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Política Fluminense | André Ceciliano tece elogios a Cláudio Castro e revela parceria do PT com o bolsonarismo

André Ceciliano é candidato ao Senado pelo PT e tem grande respeito pelo governador bolsonarista Cláudio Castro.

sexta-feira 6 de maio de 2022 | Edição do dia

Candidato de Lula ao Senado no RJ, André Ceciliano não poupou elogios ao governador Cláudio Castro em entrevista para a Carta Capital. André Ceciliano é presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e foi figura chave na manutenção da governabilidade de Castro.

Na entrevista, André Ceciliano afirmou que o governador Cláudio Castro - responsável pela chacina do jacarezinho que ocorreu em maio de 2021 e que deixou 28 vítimas - tem o perfil de diálogo:

"O Cláudio tem um perfil também de diálogo, de conversa. O Cláudio não tem um perfil do Parlamento, de defesa de pontos extremos, ele não se coloca como extremo. Ele é o candidato do Bolsonaro. E eu digo isso desde sempre: o Bolsonaro precisa mais dele no Rio do que ele do Bolsonaro, não tenha dúvida disso. O governo tem feito muitos investimentos e tem obras em todos os municípios."

Na entrevista, ainda, Ceciliano deixou clara as relações de parceria que o PT-RJ vem construindo com políticos bolsonaristas, de extrema direita, e da direita tradicional, para além do próprio Cláudio Castro. Na entrevista, citou a possibilidade da União Brasil e do PSD de Eduardo Paes discutirem o apoio à sua candidatura ao Senado, citando diretamente a política fisiológica, o velho toma-lá-dá-cá, praticado pelo PT no Estado do Rio de Janeiro.

Estas "revelações" nunca foram segredo nenhuma, a militância de base do PT é que faz cara de paisagem... No sábado (30), em São João de Meriti, o lançamento da candidatura de Ceciliano mostrou bem a cara desse fisiologismo. Segundo matéria publicada pelo próprio PT-RJ, o leque de convidados foi do prefeito de Belford Roxo, o bolsonarista Waguinho (União Brasil), até Jandira Feghali (PCdoB). Outros ilustres bolsonaristas como o ex secretário de Castro, Max Lemos (PROS) e Dr. Luizinho (PP) são mencionados na matéria.

No lançamento, Ceciliano discursou deixando claro suas atitudes de conciliação com o bolsonarismo:

“Um sujeito falou assim: mas eu vi você beijando o governador. Tem uma foto sua beijando o governador. Tem uma não, tem mais de vinte. Que eu faço assim com todo mundo. (...)"

Logo após esse lançamento que reuniu alguns milhares, Ceciliano já começou a campanha com o pé direito, visitando a Assembleia de Deus junto a Otoni de Paula. Há um mês atrás esse deputado federal ultra-bolsonarista sugeriu em discurso na Câmara que Lula e sindicalistas deveriam ser "levar bala".

Vê se logo o que Ceciliano quer dizer como "perfil de diálogo"... significa todo tipo de aliança com direitistas, milicianos, ultraconservadores etc.

Lula é André Ceciliano

O direitismo de André Ceciliano pode assustar pessoas que estão começando a se inteirar da política agora. Mas a verdade é que a prática do atual presidente da Alerj e candidato ao Senado representa a prática histórica do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro, que sempre se aliou com qualquer partido de direita para poder governar. Antes era o MDB de Sergio Cabral e Pezão, agora são os laços com bolsonaristas e direitistas, e também com a direita tradicional representada no PSD de Eduardo Paes.

Ceciliano só está no lugar que ocupa hoje por ter mostrado seu "valor" aos interesses burgueses, em 2017 votou à favor da privatização da Cedae e isso lhe garantiu a presidência da Alerj no ano seguinte. Essa posição ocupada pelo PT no regime carioca é utilizada não para favorecer os trabalhadores, para investir nos serviços públicos, ou para lutar contra a repressão policial que recai sobretudo sobre os negros. Pelo contrário, são ataques e mais ataques, com a garantia da manutenção d plano de recuperação fiscal para a garantia do lucro de um punhado de empresários e seus políticos de estimação, enquanto faltam profissionais dos serviços públicos, falta investimento nas escolas, em hospitais, etc. Isso é o que a política conciliatória do PT tem para oferecer para o Estado do Rio de Janeiro.

A candidatura de Marcelo Freixo por sua vez também não questiona nada nada disso, pelo contrário, assume-se como um projeto deste mesmo regime, contando com o apoio de PMs do BOPE, economistas liberais, pastores e empresários, e é por isso também que, no Rio, Lula é Freixo.

Leia também: Marcelo Freixo assume seu projeto burguês no PSB: um diálogo com quem ainda acha que ele é de esquerda




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