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GREVE DA EDUCAÇÃO DE MG | A greve continua! Tomar a greve da educação de MG em nossas mãos para termos vitórias

quarta-feira 18 de abril de 2018 | Edição do dia

Na última Assembleia Estadual da educação em Minas Gerais, os professores votaram pela continuidade da greve, apesar da tentativa do desmonte e fim da greve pela direção do SindUTE-MG e do Conselho Geral. A votação expressou o repúdio a isso e ao enorme desrespeito do governo petista de Fernando Pimentel contra os professores em Minas Gerais. Governo cujo secretário chama os professores de idiotas; que não cumpre acordos com os professores e ainda reprime suas greves, mas que segue à risca a Lei de Responsabilidade Fiscal; que tenta privatizar a Codemig e promete privatizar a previdência pública. Enquanto isso, os professores e servidores seguem recebendo salários atrasados e parcelados, com menos do que deveria estar sendo pago pelo governo na área da educação (piso), e sem atendimento de saúde garantido pelo Ipsemg.

Porém, agora nossa greve está lançada à própria sorte pela direção do SindUTE/MG. A direção do SindUTE-MG ao longo de toda a greve foi contrária a proposta de comandos de greve democráticos, como os propostos pelo Nossa Classe, com delegados eleitos pelas escolas em greve. Assim como não fortaleceu os comandos de greve existentes em poucas regiões, controlou informações da base, de atos e atividades da greve, se negou a fazer ações contundentes - como a proposta pelo Nossa Classe de um “dia D” da educação no estado para colocar Pimentel contra a parede -, e agora praticamente abandonam a greve, sem calendário de atividades para fazer com que sejamos vitoriosos. Esse é o papel que uma entidade sindical comprometida com conquistar vitórias para os trabalhadores nunca poderia fazer. 

Por isso é hora de tomar os rumos da greve em nossas mãos, mãos dos professores e professoras que estão à frente da greve em suas regiões, exigindo que a direção sindical saia da função de desmonte da greve e atropelo da base, e que fortaleçam ações efetivas, sem abandonar a luta como se estivéssemos vencidos. Outras greves estão sendo vitoriosas pelo país. Os servidores municipais de São Paulo foram vitoriosos e derrotaram a reforma da previdência do Jõao Dória. Os professores do Amazonas conquistaram um aumento salarial de 27%. Em Minas Gerais também podemos vencer! 

E sendo vitoriosos ganhamos forças para os trabalhadores contra os ataques do PT no estado e dos golpistas nacionalmente, que agora tiveram mais uma ofensiva com a prisão do Lula, que corretamente nossa greve votou contra mais essa arbitrariedade que só vem para atacar os direitos democráticos dos trabalhadores e da população. O governo petista querer derrotar a greve da educação em Minas Gerais, que é a categoria mais valente e lutadora no estado nos últimos anos, só pode servir para fortalecer a direita como PSDB e grupos de extrema direita como os reacionários do MBL, Direita Minas e suas variantes.

Proposta da PEC usada como entrega de nossas pautas pela direção do SindUTE/MG

A proposta da PEC (Proposta de Emenda Constitucional), feita pela Assembleia Legislativa, foi apresentada pelo Conselho Geral e pela direção do SindUTE/MG como uma forma de acabar com a greve. Porém, sem nenhuma de nossas pautas atendidas e sem a garantia sequer da votação da PEC, que necessita da assinatura de 26 deputados para tramitar e da votação de 48 deputados para ser aprovada. Isso gerou muita revolta entre os professores. Por isso, a categoria aceitou que os deputados tentem aprovar a PEC, mas deram o recado de que esta não será a pauta de nossa categoria. Seguiremos lutando pelas nossas demandas, porque a PEC na prática é mais uma promessa de pagamento do piso. E de promessas estamos fartos!

Argumento da Lei Eleitoral como subterfúgio de fim da greve, não vale!

É estarrecedor que a direção do SindUTE-MG tenha usado a Lei Eleitoral para começar uma greve decretando o dia de seu fim. Se o sindicato tem 13 advogados, sendo dois que são membros e conselheiros da OAB Sindical Estadual e Nacional, esse aparato jurídico tem que ser usado a favor da nossa greve e não contra. Temos precedentes de lutas radicalizadas que conquistaram aumento salarial acima da inflação em ano eleitoral, como a greve dos Trabalhadores da USP, em 2010, com comunicado oficial do CRUESP (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) de que o reajuste foi feito acima da inflação, em ano eleitoral. Além disso, sabemos que nosso acordo com Pimentel foi firmado em 2015. Ou seja: não há nada de novo na história. Reafirmar a Lei Eleitoral contra a possibilidade de vitória em nossa greve é fazer o discurso do governo. 

É mais urgente que nunca que surjam comandos com delegados eleitos nas escolas em greve, por todo interior e na região metropolitana

A proposta de fim da greve foi feita com base na avaliação de 57 comandos de greve, 31 deles favoráveis ao encerramento da greve. Porém, o que explica que a base da categoria tenha votado contra a orientação do Conselho Geral? Primeiro, causou espanto que durante uma greve de mais de 30 dias nunca tenham existido comandos na ampla maioria das regiões, mas que - quando a direção quer acabar com a greve - eles surjam da noite para o dia. 

É grande a urgência de que surjam comandos com delegados eleitos nas escolas em greve, expressando as avaliações de quem está construindo a greve no dia a dia, sendo atacado por bomba de gás do governo petista, e panfletando em suas regiões. Se no interior do estado, onde a greve está mais forte, surgem comandos desse tipo, isso pode dar uma nova energia para a greve. Porém, não vem se tratando disso, e os representantes do comando são pessoas que muitas vezes sequer comprometimento com a greve tem, pois não foram eleitos durante a greve. Por isso muitos representantes de comandos foram vaiados pelos professores em greve de suas cidades. E pelo mesmo motivo que defendemos, desde o início da greve, comandos com representantes eleitos nas escolas em greve.

Em BH e na região metropolitana nos somamos ao chamado dos professores em greve da Escola Estadual Helena Guerra em reunião do dia 11 de abril, para a realização emergencial de um comando metropolitano com representantes eleitos nas escolas em greve, para avaliar próximas ações até a nossa assembleia no dia 18/04. Toda inércia da direção do SIndUTE/MG nesse momento significa dar forças para que Pimentel consiga derrotar a nossa greve. Não podemos permitir! Temos que tomar os rumos da greve em nossas mãos e exigir que o sindicato esteja na linha de frente da luta. 

Por uma ampla campanha de ações em apoio à greve

Exigimos que a CUT, CTB, UNE e UBES cumpram seu papel, decisivo para fazer a greve ser vitoriosa, e partam para a ação desde as bases que dirigem pra mostrar que vão deixar de lado sua trégua com Pimentel. Mas não podemos confiar. Sabemos que nesse momento as organizações ligadas ao PT só farão algo se forem pressionados. Então, cabe à esquerda ser a primeira a mover ações nos sindicatos e entidades estudantis que dirigem para pressionar as grandes centrais e entidades estudantis ligadas à CUT e à CTB. O PSOL e as intersindicais, o PSTU e a Conlutas, que vem apoiando a greve de professores, devem cobrir a greve da educação de Minas Gerais de solidariedade, estadual e nacionalmente, com ações de visibilidade em apoio à nossa luta. Além de mover seus parlamentares como as do PSOL em Belo Horizonte. 

Apenas assim será possível que a nossa exigência se faça real: É POSSÍVEL VENCER!

foto: Gill de Carvalho- Sind-UTE/MG




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