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Eleições 2022 | Em debate da Globo, candidatos competem para ver quem é o mais privatizador

O debate presidencial que ocorreu ontem foi um verdadeiro circo de horrores televisionado pela Rede Globo. Entre o reacionarismo que exalava, um dos temas que permeou várias das falas foi sobre a privatização. Os tons de direita que se expressaram no debate foi grotesco, a direita, como sempre, tem o mesmo projeto neoliberal de privatização e ataques. Os candidatos disputaram para ver quem seria o mais privatizador.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

sexta-feira 30 de setembro de 2022 | Edição do dia

Obviamente que o tema da privatização não podia ficar de fora do debate. Esse que sempre foi eixo central do governo de extrema-direita de Bolsonaro, que junto de Guedes e com o aval do Congresso Nacional, batalharam ao máximo para privatizar as empresas estatais, garantindo o avanço de seu projeto neoliberal no Brasil, aprofundando a submissão do país ao imperialismo e ao controle do capital financeiro internacional e, claro, garantindo os lucros dos grandes capitalistas.

Não faltaram privatizações no governo Bolsonaro, privatizaram 36% (mais de um terço das estatais brasileiras), sendo a última a Eletrobrás. As privatizações, muito pelo contrário do que a direita fala, significa a precarização dos serviços, precarização dos trabalhos nas empresas, sem contar com demissões em massa, e aumento da terceirização do trabalho aumentando. Descarregando ainda mais a crise nas costas do povo trabalhador seja com as privatizações, mas também com as reformas e ataques.

Os tons de direita que se expressaram no debate foi grotesco, a direita, como sempre, tem o mesmo projeto neoliberal de privatização e ataques. Os candidatos disputaram para ver quem seria o mais privatizador. Felipe D’Ávila, se pudesse privatizaria até a alma do povo, o milionário defendeu uma economia ultraneoliberal, e disse que quer privatizar grandes estatais, e tudo que for possível.

Leia mais: Bolsonaro, Kelmon, D’Ávila e o reacionarismo do debate na Globo

Simone Tebet, a latifundiária, defendeu a parceria público-privada, sem conseguir esconder seu projeto, também, neoliberal, disse que iria “privatizar as estatais deficitárias, que não têm interesse público, mas vamos manter aquelas que são essenciais e que estão dando certo…”. Chegando a defender que poder público deve estar ligado à iniciativa privada.

Ciro Gomes com seu projeto político burguês e liberal que já não mais segredo para ninguém, disse que privatizaria o Banco Central, e que as privatizações devem ser vistas de maneira estratégica, estratégicas só se forem para os lucros capitalistas e para os desastres ambientais, pois ele defendeu a privatização da mineração, Vale do Rio Doce, siderurgia, CSN. Thronicke, reivindicou um mercad liberal “da pessoa de direita!”, como ela, defendendo os bancos, e concordando com Ciro na questão do Banco Central, dizendo que o Brasil deveria ser como nos EUA “com mais de cinco mil bancos”.

Lula permaneceu com sua política de conciliação no que tange às privatizações, defendendo as PPPs (Parcerias Público-Privadas), e chegou a dizer que privatizar as empresas estatais não dá lucro. Nos 13 anos de governo do PT o que vimos foi PPPs e concessões, que inclusive colocaram rodovias e ferrovias nas mãos dos capitalistas, assim como portos e aeroportos. O projeto político de Lula, agora com um aval neoliberal em sua aliança com Alckmin, para além das diversas alianças com setores do mercado financeiro, agronegócio, etc, já indica que fará de tudo para garantir os lucros desses setores e que administrará o capitalismo. Não podemos esquecer que em 2018, Alckmin chegou a afirmar que se eleito privatizaria “tudo o que for possível”, como tentou em São Paulo, sucateando as linhas públicas do metrô e priorizando as privadas. E, como disse Lula em sua entrevista à CNN, “não irá rever nenhuma privatização”, assim como também já disse que não revogará nenhuma reforma que joga ainda mais os trabalhadores na miséria.

O nível do debate realmente foi baixo, sendo um debate completamente antidemocrático promovido pela Globo que é capaz de chamar um padre sem Igreja que ninguém conhece para ter palco em rede nacional para defender absurdos e um Estado teocrático, assim como exalar ódio aos setores oprimidos, porém não convida os candidatos da esquerda como Vera Lúcia, Leo Péricles e Sofia Manzano. Pelo visto a carteirinha de neoliberal deve ser a credencial de participação do debate.

Isso tudo só reafirma que não podemos esperar nada de candidatos que estão comprometidos apenas em garantir com que os empresários e o grande capital continuem lucrando enquanto a população está passando fome, no desemprego, sofrendo com a inflação. Precisamos de um programa político à altura de responder os problemas estruturais do país e para isso precisamos atacar a raiz do capitalismo. Para combater o bolsonarismo, a direita, precisamos da unidade da nossa classe, e levar a frente um programa dos trabalhadores que defenda a revogação integral de todas as privatizações e reformas, como a trabalhista e da previdência. E que avance para a estatização de todas as empresas sob controle dos trabalhadores. Isso só pode ser imposto pela força da nossa luta e organização de maneira independente, sem nenhuma aliança com os patrões e a direita como faz Lula e o PT.

Para fortalecer a luta dos trabalhadores e um programa operário, conheça as candidaturas do MRT.




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