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Na fazenda do mundo, o Agro é sinônimo de fome! | Brasil produz alimentos para quase 1 bilhão de pessoas, mas milhões de brasileiros passam fome diariamente

Não é segredo que nos últimos anos a inflação subiu, o desemprego cresceu e a fome aumentou, mas olhar os dados chocam qualquer um. Enquanto 33 milhões de brasileiros passam fome diariamente; 125 milhões convivem com insegurança alimentar, destes, 15% não sabem o que vão comer no dia seguinte; ao mesmo tempo o Agronegócio segue aumentando seus lucros trilionários exportando alimentos suficientes para alimentar quase 1 bilhão de pessoas (dados da Embrapa). Os dados do relatório PENSSAN apontam que 14 milhões de brasileiros passaram para uma condição de miséria no último período.

sexta-feira 3 de fevereiro de 2023 | Edição do dia

Chama atenção os aumentos brutais que os produtos de alimentação básicos tiveram nos últimos anos: cebola (+189,1%), óleo de soja (+164%), batata (+110,8%), feijão (+109,8%), arroz (+66,8%), café (+88,8%), leite (+69%) e o pão (+43,2%). Um quilo de acém, por exemplo, ficou 93,6% mais caro. A linguiça subiu 86,9%; os ovos, 78,3%. O frango, alternativa mais barata para a maioria, subiu 78%.

O reacionário governo de Bolsonaro aprofundou ainda mais a fome e a miséria no país. Realizou brutais ataques às condições de vida das massas com um desmonte sistemático dos estoques reguladores dos produtos básicos, bem como avançou com dolarização dos preços dos alimentos, acarretando nos últimos 4 anos um aumento 57% no custo da alimentação básica. O projeto da extrema direita aprofunda o papel do Brasil como um país subordinado ao imperialismo na divisão mundial do trabalho. Mas ao mesmo tempo também o novo governo da frente ampla de Lula-Alckmin se enfrenta com uma conjuntura econômica internacional e nacional bem diferente da entrada dos anos 2000 quando foi possível dar pequenas concessões na medida que não interferiam com os lucros capitalistas. Ao contrário do que diz a burguesia e toda a classe dominante, a precarização das reformas anti-operárias (como a reforma da previdência e trabalhista) não garante mais empregos, mas permite explorar ainda mais a força de trabalho de cada um em jornadas extenuantes.

Diversas foram as manifestações do governo Lula-Alckmin sobre seu plano de manter o legado econômico do golpe institucional de 2016, como, por exemplo, as reformas anti operárias. Por esse caminho quem ganha é quem lucra com a pilhagem das riquezas do país. Ganha já de antemão, pois não encontra uma oposição de classe a seus projetos. Essa política que se coloca ao lado de nossos exploradores e opressores deve ser combatida frontalmente, já passou da hora das centrais sindicais como a CUT e CTB romperem com a paralisia e com o compromisso com o governo de conciliação da frente ampla e convocarem a construção de um plano de lutas desde as bases pela revogação integral das reformas e ataques anti operários, bem como pela reversão das privatizações.

O combate real à miséria, fome e desemprego é indissociável de atacar os lucros dos capitalistas para assim poder garantir empregos para todos através da repartição das horas de trabalho entre empregados e desempregados, com jornadas de 30 horas semanais, de 5 horas por dia, sem desconto salarial. É necessário lutar pelo reajuste salarial mensal igual à inflação. Esses combates passam por expropriar os latifundiários do agronegócio e as multinacionais alimentícias responsáveis pela miséria vivida no Brasil.

Apenas a mobilização independente da classe trabalhadora pode impor um programa que garanta a resolução de problemas estruturais do país como a fome, inflação e desemprego. E é justamente para isso que é necessário desenvolver, uma força revolucionária dos trabalhadores que se prepare não para a conciliação com nossos inimigos mas para a luta de classes, se preparar para arrancar de nossos exploradores e opressores condições dignas de vida. Só assim podemos impor com que a crise paguem os capitalistas.

Leia também: França e Peru mostram o caminho contra a extrema direita e as reformas reacionárias na luta de classes




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