fiscalizar trabalho escravo. É o sonho dos escravocratas – em especial os do campo, que Onyx tem bastante relação no sul, mas também os da cidade. Escravocratas? Como assim? No século XXI? Exatamente. Sob Bolsonaro, cresceu a lista de patrões que submetem trabalhadores a condições de trabalho análogas à escravidão no país. Também no ano passado nós vimos um dos maiores resgates de de trabalhadores em condições análogas à escravidão realizados dos últimos anos em uma fazenda da Souza Paiol, em Goiás. E adivinhem qual foi um dos 5 ministérios do atual governo pelo qual Onyx passou? O do Trabalho.
4) Diz que vai “proteger” a polícia racista do Rio Grande do Sul
Uma das afirmações de Lorenzoni na campanha foi a de que “policial aqui, será protegido. E bandido, ou muda lugar, ou muda de profissão". O que significa “proteção” de policiais na boca desses políticos reacionários, é justamente a garantia de impunidade para matar jovens pobres, negros e periféricos. Recentemente em agosto deste ano, vimos o caso do jovem negro Gabriel Marques Cavalheiro que apareceu morto depois de ser abordado por policiais. Gabriel foi abordado, espancado e levado por uma viatura da Brigada Militar do município de São Gabriel, localidade a aproximadamente 330 km de Porto Alegre. O corpo foi encontrado somente 7 dias depois da abordagem e a causa da morte, investigada pela própria polícia civil, segue sem conclusão. Um exemplo do tipo de “proteção” que o estado confere ao seu aparato de repressão, proteção para matar e seguir ceifando vidas negras sem que haja nenhuma punição aos assassinos.
5) É preciso combater a herança escravocrata que Onix Lorenzoni representa
Vimos durante os protestos em repúdio ao brutal assassinato de João Alberto de Freitas, o negro Beto, dentro de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, que a juventude e classe trabalhadora gaúcha não irão aceitar a herança racista a qual representa a figura de Lorenzoni no estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre é a capital com maior desigualdade racial do país e isso coloca pra vanguarda operária e estudantil uma tarefa elementar: combater toda expressão de racismo e opressão. Nesse sentido, precisamos tomar como tarefa a denúncia frontal de figuras reacionárias como a de Lorenzoni e batalhar para organizar o enfrentamento contra seus ataques e suas políticas nefastas, que sabemos que não se encerram e nem se resolvem com eleições.
Desde o Esquerda Diário, colocamos a necessidade de nos organizarmos para enfrentar Bolsonaro, o bolsonarismo - representado em figuras reacionárias como a de Lorenzoni - e as reformas e privatizações que corroem as condições de vida da classe trabalhadora e do povo pobre e oprimido. Para fortalecer esta perspectiva, no Rio Grande do Sul estamos apresentando a candidatura da jovem estudante, feminista socialista Valeria Mueller para Deputada Federal pelo Polo Socialista e Revolucionário, uma candidatura que é uma voz para nos fortalecer para as batalhas que temos que dar.