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#CPIdaCovid | Crise da Prevent Senior mostra: é preciso estatizar os planos de saúde sob controle dos trabalhadores

Advogada da Prevent Senior vem denunciando na CPI da Covid falsificação dos resultados do “kit covid”, além de coerção dos médicos pelo tratamento e falsificação de atestados de óbito pela doença. A denúncia reafirma o negacionismo bolsonarista e burguês, reforçando o caráter irracional que tem a produção capitalista.

Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói

terça-feira 28 de setembro de 2021 | Edição do dia

Prevent Senior(Foto: reprodução)

Passamos de 590 mil mortes no Brasil, que poderiam ter sido evitadas se não fosse a gestão negacionista de Bolsonaro, com o desastre ou “genocídio” de Manaus, suas declarações sobre uma gripezinha, e uma contínua retórica sobre o chamado tratamento precoce contra o uso de vacinas. A denúncia da Prevent Senior que vem ocorrendo, reforça como uma figura como Bolsonaro está ligada à irracionalidade e ao reacionarismo do sistema capitalista.

Veja também: Mil dias de governo Bolsonaro: 600 mil mortes, 14 mi de desempregados, fila por osso, e devastação ambiental

Se não era escancarado, com Luciano Hang e agora a denúncia sobre a morte da sua mãe, mostra que a burguesia está disposta a até falsificar a mãe para manter seus projetos lucrativos. Imaginem então, se existe alguma possibilidade da burguesia preferir o lucro sobre a vida dos trabalhadores? Ou sobre a crise ambiental?

É preciso lutar por uma sociedade que não seja baseada no lucro, onde o cuidado das nossas vidas não esteja nas mãos desses grandes planos de saúde. A Prevent Senior teve um lucro de mais de 4 bilhões de reais na pandemia, aumentando o número de clientes com o estrangulamento da verba do SUS, impedindo o tratamento adequado para cada caso para reduzir custos. Como denunciou a advogada dos médicos que elaboraram um dossiê contra a Prevent Senior, os profissionais eram advertidos e punidos pela administração do plano de saúde por internar pacientes por gerar custos. A empresa de plano de saúde, muito antes de ser movida pelo objetivo de prestar cuidado à vida, tem uma função econômica clara: gerar lucro aos seus proprietários, os irmãos Fernando e Eduardo Parrillo; e, num momento agudo da política nacional, se colocou ao lado do governo Bolsonaro para fazer testagem em massa em humanos sem consentimento.

A privatização da saúde transforma o direito à saúde em uma mercadoria e, ao fazer isso, transforma também a prática da medicina num trabalho alienado, no qual o médico não tem mais autonomia. O caso Prevent Senior leva até às últimas consequências os efeitos da privatização e permite tirar duas lições fundamentais: 1)é urgente estatizar toda a rede de hospitais, ambulatórios e laboratórios que estão nas mãos dos planos de saúde, pois não é possível a coexistência pacífica entre a saúde pública e privada; 2)é preciso que os trabalhadores, os usuários e os estudantes da saúde controlem os serviços garantindo a autonomia e seu objetivo primordial, o cuidado universal à saúde.

Para levantar uma alternativa que defenda as conquistas do SUS, mas que batalhe por um sistema de saúde controlado pelos trabalhadores e usuários, precisamos ser milhares nesse dia 2 de outubro, com blocos classistas contra Bolsonaro e Mourão e sem confiar na direita golpista que precariza o SUS, ataca os trabalhadores da saúde. Precisamos de uma alternativa da classe trabalhadora, sem confiança na CPI da Covid, no STF e nos governadores, e sim nas nossas próprias forças.

Para saber mais: Chamado a construir Blocos Classistas nas manifestações de 2 de outubro




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