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Debates para governos estaduais vetam pré-candidaturas da esquerda

Os debates promovidos pela Band neste domingo foram marcados por um conteúdo bastante à direita e pela exclusão das maioria das pré-candidaturas da esquerda como PSTU, UP e PCB. Os pré-candidatos do PT e do PSOL não denunciaram esse caráter antidemocrático dos debates estaduais.

Lina HamdanMestranda em Artes Visuais na UFMG

segunda-feira 8 de agosto de 2022 | Edição do dia

Na maioria dos nove estados em que foram realizados debates eleitorais pela Band neste domingo, dando início à temporada de debates eleitorais em cadeia aberta, diversas pré-candidaturas de partidos de esquerda estiveram ausentes por iniciativa da própria emissora.

Por exemplo, em São Paulo, com um debate bastante hegemonizado pela direita, Altino Prazeres (PSTU), pré-candidato pelo Polo Socialista e Revolucionário, foi excluído do debate. Altino é metroviário, categoria de enorme importância estratégica para o estado e que vem sendo duramente atacada pelos governos paulistas do PSDB. No debate, Haddad (PT) não esqueceu seu legado de conciliação de classe, dizendo que algumas privatizações são aceitáveis. Além disso, o candidato do PT não denunciou o caráter antidemocrático do debate.

No Rio Grande do Sul, a pré-candidata do Polo Socialista Revolucionário, Rejane de Oliveira (PSTU) e o do PCB, Carlos MEssalla, também não foram convidados pela BAND. Como disse,Valéria Muller, pré-candidata do MRT a deputada federal no estado, quem tem voz são aqueles que “querem vender o estado e atacar a classe trabalhadora”. Com isso, a única pré-candidata mulher e negra foi excluída do debate.

Em Minas Gerais, três pré-candidatas mulheres e de esquerda não foram chamadas pela Band. Em pesquisa de 29 de julho, Vanessa Portugal (PSTU), pré-candidata a governadora de MG pelo Polo Socialista e Revolucionário, se localizou à frente de dois candidatos burgueses que foram convidados e estiveram presentes no debate ontem: o bolsonarista Carlos Viana, do PL, e o tucano Marcus Pestana, do PSDB. Mesmo assim, a professora municipal de BH foi vetada do debate, assim como as pré-candidatas do PCB, Renata Regina, e da UP, Indira Xavier. O debate foi marcado por um conteúdo bastante de direita e a pré-candidata do PSOL, Lorene Figueiredo não se pronunciou em relação a essa exclusão, mesmo tendo participado.

No Rio de Janeiro, a Band também negou a presença de partidos de esquerda, como Cyro Garcia (PSTU), também pelo Polo Socialista, e Eduardo Serra (PCB), enquanto convidou o inexpressivo Paulo Gamine. O pré-candidato do Novo, por estar ao lado dos patrões é mais palatável para aparecer na mídia burguesa, tanto que se atreveu a defender a máfia dos transportes no RJ.

A exclusão das pré-candidaturas da esquerda nos debates, mostra mais uma vez o caráter antidemocrático das eleições no regime do golpe. As emissoras cumprem seu papel, fazendo de tudo para que não haja nenhum risco de se expressar na TV aberta algo sobre a luta dos trabalhadores, suas greves e manifestações. Com isso, contribuem para alimentar a ideia de que ao trabalhador só lhe resta o voto em candidaturas que representam interesses alheios aos de sua classe e aos do povo pobre e oprimido.

Na contramão disso, estão as pré-candidaturas do MRT, levantando um programa para derrotar as ameaças golpistas bolsonaristas e para a saída da crise através da luta e da organização da classe trabalhadora junto à luta dos indígenas, das mulheres, dos sem-teto, dos sem-terra, das mães negras que vêm seus filhos serem assassinados cotidianamente pela polícia. Um programa pela revogação integral das contra-reformas que vieram atacando as condições de vida dos trabalhadores, para que sejam os capitalistas a pagar pela crise, através de um plano de lutas com greves e manifestações sem banqueiros, a FIESP, os patrões e seus representantes políticos.




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