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Eleições 2022 | A volta do pato arrependido: Moro reata com Bolsonaro por um espaço na política

Sergio Moro (União Brasil), ex-juíz que afirmava que jamais entraria para a política, ex-ministro que rompeu com o governo Bolsonaro em abril de 2020 acusando o presidente de interferir na chefia Polícia Federal, se elegeu senador pelo Paraná e reatou relações com Bolsonaro buscando se localizar melhor e encontrar seu lugar ao sol entre os reacionários e a extrema direita.

terça-feira 18 de outubro de 2022 | Edição do dia

Moro já havia declarado voto em Bolsonaro no primeiro turno e no último debate da Band esteve presente como capacho do presidente para marcar sua posição e tentar encontrar seu espaço, ironicamente como um político anti corrupção, depois de fazer vistas grossas para diversos casos de corrupção envolvendo Bolsonaro, sua família e milicianos quando ministro da justiça. Memes nas redes sociais questionam se seria o retorno do pato arrependido. Bolsonaro por sua vez, interessado nos votantes que elegeram Moro para o senado, se apressou em dizer que o passado fica no passado e que está tudo superado.

Moro foi protagonista do golpe institucional de 2016 e da prisão arbitrária de Lula, o que permitiu todos os ataques como a reforma trabalhista com Temer e a reforma da previdência com Bolsonaro, o filho indesejado da burguesia após o golpe. Enquanto ministro, Moro aprovou seu "pacote anti crimes", que na verdade, veio para aprofundar o caráter racista e autoritário do estado brasileiro contra a população. As medidas restringem o direito de defesa de acusados, ampliou e agravou penas, muitos crimes se tornaram hediondos, deu um salto na vigilância estatal, autoriza a gravação de presos e também o pagamento de honorários pela corporação policial para os policiais que assassinam.

Moro foi um juiz treinado pelo Departamento de Estado dos EUA para conduzir a Lava Jato com o objetivo de entregar o petróleo brasileiro para o imperialismo e permitir o avanço de diversas privatizações pelo país. Vazou na Wikileaks ainda em 2016 isso e saiu no Esquerda Diário.

Moro chegou a ensaiar uma tentativa de ser a “terceira via” para as eleições para presidente, flertou com a base de extrema direita com várias declarações machistas, lgbtfóbicas e anti aborto. No senado será um representante forte dos ataques contra a classe trabalhadora para seguir descarregando a crise sobre as nossas costas e salvar os ricos capitalistas. Para combater Moro, todo o senado reacionário que se elegeu, o Congresso, o bolsonarismo e toda a extrema direita não basta expressar descontentamento nas urnas, é preciso sair às ruas desde já, como fazem estudantes universitários contra os cortes de Bolsonaro na educação.

É preciso que as grandes centrais sindicais e a UNE organizem um plano de lutas e convoquem a unidade entre trabalhadores e juventude para lutar nas ruas pela revogação de todos os ataques e reformas, a começar pela trabalhista. Chega de abrir espaço para a direita e extrema direita! É preciso um programa para que os capitalistas paguem pela crise!




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