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Mobilização | Estudantes indígenas da UFRGS conquistam moradia após ocupação

Nesta segunda (28), o movimento de alunos indígenas da UFRGS, que estão em luta ocupando um antigo prédio da Prefeitura exigindo moradia há mais de três semanas, conseguiram uma vitória importante e garantirem um prédio para ser criado a Casa de Estudantes Indígenas da Universidade.

segunda-feira 28 de março de 2022 | Edição do dia

Em reunião realizada com a Reitoria do interventor bolsonarista, Carlos Bulhões, foi informado ao movimento o prédio que será disponibilizado para criar a casa. Será no prédio que atualmente pertence à Creche da UFRGS, que está desativada desde pelo menos o início da pandemia. Mais informações sobre o acordo e a disponibilização do prédio pode ser visto no documento emitido pela PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) na imagem abaixo.

Em 2017, os estudantes indígenas escreveram uma carta direcionada à Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas (CAF) da UFRGS exigindo ações da universidade para que a cultura dos povos seja valorizada e respeitada, com uma casa onde “poderemos praticar nossa cultura, nossas formas de estar bem uns com os outros, seja na alimentação, na contação de histórias, nos aconselhamentos dos mais velhos aos mais novos, nos risos e nos rituais, os quais consagram nossos corpos é uma demanda urgente e será pauta contínua na agenda de discussões de uma universidade intelectual e que respeita os povos originários deste território.”

Com todo o descaso que os estudantes vêm sofrendo desde então, no dia 06 de março, ocorreu a ocupação em um antigo prédio da Prefeitura, que passaria a pertencer a UFRGS, mas depois voltaram atrás e continuou a pertencer a Prefeitura. Os estudantes exigiam que a UFRGS conseguisse um espaço para se tornar uma casa indígena. Durante as últimas semanas com ocupação na Reitoria, reuniões e pressão do movimento. A UFRGS fechou um acordo para garantir o prédio.

O prédio que hoje pertence à Creche não estava mais funcionando para essa função desde 2020 devido às atividades remotas. A Creche já vinha de um processo de sucateamento anos antes da pandemia, com verba cortada e com poucas vagas para os filhos dos trabalhadores e estudantes da Universidade. Agora com o retorno presencial esse problema da falta de creche seguirá. Por isso também é preciso exigir um prédio que também sirva para uma Creche de qualidade que atenda a demanda. Existem prédios na UFRGS que podem servir para isso, mas ao invés disso o interventor Bulhões está garantido prédios para iniciativa privada, como o caso do ICBS.

A luta dos estudantes indígenas mostra que através da podemos impor os interesses dos estudantes e trabalhadores contra toda a precarização e sucateamento que a Universidade vem passando nos últimos anos coms os ataques e cortes do governo Bolsonaro e que sempre é descarregado em cima dos setores mais oprimidos da Universidade.




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