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Feminicídio | Campinas inicia o ano com casos bárbaros de feminicídios: Basta de violência contra as mulheres!

segunda-feira 24 de janeiro de 2022 | Edição do dia

Mais uma vez o ano começou com casos de feminicídio e violência contra as mulheres na cidade de Campinas (SP). Na tarde do domingo, dia 16, uma jovem foi estuprada em plena luz do dia em uma rua do bairro Cambuí. Dois dias depois, na terça-feira (18), Cláudia Bernardes Santos foi assassinada pelo marido, que também matou sua mãe e a filha do casal com golpes de pá e enxada. No mesmo dia Geucirlene Barbosa de Oliveira foi assassinada com golpes na cabeça pelo ex namorado e, no dia 20, um homem foi preso ao tentar matar a companheira.

Lamentavelmente, a história de Campinas é marcada por casos bárbaros de repercussão nacional de violência contra as mulheres. É a cidade da chacina de Isamara e mais 11 pessoas, em sua quase totalidade mulheres, na virada de ano de 2016 para 2017 e do transfeminicídio de Kelly, travesti assassinada que teve seu coração arrancado com um caco de vidro em 2019, e de tantas outras mulheres que sofreram e sofrem com a violência cotidianamente. De acordo com dados do Centro de Referência e Apoio à Mulher (CEAMO) houve um aumento de 66% no atendimento de mulheres vítimas de violência no terceiro trimestre de 2021 em relação ao ano anterior, com mais de um caso registrado por dia na cidade.

Os casos de violência contra as mulheres e feminicídio dispararam durante a pandemia e no governo reacionário e misógino de Bolsonaro, Mourão e Damares. As estatísticas revelam que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos sofreu algum tipo de violência em 2020 e 25% dessas mulheres disseram que a perda de renda e de emprego são os principais fatores para o aumento da violência. No primeiro semestre de 2021, 4 mulheres foram vítimas de feminicídio por dia e os casos de estupro aumentaram 8,3% em comparação com o ano anterior.

O ódio de Bolsonaro contra as mulheres fica escancarado em inúmeras declarações machistas e misóginas e na incansável retirada de direitos. Do incentivo ao estupro e veto de questões elementares, tais como o veto da distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade à aprovação de reformas que atingem em cheio as mulheres. Outro fato que explicita a misoginia desse governo foi o corte substancial de recursos ao combate à violência contra mulher do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Mas não podemos esquecer que quando o assunto é atacar os direitos dos trabalhadores e aprofundar a exploração e opressão das mulheres, Bolsonaro e Mourão não estão sozinhos. O Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e todo regime político do golpe também são responsáveis pela violência machista e os feminicídios. O caso Mari Ferrer e a aprovação das reformas são provas cabais de como esses setores são parte da manutenção e naturalização da opressão das mulheres.

Veja mais: Basta de feminicídios e violência machista! Bolsonaro, Mourão e os golpistas são responsáveis!

Infelizmente, enquanto governo o Partido dos Trabalhadores também não apresentou nenhuma saída no combate à violência contra as mulheres. Durante os 13 anos de governos do PT a terceirização - que tem rosto de mulher, e mulher negra - triplicou e, a histórica demanda pela legalização do aborto foi rifada. Em nome de sua governabilidade, Lula e Dilma avançaram em alianças com os setores que são parte ativa de alentar a violência contra as mulheres. Alianças essas que pavimentaram o caminho para a extrema direita e o execrável Bolsonaro.

Dário Saadi, prefeito de Campinas que tenta se apresentar como alternativa ao reacionário Bolsonaro, não oferece nenhuma resposta no combate à violência de gênero. Além de também levar à frente ataques ao conjunto dos trabalhadores e da população pobre afetando diretamente a vida das mulheres que já sofrem com o desemprego e a piora nas condições de vida. O recente aumento absurdo das tarifas de ônibus e a reforma da previdência dos servidores municipais, um ataque às trabalhadoras da saúde que estiveram na linha de frente do combate à pandemia e às professoras, são expressões da disposição de Dário e da reacionária bancada de vereadores da cidade na retirada de direitos da população campineira.

Para combater o feminicídio e diante do aumento exponencial de casos de violência contra a mulher é fundamental que os governos e seus órgãos competentes garantam um Plano Emergencial Contra a Violência às Mulheres com casas abrigo, direito à renda, emprego e toda assistência psicológica e material às vítimas. Essa demanda só poderá ser arrancada por um forte movimento de mulheres junto a classe trabalhadora e juventude. As organizações políticas, centrais sindicais e mandatos parlamentares de esquerda devem estar a serviço de organizar desde cada local de trabalho, estudo e bairros essa batalha. Não virá daqueles que nos oprime e lucram com o suor e sangue da nossa classe a saída para o combate à violência contra as mulheres.

Saiba mais: É Urgente um Plano Nacional de Emergencial Contra à Violência as Mulheres

Basta de feminicídios e violência contra as mulheres!




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