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Que a comunidade universitária decida! | Dezenas de estudantes se mobilizam em ato pelo retorno presencial seguro na UnB

Em frente à Reitoria, dezenas de estudantes se manifestaram contra o ensino remoto excludente e precarizador do ensino e do trabalho do professor e por um retorno presencial com segurança sanitária. É fundamental seguir a mobilização para que nenhum estudante, trabalhador e professor fique para trás. Em defesa da educação pública, batalhemos pelo retorno seguro decidido pelas comunidades universitárias!

Rosa Linh Estudante de Ciências Sociais na UnB

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

terça-feira 22 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

O ato havia sido deliberado por unanimidade na última Assembleia Geral dos Estudantes, com mais de 130 estudantes na hora da votação. Essa mobilização foi de extrema importância para combater a precarização absurda promovida pelo ensino remoto e que tanto interessa a Bolsonaro, Milton Ribeiro e os tubarões do ensino privado. Os estudantes têm direito à cultura e lazer, de acessar o espaço físico de sua universidade e de um estudo de qualidade.

Muitas falas expressaram como muitos tiveram de trancar o semestre, retirar matérias ou como não aprenderam nada com o ensino remoto; a saúde mental foi muito debilitada, com ausência de espaços de convivência, precarização da extensão e pesquisa.

Confira a fala de Raíssa e Luiza, estudantes do Serviço Social da UnB:

É fundamental seguir a mobilização, com assembleias de base em cada curso construídas pelos CAs para debater os rumos da luta, assim como votar o indicativo de paralisação, como deliberado na última Assembleia Geral. É nos auto-organizando ao lado dos professores, técnicos e terceirizados é que vamos fazer crescer essa vontade de luta que se expressou hoje e impor as medidas sanitárias necessárias. Isso seria possível com a organização e construção de Comitês de Higiene e Segurança Sanitária pelos setores da comunidade universitária, por exemplo! Nesse sentido, é crucial que seja a comunidade universitária quem decida como será o retorno - não a Reitoria!

Não podemos confiar na Reitoria e na burocracia universitária. Foram elas quem demitiram mais de 90 terceirizadas da limpeza em janeiro, deixando mais de uma trabalhadora morrer de COVID por seu descaso racista, enquanto gerenciava o déficit orçamentário com precarização do ensino, do trabalho do professor, dos técnicos e terceirizados, além dos cortes na permanência. A UnB, além de elitista e excludente devido o filtro racista do vestibular, precisa e pode servir para os interesses da classe trabalhadora e do povo pobre, não dos capitalistas, com todo seu contingente de ensino, pesquisa e extensão - ao contrário, o que faz a Reitoria é manter esse modelo de universidade, do qual o ensino remoto é parte.

A atual gestão do DCE protocolou sua plataforma política para a Reitoria, mas nada garante que ela será efetivada - assim como foi nos atos contra o aumento do RU e pela permanência estudantil. Além disso, precisamos batalhar por reivindicações que vão além dessa plataforma, tais como:

  • testes massivos para toda comunica universitária e infraestrutura necessária garantidos pela Reitoria;
  • contra a superexploração do trabalho, contratação imediata de mais trabalhadores para efetuar a limpeza dos espaços, com direitos plenos e EPIs;
  • pela efetivação de todas as terceirizadas sem necessidade concurso público:
  • formação de comitês emergenciais de higiene e segurança sanitária impulsionadas pelo DCE, CAs, SINTFUB e ADUnB para que seja a comunidade universitária quem decida como será o retorno presencial;
  • contra os cortes e por permanência plena de acordo com a demanda;
  • pela abertura do livro de contas da UnB para o conjunto da comunidade universitária decidir como será gestado o orçamento;
  • pela revogação do Teto de Gastos e todas as reformas, como a Trabalhista, e os cortes ultra neoliberais.

Precisamos confiar apenas na aliança dos estudantes com a classe trabalhadora, não nas saídas institucionais promovidas pela JR/PT, Levante e UJS/PCdoB, o que também é parte de sua política que levam à frente da UNE de total paralisia. Preferem esperar a eleição de Lula - esse que já sinalizou que irá governar junto do capital financeiro, do imperialismo e daqueles que promoveram o golpe de 2016 e sua prisão arbitrária, como o próprio Geraldo Alckmin. Essas organizações, ao lado do Juntos/PSOL, Afronte/PSOL e MUP/UJC/PCB, também compõe o DCE da UnB e inúmeros CAs, e cada vez mais trilham o caminho de subordinação à sua política institucional. Isso tanto nas eleições, como faz o PSOL embarcando na campanha da chapa Lula-Alckmin, como atuando em comum para confiar em acordos com a Reitora e não na auto-organização da comunidade universitária. Fazemos um chamado à oposição de esquerda da UNE, como o PSOL, PCB e UP para que impulsionem assembleias em cada CA que estão à frente, como o CASESO (Serviço Social), para dar continuidade à mobilização e defender em comum com nós da Faísca que seja a comunidade universitária organizada quem decida como será o retorno presencial e não a Reitoria que aplica os ataques do governo!




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