×

Candidatos do MRT em SP agradecem seus votos e chamam a fortalecer a luta contra Bolsonaro, sem a direita e os patrões

quinta-feira 6 de outubro de 2022 | Edição do dia

Com o primeiro turno das eleições no Brasil terminado encerrou-se também a eleição para o legislativo estadual e federal. O final do domingo trouxe os resultados que foram recebidos com perplexidade por milhões de jovens, mulheres, trabalhadoras e trabalhadores, negras e negros e a comunidade LGBTQIA+, pelo peso conquistado pela extrema-direita em todo país, o que assegura poder afirmar que veremos um bolsonarismo fortalecido e institucionalizado, atuando mais do que nunca por dentro das instituições da democracia dos ricos, mais um fator para que a população não deposite esperanças nas saídas por dentro do regime político.

Essa situação mostrou que mais do nunca é imprescindível fortalecer a luta contra Bolsonaro, o bolsonarismo, como Tarcísio de Freitas em São Paulo, e a extrema-direita, mas também se evidenciou o quanto a ideia de rechaçar e combater essa força reacionária se aliando com a direita, liberais e patrões – ideia essa levada à frente principalmente pela chapa Lula e Alckmin - não só não serviu de absolutamente nada aos interesses dos trabalhadores e os setores mais explorados e oprimidos da sociedade, como acabou por fortalecer a extrema direita.

Foi com essa batalha a frente que o MRT fez uma importante campanha eleitoral em São Paulo, pelo Polo Socialista e Revolucionário, com a professora Maíra Machado para deputada estadual e Marcello Pablito, trabalhador da USP, para deputado federal. Durante a campanha ambos rechaçaram e denunciaram fortemente Bolsonaro e seu governo odioso, todos os ataques aos direitos e à vida dos trabalhadores e da população. Esse combate central foi o que permeou toda a campanha, mas mostrando que essa necessidade não pode estar subordinada aos acordos de conciliação de classes com patrões e a direita, como está fazendo o PT e o PSOL.

Em texto recente publicado no Esquerda Diário, Marcello Pablito comentou sobre essas alianças dizendo que “ao mesmo tempo que seguimos aprofundando essa luta contra Bolsonaro e o bolsonarismo sem trégua, e com ainda mais força, é importante ver que essas eleições também mostraram que a aliança com a direita e os patrões, os mesmos que impulsionaram e mantêm os ataques e reformas que aprofundam a miséria, não é o caminho para derrotar a extrema direita nem pode ser a resposta diante de tanto sofrimento social e exploração. Essa política sempre fortalece a direita.”

Foram várias semanas de uma campanha militante, que contou com estudantes da Unicamp, USP, UFABC, Unifesp e de faculdades privadas, secundaristas e dezenas de professores das redes públicas e da rede particular. Metroviários, bancários e operários fabris e da construção civil em Campinas, além da grande batalha feita por trabalhadores efetivos e terceirizados da USP, se ligando a comunidade do entorno. Foram centenas de trabalhadores que compuseram e construíram as candidaturas do MRT, levando aos locais de trabalho a importância de lutar pela revogação integral das reformas, a redução da jornada de trabalho a 30 horas semanas e a efetivação de todas e todos os terceirizados, sem a necessidade de concurso público, mostrando que só com a unidade entre os trabalhadores vamos derrotar esse estado de ataques e reacionarismo.

Sobre a forte campanha feita por centenas de estudantes e trabalhadores de diversas categorias, Maíra Machado comentou: “Fizemos uma forte campanha militante, sem nenhum tipo de financiamento privado e sem fundo eleitoral, que contou com o convencimento e energia de dezenas de professores, jovens estudantes da UFBAC, da USP, da Unicamp, da Fundação Santo André, de trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias. Com essa força fomos apoiar os trabalhadores da Mercedes ameaçados de demissão, fomos na Firestone, na GM para dizer que precisamos enfrentar os ataques sem apostar na aliança com patrões e empresários.”

Cada jovem estudante ou trabalhador, que a campanha alcançava e colocava essa perspectiva de organizar e lutar em cada local de trabalho mostrava entusiasmo por essas ideias, deixando claro que é o rechaço ao bolsonarismo pode sim se transformar em fortes lutas contra os próximos anos de um legislativo recheado de inimigos da população e dos trabalhadores. Assim como as mulheres, que concordavam com a forte exigência e luta que leva Maíra pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito.

As eleições se deram em um cenário bastante difícil de crise, fome e miséria, além de uma legislação ultra autoritária que barra e censura as candidaturas da esquerda, como fizeram com Vera Lúcia e Altino Prazeres do PSTU, candidatos à presidência e ao governo, mas dá espaços a aberrações como o padre fake do PTB. Também fizemos uma campanha sem qualquer valor doado por empresas, patrões e sem fundo eleitoral. As candidaturas de Maíra e Marcello Pablito contou com cada militante do MRT e da Juventude Faísca, com os trabalhadores do Movimento Nossa Classe, junto às mulheres do Pão e Rosas.

“Não poderia deixar de agradecer enormemente todo o apoio e o empenho de cada uma e cada um nessa importante batalha política que travamos juntos. É um orgulho grande ter chegado ao fim da campanha com o apoio de vários trabalhadores da USP, efetivos e terceirizados, professores, metroviários, trabalhadores da indústria, estudantes, mulheres, imigrantes haitianos e africanos, alguns intelectuais amigos e familiares que nos apoiaram.” Marcello Pablito

Os resultados eleitorais do primeiro turno e mesmo após o segundo turno, deixa claro que a necessidade de seguir lutando por uma saída política organizada e independente dos trabalhadores segue como tarefa de primeira ordem
“Cada voto que recebemos fortalece a perspectiva da luta contra Bolsonaro e as reformas, unindo a classe trabalhadora sem aliança com a direita e os patrões. Estaremos lado a lado nessa”, comentou Pablito.

“Sim, estamos e estaremos lado a lado na batalha para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo, mas construindo o caminho da independência de classe. Batalhando pela unidade da nossa classe. Os votos nas nossas candidaturas são muito importantes e mostram a força dessas ideias. Muito obrigada a todes”, terminou Maíra.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias