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Racismo | Denúncias de racismo em SP multiplicam por 7, comparado com 2021

Aumentam as denúncias de casos de racismo em São Paulo, em meio a uma brutal crise que atinge principalmente os mais oprimidos da classe trabalhadora. O povo negro vem pagando pela crise dos capitalistas e arcando com o aumento da inflação e uma brutal precarização do trabalho.

sexta-feira 6 de maio de 2022 | Edição do dia

As contradições criadas pelo capitalismo vêm se mostrando cada vez mais presentes na vida dos trabalhadores. Nos últimos dias vimos alguns nojentos casos de racismo dos quais o povo negro é diariamente exposto. De acordo com um levantamento da GloboNews, entre janeiro e abril deste ano, 174 denúncias de racismo foram registradas, superando o número de denúncias de todo o período do ano passado, 2021, mas também revelando a brutal subnotificação de injúrias raciais sofridas diariamente pela população negra, e a invisibilidade de um conjunto de violências que vão para além da descarada injúria.

Nessa semana (02/04), e registrado em vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher negra, mais uma vítima desse nefasto sistema que registrou boletim de ocorrência, foi humilhada no Metrô de São Paulo por uma mulher que trabalha no Consulado da Hungria, país governado pelo reacionário Victor Órban, quando esta disse que ela deveria manter seu cabelo crespo distante, pois poderia passar doenças. O vagão do trem entrou em revolta e a racista foi escoltada pela polícia para fora do metrô.

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Após dois dias desse caso, viralizou um áudio do vereador Camilo Cristófaro (ex-PSB) durante uma sessão na Câmara de vereadores de São Paulo: “é coisa de preto”, se referindo de maneira pejorativa e racista à população negra. Leia mais sobre o caso na declaração de Pablito, fundador do Quilombo Vermelho e Dirigente do MRT: “Coisa de preto é a tradição de Zumbi que vai calar a boca dos racistas”, diz Pablito sobre vereador.

Esse aumento de casos que a Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania paulista registra é um claro reflexo da crise que é despejada nas costas da classe trabalhadora, em especial nos ombros das mulheres e homens negros que, além de toda a exploração de classe, enfrentam o nefasto sistema de opressão criado pelo capital como forma de manter nossa classe dividida e submetida a todo tipo de desaforo e condições de trabalho.

Também o trabalho precário por meio das plataformas digitais vem se expandindo no Brasil, pulverizando direitos principalmente das mulheres negras. Essas condições de trabalho foram “legalizadas” pela reforma trabalhista do governo de Temer, reforma essa que Lula já expressou que manterá (fazendo no máximo alguns “ajustes”). Sempre que se fala de “modernização” das leis trabalhistas e das relações de trabalho, na realidade trata-se do plano de perpetuar essas condições terríveis de exploração, desemprego e miséria. Leia mais sobre isso em: “O ’moderno’ trabalho uberizado causa desemprego de mulheres negras e mais velhos”.

Frente a isso é necessário uma política de independência de classe pautada pelas lutas de revogação de todos os ataques e reformas aplicados no regime do golpe institucional de 2016, em especial a revogação integral da reforma trabalhista, bem como pela igualdade salarial entre negros e brancos. É preciso retomar o legado de luta de Dandara, Zumbi e de todos os negros e negras que lutaram contra todas as formas de exploração e opressão!




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