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Agronegócio | Agricultura e pastagem são as principais causas de incêndio na Amazônia, diz estudo

O Brasil concentra mais de 70% dos focos de incêndio na Amazônia, diz estudo. A pesquisa afirma que os focos de incêndio na região durante o período de 2003 a 2020, estão mais relacionados com o uso em áreas de pastagem e agricultura, do que a fatores naturais como a seca.

quinta-feira 27 de outubro de 2022 | 13:25

Foto: Fernando Alves/Agência Brasil

Um estudo, conduzido pelo Inpe, Cemaden e UFMA, analisou as causas dos focos de incêndio na Amazônia entre 2003 e 2020. Os pesquisadores ampliaram a pesquisa para englobar todos os países que fazem parte do bioma, ou seja, Brasil, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname, Guiana Francesa e Equador.

Ele chegou a conclusão de que os principais países que concentraram os focos de incêndio foram Brasil e Bolívia. Sendo que 63% da floresta encontra-se em território brasileiro. Em média, mais de 70% dos focos de incêndio ocorreram na Amazônia brasileira, o que correspondeu a mais da metade das áreas queimadas. No caso boliviano, a área queimada anualmente correspondeu a cerca de um terço do total.

Segundo o estudo, quando os focos de incêndio são analisados pelo tipo de uso do solo, em média, anualmente, 32% das áreas queimadas são em áreas agrícolas, 29% em campos naturais, 16% em áreas de florestas maduras e 13% em áreas úmidas. Ou seja, a maioria dos focos de incêndio encontra-se em terras agrícolas que são dominadas por grandes áreas de pastagens e servem principalmente ao agronegócio. Essa prática é ilegal no Brasil, exceto para o caso de agricultura de subsistência.

Os dados encontrados estão relacionados com o avanço do agronegócio na região Amazônica, incentivados pela política do governo Bolsonaro que desmantelou as políticas de fiscalização, bem como pelo discurso mentiroso e racista do presidente que já atribuiu aos "caboclos e indígenas” da região a culpa pelo aumento dos incêndios. Bolsonaro e os militares se apoiam na sede de lucro do agronegócio e no racionalismo de fazendeiros e garimpeiros para assassinar de forma covarde e brutal as populações indígenas.

Os pesquisadores também afirmam que as ocorrências de focos de incêndio foram maiores nos anos 2000, diminuindo durante 2013 e 2014, para crescer novamente nos anos seguintes. Esses dados mostram que o avanço do agronegócio na região, com as queimadas para transformar a floresta em região de pastagens, não é uma exclusividade dos anos recentes. Sendo que também, durante os anos do governo petistas, a despeito de uma política governamental distinta da bolsonarista, houveram aumentos de incêndios na região, como fruto do avanço do agronegócio. Ou seja, os governos do PT não fizeram absolutamente nada para que não avançasse o agronegócio no país, ao contrário, governaram também em aliança com esses setores que são inimigos declarados dos povos indígenas e de seus direitos.

O ano de 2020, aquele em que o bolsonarista e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, falou que iria “passar a boiada” nas leis ambientais, é marcado por um significativo aumento nas queimadas de florestas que, segundo os pesquisadores, representam uma anomalia entre os anos de 2003 e 2020. Isto porque, apesar do total de ocorrência e da área queimada ser ligeiramente maior do que a de 2019, a queima de áreas de florestas aumentou consideravelmente.




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