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Catar 2022 | Com 90 anos de atraso: Stéphanie Frappart será a primeira árbitra em um Mundial

A francesa de 38 anos fará história nessa quinta-feira ao apitar Alemanha x Costa Rica, junto a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Díaz Medina. A primeira mulher a arbitrar futebol masculino e o feminino foi Edith Klinger em 1935.

quinta-feira 1º de dezembro de 2022 | Edição do dia

A francesa de 38 anos fará história nessa quinta-feira ao apitar Alemanha x Costa Rica, junto a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Díaz Medina. A primeira mulher a arbitrar futebol masculino e o feminino foi Edith Klinger em 1935.

O futebol é um esporte machista, sabemos. O futebol comercial mais ainda. E quando a competição é no Catar o combo parece ainda maior. No entanto, não puderam deter uma tendência que vem abrindo caminho: as mulheres e também as minorias nas quadras. Não só jogando, mas, nesse caso, como arbitras de um campeonato mundial.

O orgulho que terá Stéphanie Frappart, francesa de 38 anos, que se tornou a primeira mulher na história em dirigir uma partida do Mundial masculino. Será a juíza principal de Alemanha x Costa Rica, terá como juízas de linha a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Díaz Medina.

Stéphanie fez uma longa carreira, com muito mais obstáculos que seus colegas homens. É arbitra da FIFA desde 2011. Começou nas divisões inferiores de seu país. Foi a primeira mulher a apitar uma partida da segunda divisão na França, em 2014, e também a primeira a estrear na Primeira Liga em 2019. Logo seguiu sua carreira nos mundiais femininos, mas ascendeu “a fama” quando apitou partidas da Champions League entre Real Madri x Celtic e a Super Copa da EUFA entre Liverpool e Chelsea.

A francesa é parte de um grupo de mulheres que mandará com seus apitos e bandeiras outras partidas do Mundial: Salima Mukansanga (Ruanda) e Yoshimi Yamashita (Japão) serão arbitras, enquanto Neuza Back (Brasil), Karen Díaz Medina (México) e Kathryn Nesbitt (Estados Unidos) formam parte da lista de assistentes.

O “reconhecimento” conquistado à força de reivindicações e talento ainda que limitado a maioria das mulheres, chega quase 90 anos “atrasado”. Segundo a pesquisadora Petra Tabarelli, Edith Klinger (Áustria), atuou entre 1935 a 1938, foi a primeira mulher a apitar partidas de futebol masculino e feminino.

No entanto, em 2018 a FIFA reconheceu a Drahsan Arda (Turquia) como a primeira mulher arbitra do futebol no mundo. Começou a apitar em 1968. Arda apitou durante 30 anos na Turquia e Alemanha.
Reconhecemos a Tabarelli antes da FIFA, Mas, pouco importa a polemica agora. São mulheres que abriram caminhos em épocas mais difíceis ainda. Como a brasileira Asaléa de Campos Fornero Medina, conhecida como Léa Campos. Nasceu em 1945 em Minas Gerais, Brasil, e creceu na cidade de Belo Horizonte. Jogava futebol na escola. Jogava clandestinamente, já que o ditador Getúlio Vargas assinou o Decreto 3199, que proibia as mulheres de jogar futebol. Enquanto foi eleita Rainha do Carnaval, se formou em jornalismo e começou a cursar na Escola de Arbitros de Minas Gerais. O eterno presidente da FIFA, João Havelange, disse que nunca uma mulher brasileira apitaria uma partida de futebol masculino. Em 1967 Léa se formou.

Na argentina uma das que abriram caminhos foi a tucumana Florencia Romando. Nos anos de 1996 e 1997, fez uma greve de fome exigindo ser incorporada e nomeada arbitra de futebol da Associação de Futebol Argentino. Ainda fez uma denúncia de discriminação de gênero no trabalho.

No caso das minorias, no ano passado Sapir Berman se tornou a primeira arbitra transgênero do futebol masculino, na Liga de Israel. Em 2018, havia feito história Lucy Clark, a primeira mulher transgênero a apitar uma partida de futebol. Nesse caso, na liga feminina inglesa.

Mas, o futebol profissional segue descriminando as mulheres. Se uma jogadora recebe, com sorte, 2% do que recebe em média um jogador, no caso das arbitras é igual. As treinadoras espanholas denunciam que recebem 5% do que recebe seus colegas homens. Um arbitro da primeira divisão cobra 300mil euros por ano, enquanto suas colegas cobram 300 por partida. A descriminação segue ganhando o campeonato.

Apesasr dos dirigentes como Chiqui Tapia na Argentina, os herdeiros de João Havelange, os xeiques cataris, e apesar do VAR, amanhã será um dia importante. Sthepanie será a primeira mulher a apitar uma partida do torneio mais importante do mundo. Em um jogo que a Alemanha briga pela classificação.




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