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Podcast Espectro do Comunismo | Espectro do Comunismo: Os impactos da guerra no Brasil e um 8 de março internacionalista

A guerra na Ucrânia está produzindo efeitos em todo o mundo. Neste episódio do Podcast Espectro do Comunismo, em parceria com o programa Brasil não é para amadores, Diana Assunção e Danilo Paris analisam os seus impactos políticos e econômicos no Brasil. Além desse tema, examinam o 8 de março, dia histórico de luta das mulheres, e a perspectiva de construir um feminismo internacionalista que se oponha à Guerra de maneira independente da Rússia e da OTAN, unindo mulheres e trabalhadores numa só luta.

quinta-feira 10 de março de 2022 | Edição do dia

A invasão russa e a Guerra com a OTAN mudam a situação internacional e reatualizam a era de crises, guerras e revoluções como disse Lenin. Frente ao 8M, as mulheres que são maioria da classe trabalhadora, esta classe que não tem fronteiras, tem a tarefa de construir um feminismo anti-imperialista que seja ponta de lança de um movimento contra a Guerra, se posicionando de forma independente da Rússia e da OTAN, unificando mulheres e trabalhadores numa só batalha. Não há lado progressista nesse conflito: de um lado o reacionário Putin e sua autocracia que ataca o direito dos trabalhadores, das mulheres e dos LGBT’s e do outro a OTAN e o imperialismo das grandes potências que buscam submeter a Ucrânia aos seus interesses e usam a invasão russa para escalar o rearmamento do imperialismo, como ficou gritante na Alemanha.

No Brasil, diante do dia das mulheres, também se faz necessário se posicionar não só contra o machista Arthur do Val, mas Bolsonaro, Mourão e Damares, que demagogicamente condenaram Arthur pelas declarações na Ucrânia mas buscam preservar este regime que ataca a vida dos trabalhadores e das mulheres, além de produzir aberrações de direita como os próprios Arthur do Val e Bolsonaro, mas também Kim Kataguiri, Moro e muitos outros. Frente à nova configuração política e econômica da situação internacional, são debatidos os efeitos da Guerra no Brasil, principalmente acerca dos fertilizantes, dos quais o Brasil é extremamente dependente da Rússia. Esta situação coloca um problema para Bolsonaro, que ainda conta com uma parcela do agronegócio como base do Governo. Além disso, o problema do preço da gasolina, que traz uma série de impactos na economia, impactos agravados pelos ataques e privatizações realizados desde o golpe institucional de 2016. O anúncio de Biden do fim da compra do petróleo russo por parte dos Estados Unidos, coloca uma enorme crise no mercado dos combustíveis. Uma guerra que afeta a Europa tem efeitos de cadeia no mundo inteiro, no Brasil não seria diferente. Bolsonaro vem tentando liberar a exploração mineral da Amazônia em reservas indígenas, o que agravaria ainda mais a situação destas populações. Ou seja, uma guerra na Europa que coloca vários elementos de tensão no capitalismo internacionalmente, o que demonstra a importância que os marxistas devem dar no acompanhamento deste conflito.

Estes efeitos são sentidos na América Latina por inteiro, com mudanças geopolíticas e a possibilidade da emergirem processos de luta de classes, principalmente pelo aumento do preço dos alimentos e de produtos básicos. Nesta última semana, um dos fatos que mais chamou a atenção foi a aproximação de Biden e Maduro, pelos interesses dos Estados Unidos tanto no petróleo venezuelano, quanto de afastar Putin e Maduro. Esta aproximação se dá 3 anos depois da tentativa de golpe dada por Guaidó, com profundo apoio do imperialismo yankee. No Brasil, uma série de posições contraditórias vêm se expressando. Em primeiro lugar, Bolsonaro deu declarações pró-russas e visitou o país em meio ao aumento das tensões, buscando se manter localizado internacionalmente no espectro do campismo, não à toa encontrou Orban nesta mesma viagem, em um cenário em que Trump vem se refortalecendo na política estadunidense. Por outro lado, Mourão e o Itamaraty se declararam a favor da política da OTAN na Ucrânia.

Além disso, Danilo Paris e Diana Assunção desenvolvem, a partir de uma análise marxista do que é o imperialismo para Lênin, o porquê da Rússia não poder ser considerada um país imperialista, e como este erro de caracterização, leva a concepções erradas acerca da Guerra. No geral, a esquerda brasileira vem se adaptando a um dos dois bandos reacionários: seja à Rússia como fazem os stalinistas, alas do PT e do PCdoB e o PCO, seja à OTAN como o PSTU e a CST. Ambas as posições demonstram um enorme ceticismo na emergência de uma posição independente por parte da classe trabalhadora que rechace a Rússia, a OTAN e o imperialismo.




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