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Capitalismo | Empresas das pessoas mais ricas do mundo demitem 2 mil funcionários por dia em 2023

Levantamento que analisou 18 dias de 2023 constata que 37.526 trabalhadores foram demitidos em 122 empresas de tecnologia no mundo

Mafê MacêdoPsicóloga e mestranda em Psicologia Social na UFMG

quinta-feira 19 de janeiro de 2023 | Edição do dia

A lista das demissões é encabeçada pela Amazon, Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, e Salesforce. Os 37.526 funcionários demitidos representam 24% do total de pessoas cortadas por companhias desse segmento ao longo de todo o ano de 2022.

Apenas a Amazon e a Salesforce anunciaram na primeira semana de 2023 um corte de mais de 25 mil empregos. A maior parte, porém, ainda será executada nas próximas semanas. É esperado que a Microsoft também confirme demissões.
Essas empresas são propriedade das pessoas mais ricas do mundo: Bezos, Elon Musk, Mark Zuckerberg, entre outros. Durante a pandemia as tecnologias lucraram bilhões de dólares, lançando esses empresários a níveis de riqueza jamais imaginados para uma só pessoa em toda a história da humanidade.

O tremendo absurdo que são essas demissões é representado não só pelo enorme número de trabalhadores que ficarão sem emprego, mas também por saber que esses trabalhadores estarão desempregados para que homens como Bezos e Elon Musk permaneçam no TOP 5 mais ricos do mundo.

Muitos desses trabalhadores eram considerados essenciais durante a pandemia de COVID-19 e obrigados a trabalhar, incluindo os que estavam doentes ou se expondo ao risco de contágio, sem ter equipamentos de proteção individual, que as empresas negaram durante muito tempo a fornecer.

Esse foi um dos motivos que impulsionariam inúmeros protestos dos trabalhadores da Amazon nos Estados Unidos que além de equipamentos básicos de segurança, também exigiriam poder utilizar atestados em caso de contaminação. Bezos se negou durante meses a reconhecer essas demandas básicas. A raiva acumulada pelos trabalhadores da Amazon levou ao longo da pandemia um grande esforço na busca por sindicalizar-se para conquistar seus direitos.

As empresas que encabeçam a lista das demissões, alegando terem contratado muitos empregados durante a pandemia e agora não poderem manter essa estrutura, utilizam os piores métodos de perseguição e assédio para evitar a organização e os protestos dos trabalhadores. Para essas empresas bilionárias não se trata de perder dinheiro, mas de ganhar menos do que ganhava antes. Para os trabalhadores, que durante o ultimo período trabalharam em condições deploráveis e com ritmos extenuantes, significa perder um salário, que frequentemente é fonte de renda de toda uma família, as quais restarão a rua. A organização e luta que esses trabalhadores e trabalhadoras vem travando, em processos como os descritos no livro Nós mulheres, o proletariado, são chave para enfrentar a prepotência dessas empresas.
Contra a demagogia desses bilionários e a sede capitalista, a GERAÇÃO U aponta um caminho, apenas a auto-organização dos trabalhadores, tomando para si seus instrumentos de luta é que poderá de fato questionar e acabar com a ganância capitalista, que a nós só reserva tristeza, miséria e fome.




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