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Colapso na Educação | Bolsas estudantis e salários de terceirizados estão em risco na UFMG após bloqueio de Bolsonaro

A UFMG declarou que não conseguirá arcar com as contas de água, luz, e até mesmo do salário dos terceirizados. As bolsas da graduação e da pós também não serão pagas com a manutenção do bloqueio orçamentário. Nós da Faísca Revolucionária defendemos e convidamos todes estudantes, entidades estudantis e movimentos a convocar para que o DCE/UFMG realize uma Assembleia Geral de Estudantes para organizar a luta em defesa da educação pública gratuita e de qualidade para todes!

Elisa CamposFilosofia - UFMG

Pedro GrongaEstudante de História da UFMG

quinta-feira 8 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Foto: Divulgação/UFMG

O novo bloqueio orçamentário feito pelo reacionário governo Bolsonaro de R$ 366 milhões nas universidades e institutos federais deixa o Ensino Superior em situação de calamidade. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) publicou a notícia absurda do saldo de R$ 71,00 na conta após o bloqueio. O sistema de fomento CAPES anunciou que não terá como pagar mais de 200 mil bolsistas e 14 mil médicos residentes nacionalmente. São as consequências de 8 anos de cortes consecutivos na educação pública, que iniciaram em 2015 com Dilma e se aprofundaram violentamente com o golpe institucional de 2016, o Teto de Gastos de Temer e os bilionários cortes de Bolsonaro.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já havia sofrido em maio deste ano um corte de R$ 16 milhões. Os cálculos do bloqueio atual somam outros R$ 16 milhões, resultando em uma redução de 32 milhões no orçamento atual. Em nota, a federal afirma passar pelo momento financeiro mais drástico da história da instituição, com um orçamento que se equivale ao de 2008, em um déficit de pelo menos 14 anos. Assim como várias outras instituições, a UFMG declarou que não conseguirá arcar com o pagamento de contas de água, luz, telefonia e até mesmo o salário dos trabalhadores terceirizados. Com a manutenção do bloqueio apenas a assistência estudantil da FUMP está garantida, mas as bolsas de ensino, pesquisa e extensão da graduação e da pós não serão pagas. Isso significa que os estudantes ficarão completamente sem renda no final do ano, já que não podem ter nenhum vínculo empregatício além da bolsa.

É um completo absurdo que trabalhadores, estudantes da graduação e da pós continuem trabalhando na incerteza se vão receber no mês de dezembro e nas férias. Essa precarização da educação espelha ataques como a reforma trabalhista e da previdência, em um projeto neoliberal racista e elitista levada a frente pelo governo Bolsonaro que quer a juventude trabalhando cada vez mais e recebendo cada vez menos e com menos direitos. As bolsas de ensino, pesquisa e extensão deveriam ser aumentadas, reajustadas de acordo com a inflação, e não retiradas do dia para a noite!

É urgente uma forte mobilização nacional com assembleias em cada local de estudo para lutar contra os cortes e bloqueios e pelo pagamento imediato das bolsas e salários! Avançando pela exigência de mais investimento na educação pública em base à revogação da nefasta lei do Teto de Gastos e o não pagamento da fraudulenta dívida pública.

Nossas entidades estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes) dirigida majoritariamente pelo PT e UJS/PCdoB, e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFMG dirigido pelo Afronte/PSOL, precisam apostar na força de estudantes e trabalhadores e não nas instituições apodrecidas do regime como o Congresso que aprovou todos os ataques até aqui ou participando do governo de transição ao lado de empresários que lucram com a educação esperando que o novo governo eleito de Lula-Alckmin resolverá tudo em um passe de mágica em 2023.

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Apenas a mobilização independente arrancará os direitos de estudantes e trabalhadores contra os ataques de Bolsonaro e em defesa da educação pública gratuita e de qualidade para todes! O DCE/UFMG fez uma solicitação à Reitoria pela gratuidade do bandejão para bolsistas da graduação e da pós que serão atingidos pelo contingenciamento. Uma medida importante e elementar frente à urgência da situação. Porém, não dá para confiar que a Reitoria irá ceder nossas demandas, a mesma que administra os cortes do MEC em desfavor de estudantes e terceirizados, proíbe nossos espaços de socialização e expulsa vendedores ambulantes do campus. Na UFRN, a Reitoria da universidade foi responsável por cortar a refeição no bandejão de centenas de estudantes bolsistas.

Estudantes da UFPEL e a UNIPAMPA dão exemplos de luta com ocupações e paralisações, e diversas universidades e institutos pelo país já realizaram espaços de discussão e organização como assembleias. Nós da Faísca Revolucionária defendemos e convidamos todes estudantes, entidades estudantis (CA’s e DA’s) e movimentos da oposição de esquerda na UNE a convocar para que o DCE/UFMG realize uma Assembleia Geral de Estudantes, um primeiro passo para organizar um plano de lutas pela base e em unidade com os trabalhadores de dentro e de fora da universidade.




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