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O Estado é responsável | Desmatamento por garimpo em Terra Indígena Yanomami atinge absurdos 309%, diz levantamento

Só no ano de 2022 a alta do desmatamento foi de 25%. A situação se descortina e mostra um cenário destruidor.

sábado 28 de janeiro de 2023 | Edição do dia
Imagem: Bruno Kelly | Reuters

A crise nas terras Yanomani que se descortinou na última semana somente se agrava e cada vez mais aumenta sua dimensão. Dados cada vez mais absurdos e situações miseráveis e degradantes de fome e doenças que atingem os indígenas e a natureza. O aumento da malária e o uso do mercúrio poluindo rios e o solo estão diretamente vinculadas à presença de mais de 20 mil garimpeiros incentivada pelo governo Bolsonaro e toda sua gama de aliados do agronegócio e os patrões do Garimpo.

De acordo com levantamento feito pela Hutukara Associação Yanomami, o desmatamento resultante do garimpo na Terra Indígena (TI) Yanomami aumentou 309% no intervalo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022. Se antes eram detectados 1.236 hectares de área devastada, após o governo de Bolsonaro esse número aumentou para 5.053,82 hectares.

Só no ano de 2022 esse aumento foi de 25% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), um aumento que é comprovadamente causado apenas pela atividade do garimpo.

Mas sabemos que o garimpo não atua sozinho. Relatórios da Funai vieram comprovar o que todos já sabiam: as relações estreitas entre os militares e as empresas de garimpo, que avançaram nas terras não sem violência extrema e extermínio, com abusos, assassinatos e estupros de indígenas.

Leia mais: Relatórios apontam ligação entre militares e garimpo desde 2019 na TI Yanomami

Ou também: Em texto hediondo, Villas Bôas culpa os Yanomamis pela própria tragédia: “é comum o infanticídio”

Além disso, foram aprovadas leis que facilitaram e, podemos dizer, garantiram a atuação do garimpo, como o criminoso marco temporal, apoiado por figuras como Lira e Pacheco. Precisa dizer o quão absurdo é hoje apoiar essas figuras representantes do agronegócio e do garimpo ilegal? É exatamente o que Lula está fazendo agora, enquanto se coloca demagogicamente em defesa dos povos originários e da natureza. Tão defensor quanto sua ministra ruralista Simone Tebet.

Para arrancar justiça pelos povos Yanomami e avançar na demarcação de terras é preciso lutar sem nenhuma confiança nas instituições do Estado ou no governo eleito.

É preciso um programa político e econômico capaz de enfrentar todas as frações burguesas presentes no regime.

Por uma imediata reforma agrária que seja capaz de se opor aos grandes latifúndios, que em sua expansão invadem terras indígenas e assassinam seus ocupantes.

Por uma demarcação efetiva dos territórios dos povos originários dirigida pelo movimento indígena em aliança com a classe trabalhadora.




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