×

Fazenda do mundo | Ceia de natal pra quem? Os alimentos custam mais caro e trabalhadores têm menos dinheiro

Os alimentos estão 11,84% mais caros, já os salários mais apertados para a maioria dos trabalhadores, que, se veem obrigados a escolher entre comer um peru na ceia de natal ou pagar o aluguel e as contas.

sexta-feira 23 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Chegando às festas de fim de ano, o preço dos alimentos da ceia de natal estão o dobro em comparação com os valores do ano passado. Para comprar uma cesta básica normal são necessárias 120 horas de trabalho, um valor absurdo se compararmos com 2019 quando com 90 horas era o suficiente para adquirir uma cesta básica (valores consideram salário mínimo 40h/semanais).

Enquanto os trabalhadores se veem obrigados a escolher entre a ceia de fim de ano ou as contas, os empresários do agronegócio seguem lucrando nas nossas costas e aprofundando o projeto que entrega o Brasil ao imperialismo e o transforma em uma grande fazenda do mundo, onde se produz toneladas de alimentos e milhares continuam a morrer de fome todos os dias. Seguimos vendo os bancos batendo seus recordes de lucro, como noticiamos recentemente aqui, e 79% das famílias do país endividadaspara que estes banqueiros sigam lucrando.

Em um levantamento feito pelo veículo G1, mostram que, enquanto “a renda média do brasileiro subiu 19,7% em três anos, os alimentos ficaram 41,5% mais caros.Se em outubro de 2019, o rendimento médio mensal do trabalho era de R$ 2.301, em outubro de 2022, esse rendimento era de R$ 2.754 – uma alta de 19,68%. No intervalo entre esses meses, a inflação ficou em 22,45%. Já os alimentos subiram 41,5%”.

O reacionário governo Bolsonaro, em consonância com os principais veículos da mídia burguesa, vieram retratando uma suposta recuperação parcial da economia, mas que na realidade nada se reflete na vida do trabalhador, dado que o desemprego e a informalidade seguem sendo a realidade de milhões de brasileiros. O que fica claro é que durante esse governo a inflação acumulada até setembro era a maior desde 1994, como estivemos denunciando aqui. Porém, ao mesmo tempo, uma recente estimativa aponta um aumento de 115% no número de milionários no Brasil até 2026 (Credit Suisse), com isso a exploração do trabalho e dos recursos naturais devem aumentar também. Quem paga a conta desses novos ricos é a classe trabalhadora com precarização, desemprego, fome e miséria.

Já começa a ficar claro que o governo Lula-Alckmin se enfrentará com uma conjuntura econômica internacional e nacional bem diferente da entrada dos anos 2000. A aliança com Alckmin, esse reacionário que ainda nem mesmo assumiu a Vice-presidência e já aprovou ataques aos trabalhadores de BH ao permitir a privatização do metrô de Belo Horizonte (MG) capitaneada pela extrema-direita bolsonarista e Zema. Ao contrário do que diz a burguesia e toda a classe dominante, a precarização das reformas anti-operárias não garante mais empregos, mas permite explorar ainda mais a força de trabalho de cada um em jornadas extenuantes, por isso a garantia de empregos deve vir pela repartição das horas de trabalho entre empregados e desempregados, com jornadas de 30 horas semanais, de 5 horas por dia.

É preciso que as grandes centrais sindicais, como a CUT dirigida pelo PT e a CTB dirigida pelo PCdoB, e também a UNE, que demonstraram durante a campanha de Lula/Alckmin grande poder de mobilização, organizem todas as categorias que dirigem para uma grande mobilização em luta nas ruas contra as reformas e ataques parando o país para exigir reajuste de todos os salários de acordo com a inflação principalmente sobre os alimentos e redução das jornadas de trabalho sem redução salarial para dividir as horas de trabalho entre empregados e desempregados gerando assim condições para que os trabalhadores e trabalhadoras superem essa crise descarregada sobre nós atacando os interesses capitalistas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias