O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou ontem (21) que o coronel da PM de SP, Nivaldo César Restivo será o novo secretário de Políticas Penais. Esse militar reacionário já comandou a Rota e foi um dos responsáveis pelo Massacre do Carandiru em 1992.
quinta-feira 22 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Coronel Restivo já esteve à frente de uma das tropas especiais da polícia militar mais reacionárias, racistas e assassinas. A Rota é conhecida nos bairros de periferia e nas comunidades paulistas por seu alto nível de terror, covardia e brutalidade. Mas o currículo manchado de sangue do povo negro de Nivaldo César Restivo, infelizmente não para por aí.
Durante o Massacre do Carandiru, ele esteve à frente de outro grupo especial da PM de SP não menos assassino, como tenente coronel do batalhão de choque. Ele cumpria um papel chave de organizar logisticamente a polícia no momento da chacina, preparando os soldados do batalhão de choque para assassinar covardemente os detentos do Carandiru.
Além da participação direta de Restivo nesse massacre que marcou a história do país, em 2017 em seu primeiro depoimento enquanto comandante geral da PM afirmou que o Massacre do Carandiru foi “legítimo e necessário”.
Nem começou o novo governo de Lula, mas ele já vem ganhando em vários sentidos a cara da frente ampla que é composta pelos representantes da burguesia brasileira, uma burguesia herdeira da escravidão. É um grande absurdo que a equipe seja composta por um coronel reacionário que reivindica o Massacre do Carandiru e teve uma participação ativa nesse episódio que foi um marco de como o neoliberalismo nos anos, indicando que a burguesia brasileira não iria abrir da violência contra os negros e o povo pobre para seguir governando.
Os últimos 4 anos vimos um aumento dos casos de violência policial e do aprofundamento do racismo, sobretudo, com Bolsonaro que representou um choque à direita nas realações raciais aprofundando ataques e a violência contra o povo negro e indígena. Não será colocando um racista e reacionário como o coronel Restivo no Ministério da Justiça que podemos combater o racismo e a violência racista. Por isso, devemos confiar nas nossas próprias forças para derrotar os ataques, se enfrentar contra a extrema direita e o racismo, sem nenhuma confiança no novo governo eleito que já vem dando mostrar que colocará inclusive inimigos históricos do povo negro em seu governo de frente ampla.