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Eleições 2022 | Dando o tom pró-empresarial na reta final, Lula terá encontro com gigantes do capital industrial

A campanha do candidato a presidência Lula terá em sua agenda nessa semana um evento significativo do caráter da chapa ao longo dessas eleições: um encontro com empresários.

terça-feira 27 de setembro de 2022 | Edição do dia

Anunciado pelo jornalista Lauro Jardim do Globo como “o maior encontro” com empresários e setores do capital financeiro, o evento deve ocorrer nessa terça-feira e está sendo articulado pelo grupo Esfera, que se autodenomina “uma organização criada para fomentar o pensamento e o diálogo sobre o Brasil e um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva”.

Diante da odiosa e reacionária campanha de Jair Bolsonaro, e o espectro de influência que ficou evidente no dia 7 de setembro, é mais que esperado que as demandas da classe trabalhadora estivessem em pauta, mas muito distante disso a sinalização da chapa Lula-Alckmin na reta final se direciona a elite empresarial do país.

No interior da campanha de Lula, será o movimento mais importante da semana que antecede as eleições, uma agenda que terá apenas o debate da Globo como outra evento importante. Mais do que um encontro circunstancial, trata-se de um gesto significativo do tom que Lula quer dar para seu próximo governo se as pesquisas se confirmarem e o ex-presidente vencer as eleições.

O que está em jogo é repetir, mastigar e remexer a fórmula da conciliação 4.0 que o petista tem insistido: um governo de conciliação com as forças da elite financeira do país, com a harmonia e melodia da obra política regida sistematicamente por grandes corporações, empresários e banqueiros. Isso já foi claramente sinalizado por Lula ao escolher seu vice-presidente para a chapa das eleições, o tucano Geraldo Alckmin, que tem longa trajetória na gestão de um estado que é centro econômico do país, que foi marcado por governos de ataques sistemáticos aos trabalhadores e o povo pobre. Mas isso foi se reafirmando a cada momento com “novos atores” fazendo gestos a favor da chapa, seja representantes do capital como FIESP e FEBRABAN como na significativa “carta pela democracia”, outros grandes “Faria Lima” como os que compõe o grupo Esfera, e até mesmo uma constante sequência de apoios de revistas do capital financeiro internacional, como The Economist ou Financial Times.

Sobre esse ponto, Marcello Pablito, candidato a deputado federal pelo MRT em São Paulo, disse que: “Bolsonaro e o bolsonarismo só poderão ser varridos pela força organizada do conjunto dos trabalhadores, unificando o conjunto dos setores explorados e oprimidos para dar a sua saída para a crise capitalista e os ataques, não só da extrema-direita, mas também do STF e da direita tradicional que apoia a chapa Lula-Alckmin. Essa chapa que se comprometeu a não tocar nas reformas e privatizações, não vai dar uma resposta para a crise favorável aos trabalhadores, pois segue conciliando com o capital financeiro, o agronegócio, todo tipo de empresário que não vai abrir mão das riquezas que ergueram às custas do nosso trabalho”.

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