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Ataque à esquerda | Faixa marxista é arrancada na UnB e cartazes stalinistas são pendurados, não aceitaremos!

Na tarde do dia 31 de Outubro de 2022, a faixa da Faísca Revolucionária que divulgava o grupo de estudos “Marxismo e Luta de Classes”, que nesse semestre debaterá a biografia de Marx e Engels de David Riazanov, desapareceu no ICC Norte na UNB (Ceubinho). Duas outras faixas, uma do MUP (PCB) e outra da UJR (UP) com o desenho do rosto de Stalin foram colocadas no lugar.

quinta-feira 3 de novembro de 2022 | Edição do dia

A faixa continha a frase "Contra o bolsonarismo, ideias marxistas para revolucionar o mundo", e os rostos de Marx, Engels e Leon Trotsky. Acreditamos que num momento onde vem se fortalecendo e institucionalizando uma extrema direita raivosa e abjeta, é necessário colocar o combate com as potentes ideias do marxismo a frente, batalhando para que cada estudante e trabalhador se veja sujeito e armado para enfrentar pela raiz as misérias dessa sociedade que permitem o surgimento desse tipo de aberração política.

Apesar de nosso intenso repúdio a esse tipo de prática degenerada de ataque contra a divulgação de nosso grupo, não nos surpreende que esse chamado aos estudantes cause tamanha revolta nos stalinistas a ponto de arrancarem nossa faixa e colocar as suas no lugar. Essa tradição sempre foi avessa à ideia de que cada um possa tomar os rumos de seu futuro em suas próprias mãos, e por isso, sempre atuou contra o livre debate de ideias e a organização pela base, desde baixo, que permite a todos serem sujeitos.

O stalinismo negou e pisou em cima do marxismo e de todo o legado dos revolucionários que levaram a frente a primeira revolução operária vitoriosa da história, a Revolução Russa de outubro de 1917. Aqueles, como David Riazanov, o autor do livro que debateremos, que dedicaram sua vida à defesa do marxismo revolucionário e seus princípios e à propagação das obras de Marx e Engels, foram assassinados brutalmente nos falaciosos processos levados a frente pelo stalinismo como uma forma de extermínio da sua oposição.

David Riazanov e Leon Trótski foram grandes revolucionários que deram seguimento à rica tradição marxista, sendo Trótski aquele que, junto à Lênin e as trabalhadoras e trabalhadores russos, dirigiu tal revolução a fim de emancipar a humanidade mundialmente. Por esse objetivo de construir uma nova sociedade e não viver como burocratas em harmonia com o capitalismo, foram assassinados pela burocracia stalinista.

Essa corja burocrática utilizou dos mais terríveis métodos de censura, falsificação histórica, perseguição, intimidação, calúnia, tortura e assassinatos contra seus opositores, a vanguarda da revolução, contra as mulheres, as LGBTQIAP+ e aqueles que mais bravamente lutavam por um novo mundo. Foram a expressão política da contrarrevolução na União Soviética, estando a frente da traição sistemática de processos revolucionários e preferindo sempre estar de mãos dadas com nossos inimigos de classe, a burguesia, para manter seus próprios privilégios, materializando a negação do marxismo e seu legado.

Fotos do local onde apareceram as faixas:

Essa tradição e seus métodos não cabem no movimento estudantil que tem como tarefa se organizar e se aliar aos trabalhadores para enfrentar o bolsonarismo, a destruição da educação que não terminará com a saída de Bolsonaro do governo, as reformas capitalistas, e a irracionalidade generalizada desse sistema que apenas têm oferecer para a humanidade cada vez mais miséria, opressão e exploração.

Precisamos fortalecer um movimento estudantil democrático, que na UnB historicamente luta para que todos os estudantes e organizações de esquerda possam se expressar livremente. É inaceitável qualquer tipo de ataque à esquerda seja por parte da extrema direita, da Reitora ou mesmo de dentro do movimento estudantil. Esses métodos apenas fortalecem a desarticulação do movimento estudantil e se assemelha aos ataques da extrema-direita contra a liberdade de expressão nas universidades, assim como as organizações de esquerda e o movimento estudantil como um todo.

Temos orgulho de junto aos estudantes retomar as ameaçadoras ideias do marxismo revolucionário, do legado trotskista e bolchevique, na atual época em que vivemos contra toda a miséria capitalista, e também contra a degeneração stalinista. Reforçamos o chamado a todas e todos estudantes para comparecerem ao Grupo de Estudos Marxismo e Luta de Classes na UnB, a primeira sessão será no dia 08/11 terça-feira, no PJC sala BT 005, veja a ementa neste link e acesse os textos para leitura e bibliografia aqui.

Levaremos a frente junto a estudantes, coletivos, professores, trabalhadores e entidades a mais ampla campanha contra esses métodos, não aceitaremos. Nosso total repúdio a esse ataque!




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