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EBA UFMG | Contra a restrição de entrada na EBA-UFMG!

Frente à tentativa da diretoria da Escola de Belas Artes da UFMG de impor, sem amplo debate da comunidade escolar, a restrição da entrada dos prédios com possibilidade de incorporação de catracas, chamamos todos a se mobilizarem contra essas medidas e por uma universidade a serviço dos trabalhadores.

quinta-feira 2 de maio de 2019 | Edição do dia

Em tempos de governo Bolsonaro, que pode vetar e nomear reitores para as universidades federais e que visa perseguir o pensamento crítico cortando as verbas dos cursos de filosofia e sociologia, no início do mês de abril começaram a serem implementadas na Escola de Belas Artes da UFMG as medidas “preventivas e protetivas de segurança” deliberadas pela reunião da congregação em 2018, fato que despertou a rejeição de grande parte da comunidade escolar, que já vem realizando abaixo-assinado contra a medida. No caso, a identificação nas portarias de todas as pessoas exigindo carteira da UFMG (para membros da comunidade universitária) e documento de identificação com foto com registro por escrito (para entrada de visitantes) foi definida sem qualquer discussão e participação ampla dos estudantes, técnicos e professores, podendo se estender para a colocação de catracas. Essa medida leva a mais um passo para o aumento da segregação em um espaço público de forma elitista e excludente, afastando a comunidade do entorno e isolando a universidade de todos aqueles que não passaram no filtro social que é o vestibular.

A universidade sofre os problemas da sociedade, como a nota da congregação afirma: “A Universidade não está isenta das problemáticas da violência urbana, uma vez que está inserida na metrópole Belo Horizonte (...)”. Restringir o acesso à escola isolaria ainda mais a universidade do restante da sociedade, justamente quando é necessário romper barreiras e unir a comunidade universitária aos trabalhadores para resistir aos ataques, o que abre espaço para a direita que cresce no Brasil, sob a égide do golpe institucional e de eleições altamente manipuladas que levaram à vitória de Bolsonaro, e para mais atitudes autoritárias do governo e do judiciário, semelhante às ações de censura ocorridas nas universidades públicas durante as eleições de 2018, ou medidas ainda mais duras de escalada de cerceamento e perseguição da juventude crítica. Na contramão disso, para evitar casos relacionados à degradação da sociedade, devemos batalhar por uma universidade que esteja ligada aos trabalhadores e suas demandas, que a produção acadêmica e cultural desta instituição esteja a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre. Não de uma minoria que controla o acesso e a produção da universidade em benefício de seus lucros e privilégios. Assim, é possível mudar a lógica da universidade, tornando-a de fato aberta para a população.

A EBA é um dos prédios mais próximos da entrada da UFMG pela avenida Antônio Carlos. Devido sua posição e histórico de luta contra práticas autoritárias tem importante papel na mobilização dos estudantes e foi alvo direto da PM durante as ocupações de 2016 contra a PEC 55. É preciso defender que a Escola seja um espaço aberto de amplo diálogo com a população do entorno e que os estudantes, professores, técnicos administrativos e trabalhadores terceirizados possam debater e tomar nas suas mãos as decisões da comunidade escolar. Nos inspirando nas vezes em que a comunidade da EBA se organizou para combater os ataques do governo golpista de Temer em 2016, repudiou de conjunto a censura de um trabalho escolar e se mobilizou contra Bolsonaro em 2018, batalhamos para que a EBA seja um exemplo de luta contra a direita que odeia a Universidade Pública, principalmente os espaços que concentram estudantes ligados à arte e a cultura, um dos primeiros alvos do governo Bolsonaro.

Chamamos todos estudantes, professores e trabalhadores da EBA para se mobilizarem e manifestarem contra essa restrição de um espaço público que deveria estar voltado para a classe trabalhadora e para a juventude! Querem restringir a entrada dos prédios universitários aos quais a maioria da juventude, principalmente negra, já tem negado o acesso pelo filtro racista e elitista que é o vestibular, limitando à população negra a entrar nas universidades para fazer o trabalho terceirizado. Combatendo os ataques da direita e do governo Bolsonaro, defendemos o fim do vestibular e da terceirização, com efetivação de todos os trabalhadores, além de um programa de cotas raciais que seja proporcional à população negra do estado de Minas Gerais.

As universidades devem ser espaços de ampla discussão e debate, por isso, chamamos também todos os estudantes para assembleia geral a ser realizada dia 08 (quarta-feira) às 16h no piscinão da EBA, para batalharmos por um Diretório Acadêmico eleito democraticamente ! A Faísca e o Pão e Rosas batalhamos por entidades que sejam ferramentas de luta dos estudantes para que estes possam se organizar para lutar em aliança com a classe trabalhadora contra os ataques à educação e contra a Reforma da Previdência, apoiada pelos governadores do PT, que atinge principalmente as mulheres e negros e que conta com cláusulas especiais para atacar a juventude trabalhadora. Não aceitamos os ataques do governo Bolsonaro sob a justificativa de déficit fiscal, enquanto mantém o sagrado pagamento da dívida pública que é de fato o real saque aos cofres públicos em favorecimento do capital financeiro internacional. Contra os ataques, queremos construir uma força orgânica de estudantes aliados aos trabalhadores, a única classe que pode oferecer uma resposta à crise criada pelos capitalistas.

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