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Rio de Janeiro | “Cláudio Castro promove um governo de chacinas e tem a cara de pau de reivindicar as mulheres em seu discurso”, diz Carolina Cacau

A posse de governadores bolsonaristas e reacionários, como Claudio Castro, comprova a força institucional que segue tendo a extrema direita e como o único caminho para se livrar dessa corja é o da luta e organização dos trabalhadores, o que exige independência em relação ao governo Lula-Alckmin, além da luta contra governadores como Castro. Veja a declaração de Carolina Cacau, professora da rede estadual do Rio de Janeiro e dirigente do MRT sobre a posse de Claudio Castro.

domingo 1º de janeiro de 2023 | Edição do dia

Hoje, no dia 1º de janeiro, o país assiste à posse da presidência de Lula em seu terceiro mandato depois de vencer Bolsonaro nas últimas eleições. Hoje também acontecem as posses dos governadores. Muitos deles são bolsonaristas e reacionários como é o caso de Claudio Castro, isso comprova a força institucional que segue tendo a extrema direita e como o único caminho para se livrar dessa corja é o da luta e organização dos trabalhadores, o que exige independência em relação ao governo Lula-Alckmin, além da luta contra governadores como Castro. Veja a declaração de Carolina Cacau, professora da rede estadual do Rio de Janeiro e dirigente do MRT sobre a posse de Claudio Castro.

Carolina Cacau declarou ao Esquerda Diário, neste 1º de janeiro:

“Claudio Castro governou por 2 anos depois de assumir o lugar do bolsonarista Wilson Witzel que sofreu um impeachment. No governo Castro aconteceram mais de 40 chacinas, liderando todas as estatísticas na racista história da polícia militar do Rio de Janeiro. Como não podia deixar de fazer, ele elogiou a Polícia Militar e a Polícia Civil em seu discurso de posse. O assassino ainda comemorou que seu governo tem os melhores indíces de segurança pública, só se for de negros, negras e favelados mortos pelas polícias. Tendo sido responsável pela morte de tantas mulheres, de deixar tantas mulheres sem filhos e companheiros, teve a cara de pau de falar que as protagonistas de seu governo são as mulheres. O mesmo governo que não deixa nem mesmo uma placa relembrando as vítimas da chacina do Jacarezinho ser erguida.

Pelo contrário, foi enfático que o Estado do RJ irá recorrer da ação de Fachin que obriga a utilização de câmeras de vídeo nas fardas dos batalhões de elite como o Bope nas operações nas favelas e periferias da cidade. Castro avaliza os assassinatos nos morros, sob a bandeira de defesa da vida dos policiais e chegou a dizer que a "sociedade não está madura para lidar com as imagens gravadas nas operações ". O esforço do governador reeleito será justamente para fortalecer a máquina repressora do estado contra os trabalhadores e os setores mais oprimidos.

Castro reivindicou a criminosa privatização da CEDAE. Nós estivemos nas ruas junto aos cedaenos em sua histórica luta contra a privatização, junto de bravas mulheres e homens enfrentamos a sistemática repressão dessa polícia que Castro tanto reivindica.

Castro ainda teve o desplante de propor 1 minuto de silêncio pelos mortos da Covid sendo que seu governo garantiu a continuidade da destruição e precarização do sistema de saúde com milhares todos os dias se amontoando em UPAs e hospitais públicos esperando atendimento.

O reacionário governador tentou se mostrar menos bolsonarista no segundo turno e nem o mencionou no discurso atual, mas mencionando-o ou não todas as principais políticas de Bolsonaro são aplicadas por esse governador: dos ataques aos direitos das mulheres, da população LGBTQIAP+, dos negros às privatizações. Seu governo conseguiu atravessar esses 2 anos com poucas crises institucionais graças ao apoio aberto e explícito que recebeu na ALERJ de seu presidente, o petista André Ceciliano.

Para combater a extrema direita e o governo Castro devemos fazer o contrário da conciliação como fez o PT com o governador do Rio de Janeiro e precisamos garantir a independência do novo governo de Lula-Alckmin que toma posse neste primeiro dia de 2023. Um governo que busca canalizar todo ódio à extrema direita e seus ataques para estabilizar o regime e as instituições no país que são recheadas de representantes do bolsonarismo e da direita tradicional e que foram responsáveis pelos ataques e reformas aprovadas, pelo golpe de 2016 e a entrada de Bolsonaro na presidência.

Esse novo governo tem diversos representantes da direita, dos empresários e patrões, a começar pelo neoliberal e vice de Lula, Geraldo Alckmin, e se apoia no bonapartismo reacionário do judiciário. O PT, junto com o PCdoB estão à frente de importantes sindicatos e entidades pelo país, como a CUT, CTB e a UNE, entidades dirigidas por burocracias que também terão seus representantes no novo governo e atuam para frear e passivizar a luta dos trabalhadores e da juventude nacionalmente e aqui no estado.

A conciliação de classes não pode derrotar o bolsonarismo, pelo contrário, já vimos nos últimos governos do PT como a política de abrir espaço para a direita só fortalece a própria
direita, as bancadas dos pastores milionários, da bala e do boi não caíram do céu, se fortaleceram nos governo do PT e depois passaram a ser ponto de apoio para Bolsonaro.

Nesse 1º de janeiro estamos lado a lado com todos os que comemoram a derrota de Bolsonaro, mas como parte de defender a independência de classe e os interesses das mulheres, dos negros e de nossa classe precisamos defender que é preciso derrotar a extrema direita e o bolsonarismo na luta e independente do novo governo que está sendo empossado hoje e que governará o país nos próximos 4 anos, exigindo que a CUT, CTB e UNE organizem os trabalhadores e a juventude.”




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