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Posse Lula-Alckmin | Governo de Lula-Alckmin terá ministros que votaram a favor do golpe em 2016

Na última quinta-feira (29) foram nomeados os novos ministros do governo Lula-Alckmin, que tomará posse nas próximas horas, dentre os quais alguns que votaram a favor do impeachment de Dilma em 2016.

domingo 1º de janeiro de 2023 | Edição do dia

Em busca de ampliar a base aliada principalmente com partidos do chamado centrão, o novo governo escolheu estrategicamente nomes para os ministérios, apesar de alguns terem sido no passado defensores do golpe institucional e até mesmo da cassação dos direitos políticos de Dilma. Na tentativa de conseguir apoio suficiente no Congresso, o PT demonstra mais uma vez sua política de conciliação e favorecimento dos partidos burgueses de centro-direita e direita mais tradicionais.

O nome de Simone Tebet, do MDB, já era cotado para um ministério importante desde que a candidata derrotada nas eleições presidenciais declarou voto em Lula no segundo turno, sendo em seguida integrada a equipe de transição de governo. Ela foi escolhida para o Ministério do Planejamento, responsável por planejar e coordenar as políticas de gestão da administração federal. No entanto, em 2016, como senadora, Tebet votou pelo impeachment de Dilma “por todo o mal que causou e estão causando à população brasileira” e votou ainda pela cassação dos seus direitos políticos, que ao final foram preservados.

Juscelino Filho, vice-líder do União Brasil na Câmara e eleito esse ano para seu terceiro mandato como deputado federal, votou pelo impeachment de Dilma em 2016 “Por um futuro melhor para o nosso Brasil”, apelando para a defesa da família, amigos e “colegas médicos”. Porém isso não impediu que ele fosse nomeado como Ministro das Comunicação, após vencer a disputa com o favorito para a pasta, o deputado federal Paulo Teixeira do próprio PT-SP, que acabou ficando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura.

O escolhido para ser ministro da Pesca e Agricultura foi André de Paula, do PSD, partido de Gilberto Kassab. Atualmente deputado federal pelo sexto mandato, é presidente do PSD em Pernambuco e no momento da votação contra Dilma fez um discurso raivoso pelo impeachment “pela ética na política, pela decência, por Pernambuco e pelo Brasil”.

Essas alianças deixam claro o intuito do governo Lula-Alckmin de buscar aliados para governar de forma negociada, mantendo o fundamental dos ataques que a burguesia já vinha desferindo contra os trabalhadores sob o governo Bolsonaro. A fidelidade do empresariado ao governo depende de exigências como essa entrega de ministérios aos partidos golpistas e também da manutenção da reforma trabalhista, que Lula já declarou que não vai revogar de forma integral, bem como o apoio à reforma administrativa, que ataca os servidores públicos, e à reforma tributária.

Além desses ministros golpistas, o novo governo já conta com outros diversos representantes da direita, dos empresários e patrões, a começar pelo neoliberal e vice de Lula, Geraldo Alckmin, e se apoia no bonapartismo reacionário do judiciário. A conciliação de classes não pode derrotar o bolsonarismo, pelo contrário, já vimos nos últimos governos do PT como a política de abrir espaço para a direita só fortalece a própria direita, as bancadas dos pastores milionários, da bala e do boi não caíram do céu, se fortaleceram nos governo do PT e depois passaram a ser ponto de apoio para Bolsonaro.

Nesse 1º de janeiro estamos lado a lado com todos os que comemoram a derrota de Bolsonaro, mas como parte de defender a independência de classe e os interesses das mulheres, dos negros e de nossa classe precisamos defender que é preciso derrotar a extrema direita e o bolsonarismo na luta e independente do novo governo que está sendo empossado hoje e que governará o país nos próximos 4 anos, exigindo que a CUT, CTB e UNE organizem os trabalhadores e a juventude.”




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