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Aliança com os patrões | Com Ministério e reformas, empresários sobem exigências para apoio a Lula

Crescimento de Bolsonaro no 1o turno, herdeiro do golpe institucional e de suas reformas, fez burguesia aumentar o preço em relação a seu apoio a Lula. A fidelidade do empresariado, que parecia certa após jantar nas vésperas do primeiro turno - que contou com nomes da FIESP, FEBRABAN e até bolsonaristas-, agora exigirá mais condições ao PT, como o ministro da Economia e o compromisso com suas reformas. Cada vez mais se expõem os problemas da lógica de conciliação de Lula e o PT.

quarta-feira 5 de outubro de 2022 | Edição do dia

Segundo notícia veiculada pela Folha, o empresariado exige de Lula o nome que ocupará seu Ministério da Economia, ou diretamente o nome de Henrique Meirelles, ex-presidente do BC no governo lulista e Ministro da Fazenda de Temer, responsável pelo teto de gastos e pela reforma trabalhista. Além do cargo, também seriam condições a manutenção da reforma trabalhista e a defesa da reforma administrativa - contra os servidores públicos - e tributária.

Diferente do discurso da conciliação, de que é possível realizar uma aliança entre o capital e o trabalho, fica explícita a oposição de interesses, com o capital sempre impondo seu programa. Em nome da busca permanente do apoio desses empresários, que cogitam igualmente o voto no Posto Ipiranga de Bolsonaro pela defesa plena das reformas, Lula e a estratégia petista de conciliação condenam os trabalhadores a sempre abdicarem de seu programa.

Dessa forma, se abre mão das mudanças estruturais para responder o desemprego, a fome e a carestia de vida da população. Como falar em revogação das reformas, em redução da jornada de trabalho para repartição do trabalho entre empregados e desempregados, em reajuste salarial de acordo com a inflação quando se assume compromissos crescentes com aqueles que só pensam na máxima exploração em nome de seus lucros?

Por isso, seguimos afirmando que não se pode combater a extrema direita, aliando-se junto coma direita e os patrões. A independência de classe é uma condição imprescindível para fortalecer a luta dos trabalhadores e derrotar Bolsonaro, sua base social e as reformas através dos métodos da classe trabalhadora, na luta de classes. Só assim, os trabalhadores poderão fazer emergir seu programa para reverter a crise econômica e social que atravessa o país.




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