Com corte de 60% no Orçamento de 2023 para a gratuidade de medicamentos da Farmácia Popular, o governo Bolsonaro quer deixar milhões de famílias trabalhadoras sem 13 tipos de remédios para asma, diabetes, hipertensão e outras doenças. Tudo isso para enriquecer o bolso do centrão com o Orçamento Secreto
Rosa Linh Estudante de Ciências Sociais na UnB
quarta-feira 14 de setembro de 2022 | Edição do dia
Não bastasse a fome, o desemprego e a inflação, o governo Bolsonaro quer que a população pobre e trabalhadora não tenha nem o mínimo direito de poder se tratar de doenças prevalentes, ou seja, as que mais acometem a população. A verba para os medicamentos gratuitos do programa Farmácia Popular caiu de R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de 2023 enviado ao Congresso no final de agosto. Um corte de R$ 1,2 bilhão. Esses cortes diretamente impedirão que milhões tenham acesso a remédios para o tratamento de doenças crônicas. Bolsonaro, diante do desgaste nas redes, mandou os ministros da Economia e da Saúde reverterem os cortes - como se ele fosse inocente ou não soubesse de nada.
Segundo o Estadão, além do corte do orçamento de 100% da gratuidade, a parte do programa chamada de co-pagamento, em que o governo paga uma parte e o beneficiário a outra, também teve um corte de 60% entre 2022 e 2023 - o que inclui, além de fraldas geriátricas, medicamentos para osteoporose, rinite, Parkinson, glaucoma, dislipidemia e anticoncepção.
E tudo isso porque? Para que o governo Bolsonaro possa encher o bolso de políticos corruptos do centrão e passar mais ataques contra a classe trabalhadora e o povo pobre. O que seria destinado para que a população trabalhadora pudesse ter direito básico à saúde, na verdade vai servir para comprar deputados e senadores reacionários da bancada da bala, do boi e da bíblia. O Ministério da Economia confirmou ontem (13) que o governo liberou um novo repasse ao Orçamento Secreto - ou melhor dizendo, corrupção à céu aberto - de R$ 3,5 bilhões.
A corrupção é algo intrínseco à máquina de Estado capitalista. Por isso, ela não pode ser efetivamente combatida pelo "partido judiciário", levada a frente por juízes que vivem como milionários, como a experiência trágica da Lava Jato mostra. Por isso, as candidaturas do MRT pelo Polo Socialista Revolucionário defendem acabar com os privilégios de políticos e juízes, fazendo com que todos ganhem como uma professor, defendendo também mais verbas para educação e saúde com o não pagamento da dívida pública fraudulenta que entrega mais da metade de todo o orçamento para meia dúzia de banqueiros imperialistas.
O bolsonarismo e sua sanha reacionária por fazer os trabalhadores pagarem pela crise está de mãos dadas com o Congresso Nacional, enquanto o judiciário finge não ver nada - o que apenas mostra como é impossível a conciliação entre os interesses das maiorias populares e da burguesia, como tanto quer Lula e o PT. A corrupção só pode ser verdadeiramente combatida com a ruptura com esse sistema de miséria em que alguns vivem como milionários e milhões não têm direito nem sequer a medicamentos básicos.
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