×

Morte da rainha | Bolsonaro saúda herança colonialista e escravocrata de Elizabeth II: "uma rainha para todos nós"

No dia da morte da rainha da Inglaterra, Bolsonaro não podia ter deixado de expressar sua afeição e herança colonialista e escravocrata que carrega junto a Elizabeth II

sábado 10 de setembro de 2022 | Edição do dia

Em uma sequência de tweets, Bolsonaro disse, citando a rainha, que Elizabeth II "mostra por que não foi apenas a Rainha dos britânicos, mas uma rainha para todos nós". E seguiu: "É com grande pesar e comoção que o Brasil recebe a notícia do falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, uma mulher extraordinária e singular, cujo exemplo de liderança, de humildade e de amor à pátria seguirá inspirando a nós e ao mundo inteiro até o fim dos tempos".

Como se não bastasse, terminou declarando três dias de luto em sua memória, convidando "todo o povo brasileiro a prestar homenagens à Rainha Elizabeth II".

Bolsonaro compartilha o saudosismo de uma monarca que morre com sangue africano, asiático e latino americano nas mãos. Em um país como o Brasil, em que a classe trabalhadora e o povo pobre amarga em meio à crise econômica a fome, o desemprego, as filas do osso e do lixo, as privatizações, pela subordinação ao imperialismo, nosso ódio de classe é inspirado nas revoltas negras e indígenas contra o saque colonialista que roubou e rouba nosso ouro e todos os nossos recursos naturais até hoje para manter os lucros dos capitalistas intactos.

Veja também: 4 crimes coloniais da Coroa Britânica no reinado de Elizabeth II

Não são poucas as ironias nas redes sobre o sentimento gerado pela morte da rainha. Desde reportagens da grande mídia britânica com a população nativa, imigrante, irlandesa, dançando pela morte, assim como memes produzidos aqui no Brasil, resgatando o que Elizabeth realmente representava:

É isso que Bolsonaro e sua corja lamentam, como fez o deputado Coronel Azevedo em evento na data da abolição da escravidão do Brasil neste ano, promovendo setores mumificados monarquistas, chamado “O movimento pró-monarquia e o legado da Princesa Isabel, a Redentora".

Precisamos varrer esse legado, que é o pano de fundo histórico, da reforma trabalhista, da reforma da previdência, das privatizações, da precarização do trabalho que assassinou Moise Kabagambe na Tijuca, no Rio de Janeiro. Precisamos resgatar o legado de Palmares, da Revolta dos Cariris, pela auto-organização da classe trabalhadora, junto a negros e negras, mulheres, os povos originários e as LGBTQIAP+. Nesse rumo, não podemos nos aliar com quem também nos ataca e que também faz perseverar a herança colonialista e escravocrata que representa a burguesia, como os empresários da FIESP e da Febraban, supostos defensores da "democracia", assim como Alckmin, espancador de professor e promotor do massacre de Pinheirinho.

Para isso, precisamos superar a conciliação de classes de Lula e do PT, que também disse que a rainha "conviveu com divergentes", expressando mais uma vez que está disposto a se aliar com o diabo, se for preciso. É urgente que exijamos das grandes centrais sindicais e das entidades estudantis, como a CUT, a CTB e a UNE, que rompam a inércia eleitoral e convoquem assembleias em cada local de trabalho e estudo para construirmos um verdadeiro plano de lutas.

Como dizia Shakespeare: "A vida é muito curta. Se vivemos, vivemos para arrancar as cabeças dos reis". E também como dizia Trótski: "A vida é bela. Que as futuras gerações a livrem de todo mal e opressão, e possam desfrutá-la em toda sua plenitude".




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias