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Feminismo Socialista | 8M: vem com o Pão e Rosas por direito ao aborto, revogação das reformas e contra as privatizações no ato em BH

A manifestação do 8 de março em BH esse ano se concentra às 16h na Praça da Liberdade. Vem com bloco feminista socialista do Pão e Rosas lutar pela base por direito ao aborto, revogação das reformas e contra as privatizações. Façamos como as mulheres peruanas!

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

MaréProfessora designada na rede estadual de MG

terça-feira 7 de março de 2023 | Edição do dia

O primeiro 8 de março após a saída do reacionário e misógino Bolsonaro da presidência não pode baixar a guarda. Essa foi a discussão que permeou a construção do dia internacional de luta das mulheres em 2023, na qual nós, do Pão e Rosas, demos uma batalha pela defesa do direito ao aborto, da revogação das reformas e contra a privatização do metrô em BH, pela luta que seja feita desde a base em cada local de trabalho e estudo, com as mulheres trabalhadoras à frente em aliança com movimentos de mulheres e LGBTQIAP+ e com total independência política do governo Lula-Alckmin.

O Centro Acadêmico de filosofia da UFMG, por exemplo, fará uma assembleia hoje para organizar es estudantes para a manifestação e se posicionando ativamente contra a opressão machista no curso contra as estudantes, trabalhadoras efetivas e terceirizadas e professoras. Trabalhadores da educação das redes municipais de Belo Horizonte e de Contagem, categorias majoritariamente femininas, também paralisam suas atividades na data de luta internacional das mulheres. As metroviárias que seguem em greve contra a privatização e em defesa dos empregos e pela ampliação do metrô 100% público. Ao mesmo tempo, as mulheres peruanas seguem heroicamente nas ruas contra o governo golpista de Dina Boluarte e as francesas avançam numa paralisação histórica contra a reforma da previdência de Emmanuel Macron.

E se o 8 de março fosse construído com assembleias em cada universidade, escola, hospital, fábrica, ocupação urbana, territórios, para colocar de pé a força das mulheres “quando se enojam de tudo a sua volta” (como dizia a revolucionária Louise Michel)? Qual seria a potência desse dia de luta que foi criado pelas mulheres socialistas e a cada ano reforça sua importância?

Por um 8M independente

Organizada por vários coletivos, partidos e entidades reunidos na frente 8M Unificado, a manifestação deste 8 de março em BH se concentra às 16h na Praça da Liberdade, com o mote “Vida digna, diversidade, direito ao aborto! Nas ruas contra o racismo, fascismo e capitalismo”. Estaremos junto ao carro de som Caravelas, que manteve sua coordenação de forma independente em relação aos governos. A construção desse mote envolveu a batalha que demos pelo Pão e Rosas e outros movimentos de mulheres no sentido de que, se o movimento de mulheres se subordina ao atual governo, será incapaz de unificar-se com um batalhão de mulheres atingidas pelas reformas trabalhistas e da previdência, com estudantes que sofrem dia a dia com a reforma do ensino médio: todas reformas que o atual governo já se comprometeu em não revogá-las. Também levaremos no ato faixas classistas em comum com sindicatos ligados à CSP-Conlutas, batalhando pelos direitos das mulheres com completa independência em relação a todos os governos e ao Estado.

É com a unidade da força do movimento de mulheres com a classe trabalhadora que podemos combater todo legado da extrema direita que segue sua cruzada contra o direito ao aborto e que nos querem sem o direito a decidir nosso gênero e nossa sexualidade, sem direito ao nosso corpo, mortas por abortos clandestinos e feminicídios, violentadas e superexploradas pelos patrões que lucram com a terceirização, uberização e dita “modernização” racista e machista da reforma trabalhista. E que para isso contam com um judiciário patriarcal e reacionário que foi parte das instituições que apoiaram as reformas e que mantém o aborto na ilegalidade.

Por isso, não rebaixamos nossas bandeiras, como farão novamente as direções sindicais e de movimentos feministas ligadas ao 8M Popular, ligados ao PT, que para tentar fazer deste dia um dia de apoio ao governo Lula/Alckmin, não defendem a revogação das reformas e novamente se negam a erguer as bandeiras pelo direito ao aborto, como fizeram durante 13 anos dos governos Lula e Dilma no Brasil.

Ao contrário disso batalhamos para ligar o movimento de mulheres à luta de classes, tendo como exemplo a brava luta das mulheres e do povo peruano que se enfrentam há meses com um governo golpista em seu país, com um governo de uma mulher racista como Dina Boluarte que reprime sobretudo as mulheres indígenas que estão na linha de frente do combate a esse golpe e já assassinou mais de 70 manifestantes. Enquanto o governo brasileiro segue aprofundando suas relações com esse governo golpista. Exigimos que o governo brasileiro rompa imediatamente sua relação de ajuda material e sustentação ao governo golpista de Dina Boluarte no Peru.

Em Belo Horizonte tem uma importância a mais a luta das e dos trabalhadores metroviários. Durante anos os governos Bolsonaro e Zema fizeram de tudo para privatizar o metrô. Usam a demagogia da ampliação do metrô por via da iniciativa privada, mas a única promessa que podemos confiar é a do lucro acima da vida, das mulheres que se dividem em jornadas duplas ou triplas seguirem perdendo o seu dia e sendo assediadas no transporte público, a super exploração dos trabalhadores. E agora o governo reacionário de Romeu Zema conta com o apoio do governo Lula Alckmin na privatização do metrô, com o governo federal se preparando para assinar a concessão do metrô no dia 10/03. E o fazem ao gosto da casa grande, visto que o comprador do metrô, um empresário bilionário dos transportes, é denunciado por trabalho escravo e assassinatos.

A luta contra a privatização do metrô deveria ser uma luta estadual, unindo sindicatos e entidades estudantis organizando paralisações desde as bases, para fortalecer a greve de metroviários. Mas até agora escutamos um atordoante silêncio de parlamentares do PT frente esse ataque e não não houve um único plano de lutas sequer por parte da CUT para unificar sindicatos com essa greve e contra demais ataques do governo Zema. O movimento de mulheres não pode se calar frente a assinatura da privatização que o governo Lula-Alckmin vai fazer na próxima sexta, dia 10, menos ainda diante de uma greve que tem bravas metroviárias à frente, buscando garantir ao menos seus empregos públicos, o que se é acontece é uma vitória dessa luta e não uma benevolência do governo.

Nosso feminismo é socialista!

Nesse 8 de março, dia inaugurado pelas mulheres socialistas de diversos países, levamos a frente essas batalhas desde a perspectiva de um feminismo socialista e, portanto, profundamente internacionalista, que vibra com a fortíssima greve na França nos dias de hoje e amanhã, confluindo com o 8 de março. Nossa luta é pela construção de uma sociedade sem opressão nem exploração que acabe com o capitalismo e com o patriarcado, em que o trabalho não seja uma amarra e uma fonte de lucro potencializado pelo massacre aos direitos mais básicos das mulheres, LGBTQIAP+, negres, indígenes e todes es trabalhadores. Uma sociedade com direito ao pão, mas sobretudo às rosas.

Quer nos encontrar no 8 de março em Belo Horizonte? Envie uma mensagem para 31 99802 1389 (Lina)

Participe do Encontro Comunista do Pão e Rosas: 25/03, 15 horas. Clique aqui para se inscrever.




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