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Eleições 2022 | Contra a ameaça de arrocho salarial de Bolsonaro e Guedes, lutar contra todas as reformas!

O ministro da economia de Bolsonaro e deve se manter no cargo caso o atual presidente seja reeleito, anunciou uma nova proposta nefasta para a vida dos trabalhadores e da população. Propõe o arrocho do salário mínimo e das aposentadorias, negando a correção pela inflação, caso sejam reeleitos no segundo turno. É um escândalo frente ao aumento da fome da população pela inflação, que atinge sobretudo os itens da cesta básica, que se propõe a descarregar a crise ainda mais nas costas da população, em nome da “meta fiscal” com os grandes bancos.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

sábado 22 de outubro de 2022 | Edição do dia

Dados do IBGE apontam que o índice de inflação de janeiro a setembro (9,54%) é o maior desde a hiperinflação anterior ao Plano Real. O Auxílio Brasil só compra a cesta básica em 5 capitais, revela a demagogia de Bolsonaro de que há melhora na economia no seu governo e fazem discurso populista para reeleger seu projeto de ataques.

Enquanto fazem demagogia eleitoral, acenam para o capital financeiro que vão aprofundar o teto de gastos através dessa medida de corrosão dos salários. O seu aliado no Congresso, Arthur Lira (PP), anunciou logo após o primeiro turno favorável a bancada bolsonarista e do Centrão, que vai colocar em votação a reforma administrativa o quanto antes, para implementar a reforma trabalhista no serviço público. Entre outras propostas anunciadas estão a privatização da PPSA, que comercializa uma fatia do pré-sal, que acarretará em maior subordinação internacional dos preços dos combustíveis, que causa seu aumento. Além de retomar a odiosa proposta de Carteira de Trabalho Verde Amarelo, que regulamenta a informalidade isentando impostos dos empresários.

Como apontamos no seguinte editorial, é enfrentar Bolsonaro e as reformas em um país mais a direita, frente a extrema-direita institucionalidade no regime após os resultados desse primeiro turno, se apoiando nas bases bolsonaristas para impor esse projeto reacionário. Somente a luta organizada dos trabalhadores, com a juventude e os movimentos sociais, pode barrar de uma vez por todas essa ofensiva. E abrir caminho para uma resposta independente dos trabalhadores e da população para a crise, impondo o reajuste automático dos salários conforme a inflação, assim como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, para combater o desemprego, enfrentando os lucros capitalistas. Só nas grandes empresas, essa medida significa a ampliação de mais de 1 milhão de postos de trabalho.

Essas medidas devem estar colocadas lado a lado da luta pela revogação de todas as reformas, da trabalhista e da previdência, que arrancam o nosso futuro e querem nos fazer trabalhar até morrer. Assim como o conjunto das privatizações impostas pelo governo. É com esse programa que seremos capazes de unir a única força capaz de deter a extrema-direita e seu projeto: empregados e desempregos, trabalhadores com e sem direitos, em uma só luta contra os capitalistas que sustentam Bolsonaro e os atores autoritários do regime, como o STF e os militares.

As centrais sindicais CUT, CTB, assim como a UNE, entidades nacionais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, devem romper a sua trégua com os ataques e organizar um plano de lutas para unificar a nossa classe. Ao não fazer isso, comprovam que confiam mais na aliança do PT com Alckmin, Amoedo, setores reacionários da direita e com os grandes bancos e industriais, do que na força da nossa luta. Sendo que são os mesmos setores que apoiaram Bolsonaro e suas reformas, e que comemoram esse regime ainda mais a direita do que quando Bolsonaro foi eleito. Nunca na história a aliança com os nossos inimigos deteve as forças de extrema-direita, que surgem na crise para impor a vontade dos capitalistas impondo maior perseguição às organizações dos trabalhadores e seus representantes.

Por isso é necessário um outro caminho, independente da conciliação do PT com a FIESP, Febraban, que apostam na sua chapa como garantia de manutenção dos ataques e de paralisação das nossas forças. Um caminho socialista de fato, que não abaixe nossas bandeiras frente a extrema-direita, para batalhar por um mundo novo, que ponha abaixo os capitalistas e seus governos, para que os trabalhadores eliminem toda forma de opressão e exploração.




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