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Fórum em Davos | Demagogia de Marina Silva sobre meio ambiente vem com CEO da Vale na delegação brasileira em Davos

Em painel sobre Brasil e Amazônia, a ministra Marina Silva faz discurso demagógico que busca misturar a preocupação com o meio ambiente e soluções de preservação ambiental subordinadas a empresas e fundações capitalistas internacionais. Exemplo maior disso é, na mesma delegação de Marina Silva, estar o CEO da Vale, empresa predatória que explora a natureza e o ser humano cotidianamente e é responsável pelas tragédias de Brumadinho e Mariana.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

quarta-feira 18 de janeiro de 2023 | Edição do dia

No terceiro dia do encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, já está bem marcado o papel que Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, foram cumprir na relação do Brasil com demais países, frente a recente posse do presidente Lula.

Com o comando destes ministros, a delegação brasileira conta com a presença do CEO da Vale, responsável pela tragédia ambiental de Brumadinho, além do ex-ministro de Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas, que já anunciou que vai privatizar a Sabesp até o fim de 2024. A delegação está com um discurso em defesa do capitalismo verde e da responsabilidade fiscal, buscando vender um Brasil democrático e preocupado em conciliar os interesses econômicos dos grandes capitalistas e seus países imperialistas com o meio ambiente.

Leia mais: Começou hoje: com muita demagogia, governos capitalistas se reúnem no Fórum de Davos e Brasil é destaque

É o que ficou bastante claro no painel sobre Brasil e Amazônia, em que Marina Silva, reiterou a importância da filantropia, da doação de dinheiro de fundações para salvar e preservar a Amazônia. Fundações estas que incluem a de Jeff Bezos, por exemplo, fundador da Amazon, empresa responsável por demitir milhares de trabalhadores em meio à pandemia e recentemente denunciada por produção de toneladas de lixo ao destruir milhares de produtos não vendidos. Vincular preservação ambiental com empresas multimilionárias imperialistas está mais do que evidente que serve somente para lavar a cara da exploração que estas empresas capitalistas realizam, subordinando a suposta e demagógica ajuda na preservação à garantia de seus interesses e lucros.

Não somente, a demagogia de Marina Silva, recentemente elogiada por Xico Graziano, ex-deputado ligado ao agronegócio, também se escancara quando, em Davos neste mesmo encontro que está acontecendo durante essa semana, a delegação brasileira conta também com o CEO da empresa Vale, responsável pela tragédia ambiental de Brumadinho, com centenas de famílias que ficaram sem moradia, alimentos, a morte do rio Paraopeba, com a destruição de ecossistemas e desaparecimentos de espécies, além de centenas de mortes. Além da empresa seguir explorando as terras e riquezas naturais brasileiras a serviço de seus lucros.

A agenda ambiental demagogicamente apresentada no evento foi bastante exaltada, ainda que investidores, capitalistas e participantes deste encontro, tenham demonstrado hesitação frente aos planos econômicos do novo governo brasileiro, o que também indica a necessidade de subordinação da própria agenda ambiental à garantia de planos econômicos que interessem às empresas e países imperialistas que comandam o Fórum Econômico Mundial em Davos.

No mesmo dia em que Greta Thunberg é detida na Alemanha em manifestação contra mineração exploratória, a ministra brasileira Marina Silva destilou demagogia ao querer defender o meio ambiente ao lado de grandes empresas capitalistas, colocando a Amazônia à disposição dos interesses imperialistas.

Não será misturando pautas ambientais com a defesa de interesses dos capitalistas que lucram com a própria exploração da natureza e dos trabalhadores que responderemos à emergente e escandalosa crise climática que vivemos hoje, com tendências assustadoras de se aprofundar. Não será ao lado de presidentes e representantes de empresas que cotidianamente destroem a natureza e os recursos do Brasil e do mundo que iremos preservar a Amazônia e o meio ambiente. Para encarar o problema da crise climática é preciso que não esteja a serviço de interesses predatórios capitalistas, somente assim será possível encontrar saídas para uma relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Leia a declaração das juventudes da Fração Trotskista - Quarta Internacional: O capitalismo e seus governos destroem o planeta: destruamos o capitalismo!




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