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Movimento Estudantil | Atos em mais de 100 cidades: é preciso seguir a mobilização contra Bolsonaro e os cortes na educação

Estudantes por todo o país estiveram nas ruas para rechaçar os cortes bilionários de Bolsonaro na educação. É preciso um plano de lutas organizado desde a base pela UNE para derrotar a extrema direita bolsonarista misógina, os ataques à educação e as reformas com a força da nossa luta!

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

quarta-feira 19 de outubro de 2022 | Edição do dia

Estudantes por todo o país estiveram nas ruas para rechaçar os cortes bilionários de Bolsonaro na educação. É preciso um plano de lutas organizado desde a base pela UNE para derrotar a extrema direita bolsonarista misógina, os ataques à educação e as reformas com a força da nossa luta!

Ontem milhares de estudantes em mais de 100 cidades do país foram as ruas contra Bolsonaro e os cortes na educação. Com Bolsonaro já são 8 anos de cortes consecutivos na educação, que se aprofundaram com o golpe institucional de 2016 e o Teto de Gastos. Só o atual bloqueio foi de R$2,4 bilhões. O governo só recuou parcialmente quando UFAL e UFBA realizaram fortes manifestações mostrando que só a luta pode revogar integralmente os cortes e bloqueios na educação. Nos atos de ontem, algumas cidades deram demonstrações de que nossa luta pode ser ainda mais forte, mesmo não sendo atos de milhares como já se expressou em outros momentos da luta estudantil, a disposição de todos os setores que foram às ruas nesta terça-feira precisa ser impulsionada por um plano de lutas organizado em cada universidade, IFs e escolas do país, onde as entidades estudantis sejam ferramentas para que o conjunto dos estudantes possam decidir como dar seguimento a essa luta.

Em algumas capitais, uma vanguarda estudantil marcou presença nas ruas a partir de se organizar desde suas universidades, em muitos casos paralisando suas aulas para se mobilizar.

Em São Paulo, diversos cursos da USP paralisaram suas atividades e o dia começou com trancaço de uma das entradas da universidade. Na UFABC, centenas de estudantes estiveram presentes juntos, assim como UNIFESP e secundaristas. Milhares estiveram nas ruas e um bloco dos estudantes da USP marcou o ato. Em Campinas, houve ato na manhã na UNICAMP e pula-catraca no bandejão, seguindo as ações de solidariedade às terceirizadas que vieram ocorrendo.

No Rio de Janeiro, milhares de estudantes estiveram nas ruas. Estudantes da UFRJ fizeram forte bloco próprio, assim como na UFF, a história, geografia e outros cursos se organizaram em blocos expressando uma vontade de luta. Secundaristas de Institutos Federais fortemente atacados por Bolsonaro também estiveram na manifestação.

Em Natal, centenas de estudantes estiveram nas ruas se organizando a partir da UFRN e do IFRN.

Em Belo Horizonte , estudantes, professores e técnicos da UFMG estiveram presentes no ato junto a secundaristas e estudantes da UEMG.

Fala da Luiza Eineck, da UNB e militante da Faísca Revolucionária em Brasília:

Os setores que saíram para as ruas para lutar apontam um caminho do que seria necessário para enfrentar o bolsonarismo que só vai ser derrotado na luta. É bastante compreensível que o caráter majoritário dessas manifestações tenha expressado também como muitos setores irão depositar seu voto em Lula como parte expectativa de derrotar Bolsonaro. Esse foi parte do caráter que as direções do ato quiserem imprimir, inclusive com muitas das falas das organizações quase não mencionando os cortes e ataques à educação. Como expressamos na construção do dia 18 em inúmeras assembleias pelo país nós do MRT vamos estar na primeira fila, como sempre estivemos, do combate ao bolsonarismo, estando lado a lado daqueles trabalhadores e jovens que não querem um novo governo Bolsonaro, e vão votar em Lula, nulo ou irão se abster.

Mas fazemos isso alertando que a única saída é desenvolver nossa unidade com os trabalhadores e não com a direita. A chapa Lula-Alckmin em nome de acordos e dos votos das fatias mais conservadoras da sociedade abandona pautas históricas do movimento feminista, LGBTQIAP+ e da juventude como o direito ao aborto, a legalização das drogas e dá declarações contrárias ao uso do banheiro de acordo com a livre construção de gênero de cada pessoa, , além disso, para agradar os patrões e empresários, essa chapa não levanta a revogação das reformas que aprofudaram a precarização das nossas vidas, com trabalhos cada vez mais exploradores e sem direitos. Isso fortalece a extrema direita pois dá munição aos setores que foram base do próprio Bolsonaro ao longo de seu governo. Lutar por essas demandas, ao contrário de dividir a luta contra Bolsonaro, é a única forma de poder unificar a juventude e a nossa classe a partir de demandas que são muito sensíveis em nossas vidas, mas sem abrir mão de dar um combate aberto e claro contra a ideologia capitalista e conservadora na qual o bolsonarismo se sustenta.

Essa vontade de lutar que se expressou ontem precisa ser impulsionada por nossas entidades e em primeiro lugar pela UNE. É necessário que essa entidade convoque um plano de lutas organizado desde a base para que todo rechaço ao bolsonarismo se expresse novamente nas ruas, com novas paralisações e mobilizações com ainda mais força. A luta e organização é o único meio de enfrentar a extrema direita.




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