Enquanto os trabalhadores amargavam a fome e o desemprego, Bolsonaro gastava R$ 13,7 milhões em hospedagem (destes, R$1,4 milhão em um único hotel no Guarujá, em São Paulo) e R$10,2 milhões em alimentação (destes, R$ 8,6 mil em sorvete) no seu cartão corporativo.
quinta-feira 12 de janeiro de 2023 | Edição do dia
Durante os últimos quatro anos, Bolsonaro repetidamente impôs (ou tentou) sigilos de até 100 anos para salvar a própria pele ou a de seus filhos e aliados. Entre esses sigilos, escondeu os gastos de seu cartão corporativo, que tornaram-se públicos através da Lei de Acesso à Informação (LAI) no repositório de informações classificadas da Secretaria-Geral da Presidência da República. Bolsonaro teve gastos de R$ 5,4 milhões em 2019, R$ 7,3 milhões em 2020, R$ 9,9 milhões em 2021 e R$ 4,9 milhões em 2022, uma variação que atinge seu ápice junto à maior taxa de mortes diárias por covid em seu desgoverno.
Entre os gastos que chamam a atenção estão R$ 8,6 mil gastos com sorvete, superando os R$ 7,5 mil do golpista Temer em sorvete belga, R$ 13 mil gastos em uma padaria apenas em 28/09/2021, R$ 62,2 mil em uma lanchonete em SP no dia 14/02/2022, R$ 109 mil gastos num único dia em uma marmitaria em Boa Vista (RR), equivalente a 5450 marmitas, e R$ 14,6 milhões em um único hotel, suficiente para pagar 8 anos (!) de estadia em diárias.
O governo de Bolsonaro foi marcado por gastos absurdos enquanto 33 milhões de brasileiros passaram fome e enquanto as verbas destinadas à educação foram repetidamente cortadas e confiscadas. Lutar pela não anistia dos responsáveis pelo golpismo bolsonarista e contra todo o legado da extrema direita exige responsabilizar Bolsonaro e bolsonaristas envolvidos nas últimas ações, mas também romper o atual pacto do regime pela impunidade das cúpulas militares e policiais que abriram caminho a Bolsonaro, bem como responsabilizar os atores civis e empresariais, que têm financiado e apoiado o bolsonarismo em nome de seus interesses. Apenas com a luta independente da classe trabalhadora, junto a todos os oprimidos, podemos impedir que o grito de milhares seja canalizado pela frente ampla do governo Lula-Alckmin e por instituições como o STF, que visam a preservar parte desse legado da extrema direita e cujo aprofundamento do autoritarismo vai se voltar contra a esquerda, os trabalhadores e todas as nossas lutas.
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