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Violência contra a mulher | Empresário gravado agredindo modelo em academia diz que tudo não passa de "ataques de feministas"

Thiago Brennand, 42 anos, suspeito de agredir uma mulher em uma academia de luxo em SP, responsabilizou o movimento feminista pelas acusações e afirmou fazer "uso comedido da força”, uma expressão que diminui a violência por não haverem lesões visíveis. Repudiamos completamente qualquer sinal asqueroso de violência contra as mulheres e nos solidarizamos com a modelo Helena, vítima do sistema patriarcal e capitalista que aprofunda a opressão em nome de seus lucros.

terça-feira 30 de agosto de 2022 | Edição do dia

No último dia 2 de agosto ocorreu o caso absurdo que repercutiu no último 28 de agosto. O empresário Thiago Brennand, que carrega o sobrenome de uma das famílias mais tradicionais de Pernambuco, foi flagrado pelas câmeras de segurança da academia Bodytech do Shopping Iguatemi de São Paulo agredindo uma mulher. A vítima, a modelo Helena, relata a agressão:

“Ele falou para ‘mim’ sair de lá. Falei: ‘não saio’. E aí ele falou de novo: ‘Sai’. E aí eu falei: ‘Não saio’. Só que eu falei mais alto. E aí ele falou que mulher não gritava com ele. Neste momento, ele me deu um empurrão. Além de ele empurrar daquela forma, ele foi falando vários palavrões.”

Além disso, Thiago parte para cima de um casal de instrutores que aparece para defender Helena e cospe na vítima. Ela relata que a motivação de Thiago vem do fato de ter tentado um encontro com ela, mas a mesma recusou.

Alegando ter feito “uso comedido da força", o empresário agora tenta diminuir a gravidade da agressão apontando que “o vídeo com a Helena é uma coisa onde você vê um camarada como eu fazendo uso comedido da força. Não há um tapa, não há uma lesão. A mulher não sofreu uma lesão.” O empresário ainda teve a audácia de fazer um boletim de ocorrência contra Helena por injúria e ameaça, com sua defesa se posicionando com o argumento de que Thiago sofre ataques feministas de mulheres “querendo vitrine”.

O discurso nojento de Brennand expressa tudo que endossa a violência contra a mulher, legitima agressões e submete milhares de mulheres ao convívio com a opressão que sustenta a exploração dentro do sistema capitalista. Embora o empresário expresse em suas redes diferenças com o governo de extrema direita de Bolsonaro, se alinha diretamente com o discurso misógino do presidente e sua corja, não aceitando que uma mulher discorde e se defenda de suas investidas.

Comportamentos como esse são endossados pela misoginia de Bolsonaro, que, já em seu primeiro debate, atacou verbalmente a jornalista Vera Magalhães. No entanto, o feminismo liberal representado ali por Tebet (MDB) e Thronicke (União Brasil) é incapaz de enfrentar o machismo e a opressão patriarcal. É necessário um feminismo socialista, que una as mulheres e a classe trabalhadora contra o machismo, as reformas que precarizam nossas vidas e contra a direita, sem conciliação com nossos inimigos como Alckmin.

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos completamente com Helena e colocamos a urgência de construir, desde a auto-organização das bases nos locais de trabalho, um plano emergencial de enfrentamento à violência contra a mulher, unindo estudantes e trabalhadoras para irmos além da justiça institucional que tantas vezes negligencia as agressões, sejam elas visíveis ou não. Por isso a luta precisa passar pela organização coletiva. Os patrões, o Estado, o bolsonarismo e o conjunto desse regime, judiciário, militares, a direita dita "democrática" e as polícias, são responsáveis estruturais pela barbárie machista, agravada pela crise capitalista. Não se tratam de casos individuais e isolados.




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