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Breque dos apps | Entregadores vão paralisar dia 25 por melhores condições de trabalho. Todo apoio!

Entregadores de APPS chamam paralisação para o dia 25 de janeiro, segundo líderes, a mobilização já consta com a adesão de mais de 15 estados.

sexta-feira 6 de janeiro de 2023 | Edição do dia

A mobilização dos entregadores se iniciou durante a pandemia que levou centenas de milhares de jovens sem emprego a começar a trabalhar nos aplicativos de entrega, diante do aumento da demanda por conta do isolamento social. As empresas de aplicativos tiveram um boom em seus lucros, enquanto os entregadores não tinham qualquer direito.

Essas paralisações nacionais em meio ao governo Bolsonaro ficaram conhecidas como “breque dos APPs” que questionavam essa forma de trabalho onde as empresas não têm nenhum custo ou obrigações com seus trabalhadores, que precisam arcar com todos os custos para trabalhar, além dos diversos acidentes, muitas vezes fatais.

Nessa época, o Observatório da precarização do trabalho e da reestruturação produtiva impulsionado pelo Esquerda Diário, realizou uma pesquisa que foi bastante expressiva e contou com a resposta de 253 trabalhadores para investigar quem é o entregador que esteve na paralisação do dia 1º de Julho. Houveram respostas em nove estados do país com concentração em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

Entre as principais conclusões da pesquisa está que uma Minoria (17%) de entregadores se declarou a favor de Bolsonaro nos atos, que 51 % dos entregadores grevistas sofreu acidente no trabalho, também revelando que a categoria tem rosto negro, com 66% dos entregadores presentes nos atos se reconhecem como negros/pardos e com baixos salários e longa jornada de trabalho. 77% dos entrevistados apontaram que trabalham mais de 10 horas por dia, sendo que cerca de 40% trabalham mais de 12 horas diárias. 59% declaram que ganham até R$ 2000 ou cerca de 2 salários mínimos, enquanto 21% declaram que ganham menos de R$ 1000.

Desde as primeiras paralisações, há diversas propostas de legislações que contemplem os entregadores, mas sem nenhuma medida real, e, diante da posse do novo governo de Lula- Alckmin não dar nenhum sinal que mexerá na estrutura do trabalhador precário , as lideranças dos entregadores tem anunciado uma paralisação ainda para esse mês, no dia 25.

Esse chamado tem repercutido nas redes, com setores que apoiam o novo governo Lula-Alckmin se colocando contra a paralisação com a justificativa que isso seria uma forma de enfraquecer a atual gestão que tomou posse a poucos dias.

Contudo, lideranças tem se pronunciado defendendo o direito de greve dos trabalhadores, já que as condições precárias de trabalho, aprofundadas com a reforma trabalhista, se mantêm e a reivindicação dos entregadores de fazerem parte das negociações junto ao novo governo não foi atendida.

A reforma trabalhista aprovada durante o governo golpista de Michel Temer é parte dos ataques que foram jogados nas costas dos trabalhadores, e aprofundados no governo Bolsonaro e somente com os métodos da luta de classes podem ser revogados.

Por isso, nós do Esquerda Diário, que sempre estivemos em apoio à luta dos entregadores, nos somamos também em apoio a essa greve e chamamos todos a se estarem lado a lado com os entregadores, que sofrem com a precarização do trabalho, super exploração, racismo e falta de direitos. A luta deles defende como pauta: participação na regulamentação federal do modal de aplicativos, reajustes, fim das OLS, fim das entregas múltiplas, volta do plano da bike 9,90 e apólice de seguro dos entregadores.

Essa luta de um dos setores que se expôs à pandemia para o sustento de suas famílias, também pode ser uma forte ponto de apoio para a luta pela revogação integral das reformas que atacam os trabalhadores e querem nos fazer trabalhar até morrer.

É urgente que as centrais sindicais, como a CUT e a CTB, coloquem todo seus aparatos disponíveis para fortalecer a luta dos entregadores, assim como organizem desde às bases nas categorias que dirigem, apoio ativo dos trabalhadores, e mobilização em cada lugar de trabalho contra a precarização e pela revogação integral das reformas.

As centrais sindicais, entidades estudantis, movimentos sociais, organizações e parlamentares de esquerda devem estar nas ruas no dia 25, lado a lado aos trabalhadores em luta por melhores condições de trabalho com independência política do novo governo eleito.

Todo apoio a greve dos entregadores!
Revogação Integral de todas as reformas!




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