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Luta das mulheres | Gabriel Monteiro preso: apostar na luta das mulheres para enfrentar a extrema direita

O ex-vereador do PL foi preso no último dia 07 de novembro a partir de uma acusação de estupro que teria ocorrido em julho, absurdo que se soma com outras denúncias de estupro, assédio sexual e moral. Para combater essa extrema direita nojenta, misógina, racista e LGBTfóbica, só a luta das mulheres junto aos trabalhadores, estudantes e povo pobre, organizando a luta em cada local de trabalho e estudo, sem confiar nas instituições policiais desse regime pobre que defendem os interesses do patriarcado no capitalismo.

Camila CampeloMestranda em Psicologia pela UFRN e militante da Faísca Revolucionária

terça-feira 8 de novembro de 2022 | Edição do dia

Gabriel Monteiro já soma diversas acusações que incluem estupro, assédio sexual e moral, como também de cometer crime sexual contra uma menina de 15 anos. Ex-policial militar, também esteve presente nas redes como youtuber e fez parte do Movimento Brasil Livre (MBL), junto a Kim Kataguiri e Arthur do Val do Mamãe falei, o mesmo que soltou declarações machistas asquerosas contra mulheres refugiadas da guerra da Ucrânia. A acusação que levou à prisão é de uma estudante de 23 anos que relata tê-lo conhecido na boate Vitrinni, na Barra da Tijuca (RJ), após ser levada para a casa de um amigo do ex-vereador na Zona Sul. A vítima contou ter sido obrigada a ter relação com ele enquanto o mesmo segurava uma arma contra o seu rosto, a empurrava sobre a cama e segurava seus braços, desferindo tapas em seu rosto. Ao tentar se defender das agressões, ouviu dele: “se você continuar assim vai ser pior. Eu vou lhe espancar”, a partir de então parou de se defender e começou a chorar. O acusado segue negando os crimes e entregou-se à Justiça, afirmando que irá provar sua inocência.

O relato é de causar náuseas de tão absurdo! Expressão de toda a misoginia que está colada ao bolsonarismo e com a extrema direita que hoje segue se consolidando no país, o que ficou nítido após as eleições de 2022 com maior participação na máquina pública, expressiva votação no segundo turno para Bolsonaro e as reações pós-eleições dos bloqueios de estradas, pedindo intervenção militar ou novas eleições, diretamente apoiadas pelas patronais que têm interesse na destruição das condições de vida da classe trabalhadora, do povo pobre, das mulheres e LGBTQIA+. O caso de Gabriel Monteiro não é isolado e, portanto, não significa que podemos confiar nas instituições do regime como caminho para acabar com a violência contra a mulher e toda a opressão que sustenta esse sistema miserável que é o capitalismo.

Para derrotar o bolsonarismo e a extrema direita, nos inspiramos nos moradores de São Mateus (ES), nos trabalhadores estaleiros de Angra e nas torcidas organizadas que colocaram os reacionários contestadores das eleições para correr na última semana. Tomemos como inspiração o levante das mulheres iranianas que queimaram seus véus em praça pública contra a teocracia que rifa seus direitos e é responsável por tirar a vida de tantas mulheres. Também o levante da Maré Verde na Argentina que tomou as ruas para garantir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito! Não é abaixando nossas bandeiras que poderemos parar o avanço dessa corja nojenta de Gabriel Monteiro, Bolsonaro, Arthur do Val, Cláudio Castro e tantos outros que são a representação mais profunda dos ataques contra as mulheres, LGBTQIA+ e povo negro em nosso país. É a força das mulheres organizadas nas ruas que é capaz de varrer cada centímetro dessa extrema direita, não como faz a conciliação do PT com Alckmin que nos últimos debates presidenciáveis competia com Bolsonaro pra saber quem era mais cristão, quem era mais contra a legalização do aborto, por exemplo, que mata milhões de mulheres, em sua maioria negras, todos os dias em procedimentos clandestinos.

As centrais sindicais como a CUT e CTB dirigidas pelo PT e PCdoB, assim como a UNE que representa os estudantes do país, devem convocar a força da classe trabalhadora para fazer uma frente única contra a misoginia bolsonarista e a reacionária extrema direita, levantando cada uma de nossas bandeiras, sem confiar na direita e nas instituições condutoras do golpe de 2016, da prisão arbitrária de Lula e da manipulação das eleições de 2018. As prisões dentro do regime não vão acabar com a violência sexual e a participação de seus agentes nos mais altos cargos políticos, por isso é urgente a união capaz de varrer para a lata de lixo da história estes setores que exploram e oprimem tudo que podem da classe trabalhadora e do povo pobre.




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