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Mulheres na guerra | Arthur do Val é expressão deste regime político degradado: somente a força das mulheres e trabalhadores pode derrotá-los

Arthur do Val, um reacionário de primeira linha, teve seus áudios que se referiam às mulheres refugiadas ucranianas de forma extremamente machista, racista e xenófoba vazados na internet. Nele o membro do MBL e Deputado Estadual de SP pelo Podemos, partido de Sérgio Moro, mostrou mais uma vez o que já sabíamos, que a direita odeia as mulheres, os imigrantes, e mesmo em meio a uma situação de guerra não tem nenhum escrúpulo para destilar seu reacionarismo.

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

domingo 6 de março de 2022 | Edição do dia

A repercussão foi imensa, com milhares de mulheres expressando sua revolta e seu ódio contra essas declarações absurdas. Pela intensa repercussão, Arthur foi obrigado a retirar sua candidatura ao governo do estado de São Paulo pelo Podemos, e soltou uma nota hipócrita na internet acompanhado de um vídeo onde tenta explicar suas declarações como “coisa de muleque”. Nós do grupo de mulheres Pão e Rosas rechaçamos fortemente essas declarações às vésperas do 8 de março, e estamos construindo os atos e manifestações, convocando as mulheres a saírem às ruas contra mais esse absurdo.

Ao mesmo tempo, é preciso apontar que a ida do MBL à Ucrânia é reveladora da campanha internacional que promove os EUA e seus aliados na OTAN. Com o suposto argumento de “ações humanitárias” o imperialismo se aproveita da guerra reacionária promovida por Putin para incentivar esse tipo de ação para encobrir sua política nefasta que nunca se preocupou com o povo e as mulheres ucranianas, mas busca apenas continuar com sua política armamentista de expansão no leste europeu.

Em meio a isso, praticamente todas as figuras políticas se posicionaram em rechaço ao conteúdo dos áudios, incluindo setores de extrema direita como Damares Alves. Moro, que às vésperas da ida do deputado para Ucrânia saudou entusiasticamente a iniciativa dos seus fiéis escudeiros do MBL, também foi obrigado a condenar o ocorrido.

O MBL nos momentos prévios às eleições de 2018 foram os mesmos que atacaram exposições de museus, professores que tratavam do tema de gênero nas escolas, a distribuição de alimentação para a população em situação de rua, e agora vêm falar “em nome da liberdade de expressão”, defendendo o direito de legalização do nazismo.

A direita que se diz opositora ao bolsonarismo, como o MBL e Moro, e a extrema-direita, agora fazem demagogia, e condenam as declarações para preservar seus próprios interesses, ainda mais com a proximidade das eleições, porque o tema da guerra tem grande repercussão, e querem manter a sua política em defesa da OTAN, uma organização militar reacionária, que é parte fundamental de manter os interesses imperialistas que massacram as mulheres mundo afora. Tudo para preservar um regime político degradado que sustenta e produz figuras como Arthur do Val.

Por outro lado, diversos setores do PT também soltaram declarações de repúdio, ao mesmo tempo que se negam em construir um 8 de março combativo, organizado desde às bases e com um programa que responda aos reais problemas das mulheres e jovens trabalhadoras, porque seu foco está nas eleições de forma articulada com figuras reacionárias como Alckmin, que até pouco tempo atrás também tinha no MBL de Arthur do Val um dos seus aliados.

O que nos leva ao debate sobre os erros que se tem cometido na esquerda de insistir na estratégia de conciliação de classes ou de achar que vão “lutar contra o bolsonarismo” com partidos e figuras desse tipo: diversos setores da esquerda como Isa Penna do PSOL e o PCdoB dividiram o palanque com o MBL, defendendo que todos deveriam estar juntos na luta contra Bolsonaro. Várias outras organizações como PSTU e PCB, além do próprio PT e PSOL, impulsionaram juntos o super pedido de impeachment lado a lado do MBL, a partir da defesa de uma “unidade de ação” com todos os setores, o que inclui o reacionário MBL. É preciso tirar uma lição para não cometer os mesmos erros, pois o que se revelou agora nas falas de Arthur do Val é algo que todos sabemos sobre o caráter degradado e reacionário da direita, e que nenhuma luta com setores desse tipo vai fortalecer os trabalhadores - a resposta deve se pautar sempre na independência de classe.

Não podemos confiar em nenhuma ala desse regime político, que agora faz demagogia buscando medidas contra Arthur do Val, mas que é o responsável pelo crescimento dos casos de femincídios, pela violência machista e LGBTfóbica e pelas milhares de mortes todos os anos fruto de abortos clandestinos.

Nossa resposta tem que ser de maneira independente, rechaçando frontalmente as declarações asquerosas de Arthur do Val e tudo o que ele defende, com a força e organização das mulheres e dos trabalhadores para calar a boca daqueles que querem manter o machismo, o patriarcado e que são implementadores de políticas reacionárias de todo o tipo, e junto com isso ecoar nosso grito neste 8 de março: Não à guerra! Fora as tropas russas da Ucrânia! Fora a OTAN e o imperialismo da Europa Oriental! Além de em nosso país seguir firme com a batalha por Fora Bolsonaro, Mourão e Damares com a revogação de todas as reformas.




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