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UNICAMP | Chamado ao DCE e CAs da Unicamp: fortalecer a paralisação internacional dos entregadores de APP

Fazemos um chamado ao DCE da Unicamp e a todos os CAs para que impulsionem de muitas formas, com moções de apoio, chamando ao boicote no 1 de julho, com campanha de fotos e twittaços, esse dia de paralisação.

terça-feira 30 de junho de 2020 | Edição do dia

Em meio à pandemia do Coronavírus, em que no Brasil são mais de 1 milhão de infectados e quase 60 mil mortos, reafirma-se a necessidade de a população ficar em isolamento social como forma de prevenção ao vírus. Entretanto, além do absurdo negacionista de Bolsonaro, governadores e prefeitos, que não têm garantido testes massivos para tornar a quarentena mais eficiente, vieram, pelo contrário, experimentando reaberturas irresponsáveis, por parte inclusive daqueles que se dizem em oposição ao governo. Assim, o isolamento social não é garantido para uma importante parcela da classe trabalhadora, que faz tudo funcionar.

Estamos falando tanto dos setores não-essenciais que seguem trabalhando por culpa dos patrões que fazem chantagem com o medo do desemprego, quanto dos trabalhadores de setores essenciais, como os entregadores de aplicativos, sem as mais elementares condições de cuidado sanitário garantidas.

Esses trabalhadores que vêm sendo parte inclusive da importantíssima luta antiracista que cresce em todo o mundo, tendo sua maior expressão nos EUA nos protestos por justiça a George Floyd, agora se levantam em vários países como Brasil, Argentina, México, Chile, Costa Rica, Guatemala e Equador.

Tendo que optar entre morrer de fome ou trabalhar 12h por dia pedalando uma bicicleta, as empresas de aplicativo os submetem a jornadas de trabalho desumanas, a troco de poucos centavos por corrida, sem EPIs, expondo-os todos os dias a covid-19 sem sequer receber qualquer tipo de auxílio se ficarem doentes. Por isso, os trabalhadores de apps de entrega convocam uma paralisação internacional para o dia 1º de julho, exigindo melhores condições de trabalho. Dentre as demandas está o fornecimento de EPIs, o fim do bloqueio arbitrário realizado pelas empresas, aumento do valor pago por quilômetro rodado, seguro de vida, aumento do valor mínimo para corridas, seguro de roubo e de doenças.

Nós da Faísca Revolucionária acreditamos que é de extrema importância que os estudantes da Unicamp se liguem à luta dos entregadores, impulsionando suas pautas por meio de uma grande campanha para fortalecer a paralisação do dia 1º de julho, dando o máximo de visibilidade à sua luta. Estamos em uma universidade que não somente barra grande parte dessa juventude precarizada por meio do vestibular, que é um filtro social e racial, como também se orgulha de ter centenas de empresas-filhas garantidas por sua relação com empresas. Dentre elas, está a Móvile, que é dona de aplicativos como o iFood.

Por isso, defendemos que a partir também de nossas entidades estudantis, como o DCE, que vem em paralisia, e Centros Acadêmicos, devemos mostrar que não defendemos esse projeto de universidade voltado às empresas, que se orgulha de garantir lucros imensos e superexplorar a juventude excluída de seu conhecimento. Pelo contrário, estamos com os entregadores, em grande parte negros, que carregam comida nas costas com fome todos os dias, e queremos uma universidade a serviço desse setor. Estamos com os metroviários, que votaram greve para o mesmo dia e estão sob ataque de Doria, o mesmo que ataca as estaduais paulistas, com o aval das reitorias. Estamos com os trabalhadores da saúde, que na Unicamp vieram exigindo testes, EPIs e contratações a Knóbel.

Mais do que nunca é necessário unificarmos nossa luta à dos trabalhadores, afim de levarmos a frente pautas como a dos entregadores de aplicativos, mas também para construirmos de fato uma força social pelo fora Bolsonaro e Mourão, sem nenhuma confiança no Congresso e no STF que fazem discursos contra Bolsonaro e sua política, mas defendem as reformas que precarizam ainda mais a vida dos trabalhadores e da juventude, e nesse momento sinalizam uma trégua precária em prol dos ataques.

Dessa forma, fazemos um chamado ao DCE da Unicamp e a todos os CAs para que impulsionem de muitas formas, com moções de apoio, chamando ao boicote nesse dia, com campanha de fotos e twittaços, esse dia de paralisação. Através do apoio dos estudantes, podemos mostrar aos trabalhadores que não estão sozinhos nessa luta. Achamos que, nacionalmente, era isso o que a UNE (União Nacional dos Estudantes) deveria fazer.




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